Ser livre é a qualidade mais
essencial do Espírito. O destino, na qualidade de conspiração e fatos
obrigatórios, não existe. Há apenas uma destinação final, que é a perfeição de
espírito, a qual todos haveremos de atingir um dia. As formas de alcançar tal
perfeição são tão diversas quanto à infinidade de seres que povoam o Universo.
As múltiplas passagens pela existência corporal vão servir de tapete que
indicam as estradas a serem caminhadas nessa escalada individual de aquisições.
Vivemos
transacionando em corpos diferentes, indiferentes ao gênero, sem importar se a
vestimenta é feminina ou masculina. Convivemos com culturas e idiomas que não
passam de simples condicionantes dos hábitos regionalizados de cada país.
Desenvolvemos qualidades intelectivas obrigatórias ao desenvolvimento dos
germens do conhecimento. Submetemo-nos aos inúmeros convívios familiares na
confecção dos tecidos afetivos da alma. Privamos dos privilégios da escassez e
da abundância como degraus para a construção da essência dos valores morais.
Vivemos histórias de amor e sexualidade que treinam as nossas capacidades de
dividir sem nos perdermos de nós mesmos.
A
regra dos erros e acertos nessa jornada do Espírito desde a maior simplicidade
à conquista da angelitude provavelmente não tem precedentes de exceção.
Provavelmente é possível dizer que erramos e acertamos, uns mais outros menos
em cada modalidade de situação, porém tombos e recomeços fazem parte. A
aquisição paulatina evolucional do livre arbítrio nos desloca do egocentrismo ao
egoísmo dialético, o qual nos alça ao egoísmo altruísta, característica
daqueles que acertam muito mais, à medida que evoluem.
Cabe
repetir que o Espírito é livre e não há destino. Há uma destinação, que é
determinada pelo vetor da conquista da perfeição de espírito. Significa que se
aquilo que está sendo vivenciado não está nas expectativas do ser espiritual,
ele deve se tornar investido da condição de mudar os ambientes, as
significações e as disposições de vida em que se encontra. O conformismo é uma das
mais restritivas opções que alguém pode escolher para conduzir a própria
existência.
Descortinar
novas possibilidades para a atual existência é uma obrigação para quem, de
fato, se veja na contingência de paralisia evolutiva. As mudanças precisam ser autopromovidas
em qualquer instância da vida humana sob o risco de se viver em sessões
enfadonhas de lamentação e tristeza, desânimo e adiamentos.
A
trajetória do Espírito em sua viagem do “átomo ao arcanjo” (LE – 540) requer
sensatez, audácia, reflexão, inteligência e voluntariedade. A evolução apesar
de fatal não tem tempo para se efetivar. Depende de cada ser espiritual decidir
o quanto deseja aproveitar ou desperdiçar as oportunidades de reconfigurar-se a
cada episódio/dia. A evolução não se dá por decurso de prazo ou compulsórias,
bravatas ou bênçãos, absolvições ou sacramentos. O Espírito, dotado da
liberdade de escolha, resolve o quão mais rápido vai chegar à destinação
evolutiva e com isso destrói o conceito de destino fazendo do seu dia de hoje a
sua estação de trabalho e crescimento espirituais. Aprender e evoluir está em
nossas mãos.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 29.01.2017.
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