domingo, 11 de dezembro de 2016

SEM TUTELA FIÁVEL



           
 
STF - SEM TUTELA FIÁVEL
        
            Uma pena. Sempre é triste quando percebemos que áreas que deviam ser protegidas, pelo conhecimento e pela meditação, são invadidas por pretensos intelectuais que por conhecerem muito de muitas coisas acreditam que podem se jactar em conhecer tudo.
            Vivemos no Brasil uma situação singular. Do clamor da população surgem movimentos legítimos que exigem a adoção de medidas de toda ordem para a proteção da harmonia da sociedade, desde a exigência da decência por parte dos homens públicos – o mais difícil dos preitos – até as inusitadas e justas conclamações em direção à vida dos animais e manutenção da flora silvestre e urbana. Seguramente, como a espécie que tem em mãos a capacidade de operar em direção a todas as outras, nada de equivocado que dirijamos a nossa atenção em nessa direção. 

            Pasmem. As mesmas pessoas que, chamadas a opinar sobre todas as sortes de agressões aos bens ecológicos, se posicionam contra o agressor e lhes penalizam a ação, quando convidadas a opinar a respeito do ABORTO, penalizam a vítima e inocentam os algozes. Quando o motivo da violência é um embrião/feto de até 12 semanas, não tem problemas, pode matar. Se fosse um animal que fosse agredido certamente não seria essa a conclusão (e fique claro que também discordamos que se agrida aos animais).
            Isso já foi dito e merece ser repetido até que nos alcance a fadiga: não cabe ao ser humano legislar sobre a vida. A vida um bem que apenas se recebe sem que nada tenhamos feito nessa direção. O mesmo se prenuncia quanto a decidir se ela continua ou não, sendo a morte uma parte do seu ciclo. Todas as leis que liberam quanto a pretensos direitos de impedir a vida ou infringir a morte torna assassinos todas as pessoas que se envolvam em sua confecção. Não importa qual dos poderes constituídos pelas constituições humanas e quão grandes essas pessoas se percebam diante do status social e político.
De uma vez por todas deveríamos compreender que as leis humanas são ferramentas de grande importância para dimensionar o trânsito das pessoas entre si garantindo a todos uma universalidade de direitos e deveres que permita uma convivência o mais pacífica possível entre os pares. A consequência disso é a criação de uma norma que intercede em conflitos e estabelece critérios de comportamento a serem adotados sob pena de punição, reservado o direito de defesa ao acusado. Decidem quanto ao comportamento admitido na sociedade, jamais sobre o direito de viver ou não de quem quer que seja, pois invadir essa seara, a qual já foi muitas vezes invadida em torno do mundo, é infração que nenhuma excelência humana tem a envergadura de mensurar.
Eis o que trata a questão 360 de O Livro dos espíritos, a respeito do assunto: “E racional ter pelos fetos o mesmo respeito que se tem pelo corpo de uma criança que tivesse vivido? Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, que, às vezes, são incompletas pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar”. Fica o apelo pelo bom senso, até para que o nome de Deus, que é citado no início das sessões desses tribunais que decidem tais cometimentos, seja honrado. Precisamos lutar pela vida, O aborto como o maior dos crimes não pode ser considerado um direito, apenas vetado.
*Ver as primeiras letras do título.



Um comentário:

  1. Caro Caldas, a realidade é que o Brasil, especificamente, vive um estado de anomia. O cidadão está à mercê de jogatinas dos poderes, e nisso, a realidade do Ser perde referência e valores. Somente uma guinada moral, difícil de ocorrer em curto tempo pois sabemos que a evolução não dá salto, para modificar o atual panorama. A sociedade tem que reagir, náufragos que estamos, para ver se alcançaremos terra firme. Gosto quando segue essa linha, já te falei. Parabéns!

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