A propósito do declínio do Movimento Espírita
francês pós-Kardec, inicialmente entronizamos a figura de Ermance Dufaux, ela
que conheceu Allan Kardec no dia 18 de abril de 1857, ao comparecer à pequena
recepção festiva organizada pelo Codificador em sua residência, com a
finalidade de comemorar o lançamento de O Livro dos Espíritos. No final dessa
reunião, Dufaux psicografou bela página ditada pelo Espírito São Luís, que se
tornaria, a partir de então, o diretor espiritual dos trabalhos experimentais
de Allan Kardec.
No final de 1857, Dufaux receberia outra
importante mensagem, estimulando o Codificador a prosseguir no ideal de lançar
mensalmente um periódico espírita. Com efeito, no início de 1858, Kardec laçou
a Revue Spirite, surgindo assim a matriz da propaganda da Terceira Revelação e
o embrião do Movimento Espírita Mundial.
Na França o nome de espíritas foi
gradualmente abatido ao longo dos séculos XIX e XX. Para isso, ocorreram alguns
fatos que explicam: como a desencarnação, em 1869, de Allan Kardec, bem como também
a mudança de regime político, porquanto após a queda do Segundo Império, a
República é proclamada em 1871.
Momentos antes, porém, em 19 de julho de
1870, cerca de quinze meses após a desencarnação de Kardec, o Imperador
Napoleão III, provocado por Bismarck, declarou guerra à Prússia. Em face disso,
a divulgação espírita sofreu enormes prejuízos, destacando-se que à época, como
se não bastasse a fatídica guerra franco-prussiana, de maneira simultânea
também havia uma onda de pensamentos oriundos da Revolução Francesa,
intensificando a ideia do laicismo, proibindo-se, portanto, qualquer relação
entre as entidades estatais com “religião”.
Diante
de outras “pistas”
Apontaremos algumas outras “pistas” para
opinar sobre o declínio do Movimento
Espírita francês pós-Kardec. Em princípio, cremos que os legados históricos do
Espiritismo sofreram as implicações danosas, por terem sido tratados como bens
de família, estabelecendo espólios e, por conseguinte, sujeitando a herdeiros.
Tudo sugere que Kardec pretendia evitar isso ao idealizar uma sociedade
impessoal, mas não teve tempo. Faleceu antes de concretizar seus planos e,
consequentemente tudo o que pertencia à Codificação Espírita (Sociedade
parisiense de estudos espiritas, livros, revistas, correspondências, documentos
etc.) tornaram-se herança da viúva Amélie Gabrielle Boudet.
De início, Boudet se propôs administrar o
projeto do esposo; mas, inexplicavelmente, deliberou por confiar o legado nas
mãos de Pierre-Gaëtan Leymarie, que organizou a famigerada “Sociedade para
continuação da obra de Allan Kardec”. Após a desencarnação de Amélie Boudet, em
1883, Leymarie tornou-se o dono absoluto dos espólios e dos documentos de
Kardec, na condição de único remanescente da tal sociedade. Uma parte, dos
documentos originais do Codificador foi sendo publicada por Leymarie na “Revue
Spirite”, e outra parte transformou na inquietante “Obras Póstumas”.
O declínio do Movimento Espírita francês
pós-Kardec, na minha percepção e de alguns outros pesquisadores, se deve precipuamente
à imaturidade doutrinária de Pierre-Gaëtan Leymarie que teve o encargo,
portanto, de cuidar da propagação do Espiritismo após a desencarnação do mestre
de Lyon. Neste sentido, parece-nos que administrou “inocentemente” uma razoável
quantidade financeira que lhe foi entregue por Amélie Gabrielle Boudet para o
custeio da divulgação das obras espíritas.
Os expressivos recursos econômicos deveriam
ser empregados na propaganda criteriosa do Espiritismo. Mas isso não foi
claramente realizado. Motivo pelo qual, provavelmente em 1882, Gabrielle
Boudet, inteiramente descontente, convidou à sua casa Alexandre Delanne e
esposa, a fim de propor a criação do periódico “Le Spiritisme”, para que o
Movimento Espírita não dependesse apenas da já agonizante “Revue Spirite”
dirigida por Leymarie.
