A influência espiritual
exercida pelos Espíritos desencarnados sobre os homens é bem mais ampla do que
o supomos e, por vezes, somos mesmo dirigidos por aqueles. Esta é uma assertiva
dos Espíritos a um questionamento do Codificador da Doutrina Espírita Allan
Kardec.¹
A verdade é que os mundos
material e espiritual se interpenetram, havendo, no mínimo, duas realidades que
se inter-relacionam e se influenciam reciprocamente. Nós, seres humanos,
estagiários carnais da cidadania universal, participamos dessas duas
realidades, posto que somos essencialmente Espíritos.
A
Parapsicologia – ciência que investiga os fenômenos ditos “paranormais” – há muito
já comprovou a veracidade da telepatia.² O pensamento, reconhecidamente,
transpõe os limites da caixa craniana e, submisso à vontade, percorre
distâncias consideráveis. Já não se adapta a uma interpretação mecanicista de
mera produção ou secreção cerebral, mas assinala a sua origem extrafísica,
servindo-lhe o complexo encefálico como maquinaria através da qual é
materializado e veiculado no plano formal.
Pelo
simples fato de habitarmos um mundo pouco envolvido na escala progressista dos
corpos celestes e também secundariamente à nossa própria imperfeição, predomina
entre nós a ação dos maus Espíritos, ao ponto de isso constituir-se em um dos
maiores males da atualidade.
A
cada instante somos informados, seja pela imprensa, seja pelas pessoas do nosso
relacionamento, da grande diversidade de sofrimentos, descompasso, transtornos
mentais, desequilíbrios profissionais, desestruturas familiares e tantos outros
problemas, via de regra, têm, senão em sua base causal, no mínimo como elemento
agravante de monta, a patologia obsessiva, patologia de caráter espiritual,
aflorada na atividade fisiológica, social, cultural e familiar do ser humano.
A
sua frequência e prevalência entre nós, muitas e muitas vezes maiores do que
podemos imaginar, deve-se à frouxidão moral, liberação das más tendências, manutenção
de maus pensamentos, estimulação de maus pendores, produção de ações
incompatíveis com o Bem, acomodação e manutenção das viciações e excessos de
toda a ordem, gerenciadas pela invigilância – característica da descrença e do
descompromisso espiritual perante a vida.
Assim,
incontáveis são as pessoas que se entregam imprudentes, por toda a encarnação,
ao jugo enfermiço de tais companheiros, deixando de produzir e realizar o que
deveriam, conforme o planejamento pré-reencarnatório.
Por
outro lado, a ciência acadêmica, com a sua postura inflexível de rejeição sumária,
embora as formidáveis evidências da imortalidade da alma e da interação das
criaturas do Além sobre os que habitam o mundo formal, contribui negativamente
para dificultar o tratamento do mal obsessivo de etiologia espiritual. Por
isso, inumeráveis sãos os casos de paciente com patologia psiquiátrica e
psicologia resultante da ação primária de uma Mente desencarnada, como também
processos primariamente de origem anímica, agravados pela ação secundária de
Espíritos vingadores.
A
aceitação ou pelo menos a abertura dos meios acadêmicos para a avaliação da
terapêutica espírita das obsessões certamente que seria um passo na direção de
melhores resultados no tratamento dos transtornos psíquicos (psiquiátricos
psicológicos, espirituais).
Aos
primeiros sinais do processo obsessivo como desesperança, irritações
frequentes, labilidade emocional, tendência ao isolamento ou ideação suicida,
pensamentos inabituais persistentes e repetitivos, bem como mudanças de
comportamentos inexplicáveis, é de bom alvitre, além de buscar os recurso da
Medicina e das Ciências Psicológicas, recorrer, também ao apoio espiritual.
A
terapia desobsessiva é realizada satisfatoriamente nos Centros Espíritas que,
além das atividades específicas (reuniões de esclarecimento aos Espíritos
obsessores que acontecem de forma privada), informam da importância da
participação do enfermo em sua cura, através da vigilância continuada e da
utilização dos recursos da prece, assim como de imprescindível transformação
moral e cristianização interior e exterior, através das atitudes e posturas diante
da vida.
Indispensável,
pois, manter-se sempre atento a possíveis tentativas de influências perniciosas
por parte dos nossos irmãos espirituais menos felizes, especialmente enquanto
ainda não nos libertamos das sombras que nos mantêm jungidos às coisas
terrenas.
Referências
¹ O
Livro dos Espíritos, questão 459.
² O
Alcance do Espírito, Joseph B. Rhine.
Um texto adequado para uma reflexão racional sobre tão importante tema. Roberto Caldas
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