Os impulsos que determinam o
interesse entre um homem e uma mulher têm sido interpretados de diversificadas
maneiras pelos estudiosos do assunto. Há os que defendem a ideação da “mulher
ideal” ou do “homem ideal” calcada nos anseios íntimos de cada um e fortemente
influenciada pelas figuras materna e paterna, respectivamente; há, também, a
hipótese de uma possível univocidade de aspirações e tendências que agiria
interação e promoção dos laços responsáveis pelo ajuntamento ou aproximação do
casal. Atualmente, porém, vêm sem do desenvolvidas pesquisas sugestivas da
participação biológica nesse processo de atração física e psíquica do par
enamorado, através da fenomenologia de ordem bioquímica. Consideram os
experimentadores que o plugue do romantismo seria conectado pela produção exacerbada,
em certas áreas cerebrais, de substâncias responsáveis por esse “envolvimento-encantamento”,
determinando, dessa forma, clima favorável à instalação de um relacionamento
afetivo mais aprofundado. Estariam envolvidas nesse mecanismos certas
substâncias conhecidas, em seu conjunto, pela designação de neurotransmissores, dentes quais
implicam como principais a noradrenalina,
a dopamina e a feniletilamina, sendo que esta última determinaria, até mesmo,
aquele estado de alheamento tão característico dos apaixonados.
Os
Espíritos incumbidos de nos trazer a Terceira Revelação têm, repetidas vezes,
chamado a nossa atenção para o fato de que, ao reencarnarmos, programamos a
nova existência, consoante nossas necessidades evolutivas, até mesmo no que se
refere aos companheiros que deverão compartilhar-nos a família terrena – pai,
mãe, esposo (a), filhos, etc. Essas relações familiais podem ser respaldadas
por afinidades no campo da afeição e do amor, mas de outra forma, por sintonia
na faixa das desavenças clamantes pelo reajuste ante a Lei.
É
bastante usual, após a convivência a dois mais demorada, surgirem
questionamentos do tipo:
- Mas nós nos dávamos tão bem!... Ele (a)
era tão cortês!... Nós nos amávamos tanto!... O que aconteceu?!...
O
que ocorre é que (mesmo excluindo os casos em que não foram levados em conta os
compromissos adrede firmados na erraticidade) por ocasião do reencontro, no
mundo formal, dos dois seres compromissados na constituição de um lar, há todo
um processo responsável por sua aproximação, iniciado nos núcleos específicos
do perispírito, envolvendo-os em um clima de recíproca atração, pelo despertar,
em nível inconsciente, dos ajustes a que anuíram. Assim, pois, em decorrência
da maravilhosa sincronia psicossoma-corpo somático, dar-se-iam as alterações
neuroquímicas já mencionadas. Isso proporcionaria àqueles dois Espíritos as
oportunidades de que carecem para o cumprimento, em seu próprio benefício do
acordo realizado no mundo espiritual, a despeito de ser a maioria dessas
relações do tipo prova ou expiação. As pesquisas, porém, apontam que, após dois
ou três anos, em resposta a um mecanismo desenvolvido pelo próprio organismo,
denominado “tolerância”, dá-se uma
redução da dopamina, da noradrenalina e da feniletilamina e uma consequente diminuição daquela ação indutora
da paixão, ao mesmo tempo que, compensatoriamente, passa a produzir um acúmulo
de substâncias conjuntamente conhecidas pelo nome de endorfinas, também neurotransmissores e promotoras de uma sensação
de segurança e tranquilidade. Existe, pois, arrefecimento da paixão, enquanto
se instalam as condições básicas, no corpo físico, para a vivência do amor
propriamente dito, agora “senhor” – e
não mais “servo” – do sexo periférico
(interação genital).
É
exatamente nesse momento que o Espírito, se ainda não conseguiu tecer os laços
de ternura, amizade e afeição, ver-se-á instado a usar de toda a sua
determinação e perseverança na manutenção da união esponsalícia. Pena que
muitos soçobrem aos ventos da adversidade, como se depreende do grande número
de separações conjugais!
A
se confirmar, com o estudo e a observação mais judiciosos, a “Teoria Química da
Paixão”, mais uma vez teremos a ciência terrena demonstrando, na prática, as assertivas
espíritas das relações iniciadas na dimensão extrafísica, não obstante sua
postura invariavelmente radical, hostil e inflexível no que concerne às coisas
do espírito.
Aguardemos
e brevemente lograremos o aval da Ciência a todos os postulados da Doutrina dos
Espíritos.
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