A liderança do Movimento Espírita poderia ter
sido compartilhada entre Leymarie e Gabrielle Boudet, mas, a rigor, Boudet
ficou historicamente em plano secundário, numa condição de humilhante
subalternidade e gradualmente Leymarie foi afastando Amélie Gabrielle das
decisões. [1]
Leymarie
, protagonista para o desmoronamento
doutrinário
Leymarie imergiu na invigilância, gerando o
desfalecimento do Movimento Espírita já quase totalmente desintegrado. Cremos
que a sucessão de Kardec deveria caber a Alexandre Delanne, até porque era
vizinho e amigo de longa data da família Kardec, jamais a Leymarie.
Delanne viajava bastante, esteve nas cidades
onde existiam centros de divulgação espírita como, Lyon, Bordeaux, Bruxelas
entre outros locais que visitava com certa frequência os centros espíritas.
Concebemos que Delanne tenha sido bloqueado “politicamente” por Leymarie. Sim,
talvez o invigilante Leymarie tenha articulado nos “bastidores” com Boudet a
fim de “puxar o tapete” do pai de Gabriel Delanne.
Mas, quem era Leymarie? Era um praticante de
Teosofia de Blavatky, defendia as alucinações de Roustaing [2] e era apaixonado
pela maçonaria.
Importa mencionar que quando Kardec
desencarnou Gabriel Delanne tinha apenas 12 anos de idade e Léon Denis tinha 23
anos e serviria o exército na guerra franco-prussiana de 1870 e, apesar de já
espírita, Denis ainda não estava satisfatoriamente integrado ao Movimento
Espírita. Desta forma, ambos, Delanne e Denis, passaram a exercer maior
influência no Movimento Espírita somente por volta da década 1890 e,
principalmente, a partir de 1900, momento em que se projetaram mais.
A França enfrentou três grandes guerras (a
“franco-prussiana” de 1870 e as duas grandes guerras mundiais), o que, sem
dúvida, dificultou muito a propagação do Espiritismo. Na Primeira Guerra
Mundial muitos grupos e sociedades espíritas tiveram que ser fechados. Sob esse
clima houve brutal sufocação do Movimento Espírita em francês.
Como se não bastasse, no contexto dos idos de
1910, podemos pontuar as propostas filosóficas materialistas, abrindo espaço
para o niilismo, existencialismo, pessimismo e ceticismo extremos, enfim – os
embates ideológicos. Portanto, as guerras foram categóricas para o declínio do
Movimento Espírita francês pós-Kardec, mas antes delas, como vimos, a liderança
do movimento sofreu tragicamente, principalmente pela falta de lucidez doutrinária,
especialmente veiculada pela “Revue Spirite”, sob a gerência de Leymarie.
Repetimos que Leymarie foi o protagonista
para o desmoronamento doutrinário, por conseguinte muitos espíritas franceses
perderam o rumo sob o guante do misticismo imponderado. Para ilustrar, notemos
o infame “Processo dos Espíritas”, resultante das reais fraudes reproduzidas
por fotógrafos de má fé e publicadas de maneira descuidada por Leymarie na
Revue Spirite. Naturalmente esse episódio foi traumático de consequências gravíssimas,
ferindo mortalmente o moribundo Movimento Espírita francês.
Nesse caótico quadro de declínio doutrinário
há quem assinale outro aspecto especial. Trata-se da questão das excessivas
pesquisas científicas em torno dos fenômenos mediúnicos. Havia prioridades nas
experimentações laboratoriais com os médiuns. O próprio Gabriel Delanne seguiu
esse caminho de pesquisa. Não obstante, Delanne tenha se declarado
“arrependido”, numa entrevista concedida ao brasileiro Canuto Abreu, afirmando
que a experiência científica não teria sido a sua melhor opção para o
revigoramento do Movimento Espírita.
Gabriel
Delanne, um depoimento de além-tumba
Sobre isso, André Luiz entrevistou o Delanne
no além, notemos: Muitos amigos na Terra são de parecer que os Mensageiros da
Espiritualidade Superior deveriam patrocinar mais amplas manifestações da
mediunidade de efeitos físicos para benefício dos homens, como sejam
materializações e vozes diretas. Que pensa a respeito?
