Após ganhar um Emmy de melhor série de não
ficção, a série O Planeta em Perigo, série documental da Nat Geo , retorna com
nova temporada. Desta vez, astros como o apresentador David Letterman, os
atores Don Cheadle, Arnold Schwarzenegger (que também é um dos produtores do
programa), Joshua Jackson, America Ferrara, e a modelo Gisele Bündchen,
participam de reportagens nas quais apresentam como diferentes partes do mundo
estão sofrendo com mudanças climáticas. [1]
No terceiro episódio, por exemplo, Thomas Friedman,
repórter especialista em meio ambiente do The New York Times, vai para a
Nigéria e o Senegal conhecer os ‘refugiados climáticos’, pessoas que estão
saindo de onde moram pelas temperaturas extremas. “Falamos muito sobre os
refugiados políticos, mas cerca de seis milhões de africanos terão que deixar
seus países de origem porque o solo deles, que antes era fértil, está se
transformando em areia por conta da desertificação”, explica Gelber. “Não há
dúvida de que as pessoas que menos contribuem para mudanças climáticas são as
mais afetadas por elas.”[2]
A O Planeta em Perigo ganha uma importância
ainda maior no contexto político atual dos Estados Unidos: o presidente eleito,
Donald Trump, não acredita na ciência por trás das mudanças climáticas. Em diversas
ocasiões, Trump afirmou que o conceito de aquecimento global foi criado pelos
chineses para deixar a produção industrial dos Estados Unidos menos
competitiva.
Pesquisas indicam que a “mudança climática
tem matado cerca de 315 mil pessoas por ano, de fome, de doenças ou de
desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil, até 2030”.[3] Quase 25%
da população mundial estão ameaçados pelas inundações, em consequência do
degelo do Ártico, segundo um estudo publicado há 8 anos, pelo Fundo Mundial para
a Natureza (WWF). À medida que a extensão do gelo diminui, e que a superfície
dos oceanos aumenta, a quantidade de energia solar absorvida, também, aumenta.
Urge que se crie uma mentalidade crítica, que
permita estabelecer novos comportamentos com foco na sustentabilidade da vida
humana. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência, lastreados na
fraternidade e no amor. A falta de percepção, da interdependência e
complementaridade, entre os indivíduos, gera, cada vez mais intensamente, o desequilíbrio
da natureza. O cientista Stephen Hawking, em seu livro “O Universo numa Casca
de Noz”, expõe, de forma curiosa, que: “Uma borboleta batendo as asas em Tóquio
pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque”. [4]Hawking explica, que “não
é o bater das asas, pura e simplesmente, que gerará a chuva, mas a influência
deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que pode
levar, por fim, a influenciar o clima.” [5]
Desde o início da revolução industrial, em
1750, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram mais de 30%, e os níveis
de metano cresceram mais de 140%. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a
maior registrada nos últimos 800 mil anos. Quais serão as consequências disso?
A escala do impacto pode levar à escassez de água potável, trazer mudanças
grandes nas condições para a produção de alimentos e aumentar o número de
mortes por decorrência de ondas de calor e secas.
As nações, frequentemente, lutam para ter ou
manter o controle de matérias primas, suprimento de energia, terras, bacias
fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. “Esses
conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a
competição por eles”. [6] Precisamos nos adaptar ao meio como os demais entes
vivos neste momento.
Realmente, a consciência de proteção
ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Os recursos
“renováveis” que se consomem e o impacto sobre o meio ambiente não podem ser
relegados a questões de menor importância, principalmente levando-se em
consideração a utilização da água potável, cuja posse no futuro pode ser o
motivo mais explícito de confronto bélico planetário.
“A Natureza é sempre o livro divino, onde a
mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a
escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço
e a dedicação de seus discípulos”. [7]
A vida no planeta depende da convivência
pacífica entre o homem e a Natureza. E nós espíritas, o que fizemos, ou o que
pretendemos fazer? Mahatma Gandhi afirmou certa vez que toda bela mensagem do
Cristianismo poderia ser resumida no Sermão da Montanha, que nos serve de
exemplo quando diz: sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo.
Referências:
[1]Disponível
em
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/11/pessoas-que-menos-contribuem-para-mudancas-climaticas-sao-mais-afetadas-por-elas.html acesso em 26/12/2016
[2] Idem
[3]Trecho é
encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro “Nosso Futuro Comum”
[4]Cf. Instituto
Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa-EUA
[5]Texto de Marcos
Tadao Mendes Murassawa. Aquecimento Global – Ficção x Realidade acessado em
01-01-08
[6]Trecho é
encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro “Nosso Futuro Comum”
[7]Xavier, Francisco
Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB,
2001, questão 121
Nenhum comentário:
Postar um comentário