Delanne (Espírito) – “Creio que a mediunidade
de efeitos físicos serve à convicção, mas não adianta ao serviço indispensável
da renovação espiritual. Os Espíritos Superiores agem acertadamente em lhe
podando os surtos e as motivações, para que os homens, nossos irmãos, despertem
à luz da Doutrina Espírita, entregando a consciência ao esforço do
aprimoramento moral. Devemos estimular os estudos em torno da matéria e da
reencarnação, analisar o reino maravilhoso da mente e situar no exercício da
mediunidade as obras da fraternidade, da orientação, do consolo e do alívio às
múltiplas enfermidades das criaturas terrestres”. [3]
Nos primórdios do século XX houve um surto de
crescimento do Movimento Espírita na França até meados da década de 1920,
esmaecendo de forma célere quando Denis, Delanne, Gustave Geley e Camille
Flammarion desencarnam. Subsequentemente, em 1935, desencarnaria o “Pai da
Metapsíquica” e simpatizante do Espiritismo Charles Richet, tudo isso aconteceu
momentos antes da Segunda Guerra Mundial, quando da ocupação nazista na França
por quase um lustro.
Retornemos mais uma vez a Leymarie. Ele
fundou a “Librairie Leymarie Édite-URS” e a dirigiu até 1903, e, com o seu
desencarne, o espólio foi herdado (novamente em família!) pela viúva Marina
Leymarie que assumiu o comando, e, posteriormente, por seu filho, Paul
Leymarie. Este, após um breve espaço de tempo em que os negócios ficaram com
sua mãe Marina, tornou-se, em 1904, “dono” absoluto dos destinos do Espiritismo
até 1914, quando, em função da Primeira Guerra Mundial, abandonou tudo. O que
não foi de todo uma catástrofe, pois o Paul Leymarie comercializava até “bolas
de cristal” [isso mesmo! “bolas de cristal”] pela Revue Spirite.[4]
Meyer,
um mecenas francês
Com a liquidação da “Librairie Spirite”,
continuou a editoração das obras de Allan Kardec, fazendo do prédio da
“Librairie Leymarie” sede da redação da “Revue Spirite”, até a fundação da
“Maison des Spirites”, por Jean Meyer, inaugurada em 25 de novembro de 1923.
Antes mesmo de terminar a Primeira Guerra, em 1916, o Jean Meyer, um rico empresário
francês, assumiu o combalido Movimento Espírita francês, lembrando que nessa
conjuntura ainda estavam encarnados Léon Denis e Gabriel Delanne, que embora
sumidades intelectuais e grandes referências doutrinárias; mas “cá para nós”,
alguém tinha que cuidar dos “negócios” do movimento.
No contexto Meyer destinou a sua fortuna pela
causa do Espiritismo. Ficou com os direitos autorais da Revue Spirite. Criou a
Casa dos Espíritas (“Maison des Spirites”), para onde levou o precário material
que restou dos documentos e objetos pessoais de Kardec. Este mesmo mecenas
fundou o “Instituto de Metapsíquica”, sob o comando inicial do Gustave Geley, e
onde foi gerado o “Tratado de Metapsíquica”. O curioso é que Charles Richet
dizia que o “Espiritismo era inimigo da ciência”.
La Revue Spirite reunia, nesse tempo, as mais
destacadas personalidades do Espiritismo: Gabriel Delanne, Leon Denis, Camille
Flammarion, Ernesto Bozzano, A. Bénezech, Marcel Laurent, M. Cassiopée, General
Abaut, Dr. Gustave Geley, Marcel Semezies, Pascal y Matilde Forthuny, Louis
Gastin, Henri Sausse, Paul Bodier, Sir. Arthur Conan Doyle, Santoliquido,
Rocco, León Chevreuil, Hubert Forestier e outros. Em verdade, Meyer foi uma
espécie de “dono” do movimento espírita francês até sua desencarnação em 1931.
[5]
Durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu uma
desmontagem quase integral do Movimento Espírita francês. Os nazistas ao
ocuparem Paris saquearam tudo inclusive Maison Spirites e confiscaram livros,
documentos de pesquisa, e outros objetos importantes da própria história do
Espiritismo na França.
Que nos diz acerca do Espiritismo, na França?
Esquadrinhou André Luiz Ao Espírito Gabriel Delanne. “ Não nos é lícito dizer
haja alcançado o nível ideal”.[6] Redarguiu Delanne acrescentando que “legiões
de companheiros da obra de Allan Kardec reencarnaram, não só na França, mas
igualmente em outros países, notadamente no Brasil, para a sustentação do
edifício kardequiano”. [7]
Transposição
do movimento espírita mundial
Conjectura-se aqui e algures sobre o
translado do Espiritismo para o Brasil. Temos certeza que a transposição da
direção do Movimento Espírita mundial, da França para o Brasil, sobreveio após
a desencarnação de Léon Denis, no período entre o final da década de 1920 e o
início da década de 1930, portanto, coincidindo com o início da missão
mediúnica de Francisco Cândido Xavier.
Desta forma, podemos questionar o desempenho
de Bezerra de Menezes como justificadora para tal translado. Até porque, não é
difícil comprovar nesse contexto, pois quando Bezerra desencarnou em 1900 a
atuação verdadeiramente apostólica de Gabriel Delanne e Léon Denis manteve-se
viva por muitas décadas, inclusive durante e após a primeira guerra mundial.
[8]
O Movimento Espírita francês voltou a se
recuperar com frouxidão por volta dos anos de 1950 e 1960 em razão do regresso
à França de alguns cidadãos que residiam no Norte da África (Argélia, Marrocos)
e começaram a retornar para a terra de Kardec arriscando remontar o Movimento
Espírita.
Encetaram o projeto, todavia com extrema
dificuldade, em função do cenário deixado pela Segunda Guerra. Porém,
desataque-se que naquela situação começou a haver uma nova fase de interesses e
buscas fenomênicas no campo da parapsicologia e da metafísica; por fim, a
própria Revue Spirite foi retomada por algumas lideranças a exemplo de Hubert
Forestier e André Dumas.
Sepultamento da Revue Spirite
Na década de 1960, Hubert Forestier assume a
Revue Spirite e torna-se proprietário que, em 1968, chega a registrar a Revue
em seu nome no órgão de propriedade industrial. Forestier desencarna em 1971,
deixando o Movimento Espírita francês na penúria. Seus herdeiros, não sabendo o
que fazer de tal herança, vendem tudo por um franco para André Dumas. A essa altura
os direitos autorais das obras de Kardec já tinham caducado. [9] O resto –
muito pouco: o nome da Revue e da Societé – ficou nas mãos do Dumas. [10]
André Dumas, seja por ter mudado suas
preferências filosóficas, seja por constatar que o status de espírita não
conferia mais prestígio, resolveu liquidar tudo: em 1975, mudou o nome da
“Revue Spirite” para “Renaitre 2000”, e a Societé para uma tal “sociedade para
pesquisa da consciência e sobrevivência”, colocando, dessa forma, duas ou três
pás de cal sobre o “espiritismo francês”. [11]
Na verdade, Dumas foi escritor e dirigente
espírita francês, presidente da União Espírita Francesa (UEF) e diretor da
Revista Espírita na década de 1970. Por muitos anos administrou o legado de
Kardec e seus seguidores. No entanto, é mais lembrado (no Brasil) pela mudança
do nome desta tradicional instituição espírita, em 1976: União Científica
Francofônica para a Investigação Psíquica e o Estudo da Sobrevivência da Alma
(USFIPES), em vez de UEF.
Nesse mesmo ano, para desagrado de alguns
espíritas brasileiros, a tradicional revista fundada por Kardec deixa de
circular. Em seu lugar, Dumas, como citamos acima, lança um periódico
denominado o Renaître 2000. Segundo ele, as palavras espírita e Espiritismo se
descaracterizaram em seu verdadeiro significado, vinculando-se ao misticismo
(roustanguista), ao religiosismo. Por isso a mudança.
O resultado foi a completa marginalização de
Dumas e a confusão jurídica com a União Espírita Francesa e Francofônica,
fundada por Roger Perez em 1985, pelos direitos da Revista Espírita. Dois anos
depois a instituição obtém sentença judicial favorável a Perez e a Revue volta
a circular novamente após 12 anos de interrupção.
Apesar de ser lembrado como uma espécie de
traidor, um “Judas” da causa espírita, Dumas foi um dirigente e um intelectual
espírita importante na história do Espiritismo francês. Sua visão, laica e
filosófica, destoava da grande maioria dos espíritas, notadamente os
brasileiros, afeitos a concepções religiosas e sectárias, influenciados em
demasia pelos cânones roustanguistas da Feb.
Paralelamente, surge na França o Jacques
Peccatte dizendo que o próprio Kardec se “comunicou” no grupo dele, o “Cercle
Spirite Allan Kardec”, em 1977, e o mandou ressuscitar o movimento. (sic) Ele o
tenta até hoje. [12]
Mas, pelo lado digamos, oficial, o Roger
Perez, retornando das desativadas colônias africanas, resolveu, certamente com
o patrocínio da Feb, retomar as coisas. Conseguiu reaver do André Dumas, na
justiça, o nome da Revue, e passou a editá-la pela “Federação Espírita Francesa
e Francófona” (já extinta), da qual foi fundador. Ali pelo ano 2000 passou os
direitos para o CEI – Conselho Espírita Internacional.
Certamente com Roger Perez houve uma breve
intensificação do Movimento Espírita francês, porém, a bem da verdade, nunca se
recuperou, pelo menos em Paris. Sabemos que hoje há diferentes núcleos
espíritas no interior da França, mas evidentemente sem as características
daquelas propostas por Allan Kardec.
Propagação
espírita de pessoa a pessoa, de consciência a consciência
O Espírito Delanne não acredita que a Europa
(especialmente a França) retomará a direção do movimento espírita no futuro,
pois o Velho Continente assemelha-se, atualmente, a vasto campo de guerra
ideológica, que está muito longe de terminar. Para o Benfeitor a divulgação
espírita terá de efetuar-se de pessoa a pessoa, de consciência a consciência. A
verdade a ninguém atinge através da compulsão. A verdade para a alma é
semelhante à alfabetização para o cérebro. Um sábio por mais sábio não consegue
aprender a ler por nós. (Grifei)
Talvez esse processo de propaganda espírita
seja moroso demais para a Humanidade, mas, segundo Delanne, uma obra-prima de
arte exige, por vezes, existências e existências para o artista que persegue a
condição do gênio. Como acreditar que o esclarecimento ou o aprimoramento do
espírito imortal se faça tão-só por afirmações labiais de alguns dias? [13]
Seja no Brasil, seja noutros países, cremos
que a pujança da Doutrina dos Espíritos não advirá por meio de um “Espiritismo
Oficial”, hierarquizado, elitista, exorbitantemente místico e mercantilista,
porém na propagação paulatina da Terceira Revelação de pessoa a pessoa, de
consciência a consciência, de ombro a ombro, sem as grilhetas burocráticas dos
institutos oficiais de “unificação”, que na Terra e especialmente no Brasil
vivem e revivem os fragorosos vendavais intransigentes do poder curial.
Notas
e Referências bibliográficas:
[1] CALSONE Adriano. Madame Kardec, SP:
Viva Luz Editora, 2017
[2] P.G. Leymarie tinha muita afinidade
com o Brasil, particularmente no Rio de Janeiro onde esteve exilado em 1851,
quando houve o golpe do Luís Napoleão. Ademais, nunca escondeu amizades e
afinidades roustainguistas.
[3] XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA
Waldo. Entre irmãos de outras terras, Entrevista realizada pelo espírito de
André Luiz com o espírito de Gabriel Delanne, RJ: Ed. FEB, 1970
[4] DONHA João. O legado documental de
Allan Kardec: queimado, escondido ou leiloado? Disponível em
https://palavraluz.wordpress.com/2016/07/17/arquivokardec/ acessado em
16/02/2017
[5] Disponível no portal “AUTORES
ESPÍRITAS CLÁSSICOS”
http://www.autoresespiritasclassicos.com/autores%20espiritas%20classicos%20%20diversos/Jean%20Meyer/Jean%20Meyer.htm
ACESSO 17/02/2017
[6] XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA
Waldo. Entre irmãos de outras terras, Entrevista realizada pelo espírito de
André Luiz com o espírito de Gabriel Delanne, RJ: Ed. FEB, 1970
[7] Idem
[8] MARMO Leonardo Moreira. “Os
Problemas enfrentados pelo Movimento Espírita após a morte de Allan Kardec e as
atuações de Delanne e Denis”, disponível em
http://paespirita.blogspot.com.br/2017/02/os-problemas-enfrentados-pelo-movimento.html
avessado em 17/02/2017
[9] Domínio público, no Direito da
Propriedade Intelectual, é o conjunto de obras culturais, de tecnologia ou de
informação (livros, artigos, obras musicais, invenções e outros) de livre uso
comercial, porque não submetidas a direitos patrimoniais exclusivos de alguma
pessoa física ou jurídica.
[10]
DONHA João. O legado documental de Allan Kardec: queimado, escondido ou
leiloado? Disponível em
https://palavraluz.wordpress.com/2016/07/17/arquivokardec/ acessado em 16/02/2017
[11] Idem
[12] Idem
[13] XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA
Waldo. Entre irmãos de outras terras, Entrevista realizada pelo espírito de
André Luiz com o espírito de Gabriel Delanne, RJ: Ed. FEB, 1970
Belíssima análise histórica, coroada com uma conclusão preciosíssima.
ResponderExcluirEmbora extensa e bem fundamentada essa apreciação de Jorge Hessem sobre os caminhos percorridos pela divulgação do Espiritismo, penso que ele não fez justiça ao trabalho realizado no Brasil a partir de 1884, embora se possa catalogar muitas falhas, mas não se pode olvidar que as ideias espíritas no Brasil ao longo de mais de um século, mais precisamente, 133 anos, o maior mérito deve se atribuir à FEB, no que pese o viés roustanguista lá incrustado. Não se deve esquecer também a contribuição de Chico Xavier e de Divaldo Franco e muitos outros, especialmente Bezerra de Menezes. Nós Espíritas é que não estamos dando a contribuição que as ideias espíritas precisam e merecem para tomar um maior volto em nosso País e no mundo!
ResponderExcluirChico Xavier, homem bom e católico, e seus amigos espirituais, não trouxeram contribuição alguma para a Doutrina, apenas mais misticismo, transformando em igreja, em mais uma religião tonta, cheia de fantasias. A essência da doutrina nada tem de religioso. Confunde-se consequência moral com religião. Kardec chegou a enfrentar esse embaraço, sendo "obrigado" a esclarecer em seu famoso discurso de 1868, em que deixa claro que o Espiritismo nunca foi uma religião, uma vez que não seria lógico e coerente diante dos ensinamentos dos espíritos. E, infelizmente, ainda tem gente que cita uma passagem desse discurso, em que o mestre francês profere: "sim, sem dúvida, senhores; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto", em uma tentativa de validar a religião espírita, mas em verdade estão desmantelando todo o sentido do discurso.
ExcluirEssa foi a contribuição chiquista: tirar os espíritas dos estudos sérios de filosofia e ciência e incentivá-los a se limitar a receber a benção do padre (passe), a ouvir o sermão (palestra) e a tomar a hóstia (água). E todos saem lindos e formosos dos centros católicos de espiritismo, crentes que Jesus está lavando o chão do Nosso Lar para recebê-los.
Obs.: eu amo o Chico, tive o prazer de conhecê-lo e sempre admirei o belíssimo trabalho assistencial que fazia. O mesmo sentimento que nutro pela madre Tereza de Calcutá.
Olá, Leite!
ExcluirGrato pela colaboração. Todos os comentários serão bem-vindos.
Sugiro a leitura desse artigo: http://www.canteiroideias.com.br/2012/10/a-religiao-arreligiosa.html
Caro Leite AK, penso que você não entendeu bem o texto sobre o qual emitiste opinião. A começar que Kardec não foi obrigado a fazer nenhuma afirmação sobre a questão que te reportas. Como responsável pela Doutrina nascente ele se sentiu no dever de aclarar alguns conceitos e, na minha modesta opinião, o fez de forma lapidar, no sentido de espancar qualquer dúvida,porventura ainda existente. Esse viés que trás certa confusão, Kardec deixou muito claro que o Espiritismo não tem, embora você tenha lido o discurso dele publicado na Revista Espírita de dezembro de 1.868, parece que estás fazendo uma pequena confusão, por isso, sugiro que você o releia, embora seja muito longo, mas o objetivo de Kardec era justamente esclarecer, jamais o de confundir!
ExcluirCaro Leitte AK, sobre a contribuição do Chico Xavier e de Divaldo Franco, tenho opinião divergente da sua, o trabalho deles foi o da divulgação pura e simples das ideias Espíritas. Veja que, não fosse as obras do Chico e as conferências do Divaldo, as ideias espíritas não seriam tão conhecidas como nos dias de hoje, no Brasil e no Mundo!
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