domingo, 26 de fevereiro de 2017

SÓ PORQUE É CARNAVAL?



             
 



             Nada contra a alegria. Basta saber onde ela está, a alegria. Não vale aquela enlatada, que acabou de ser comprada só porque é obrigatório ser alegre. É possível que alguém precise se obrigar a ficar alegre? Só porque o mercado exige? O mercado que precisa vender. Há quem compre e isso é uma pena.
            Nada contra a alegria. Desde que seja genuína, venha do coração. E do coração se transfira para todas as esquinas que dobrarem ao som das marchinhas que fazem o corpo dançar.  É possível fecundar o mundo de alegria quando a temos dentro da alma? Sim, é possível, mas essa não se encontra nas prateleiras das lojas e talvez não sejam tão importantes para o que desejam a lucratividade.

            Nada contra a alegria. É importante transbordar e pôr para fora toda a energia que ficou entalada de tantos dias gastos em tarefas exaustivas das obrigações da rotina e necessita ser jogadas fora, em busca de renovação das forças. Jogadas de forma adequada e pacífica essas energias geram descanso à mente e alimentam baterias invisíveis que ajudam no retorno às atividades regulares.
            Nada contra a alegria. A sintonia se define com a qualidade de pensamento que cintila da mente de cada pessoa. Projete luz e essa será a sua sintonia. Numa aglomeração de pessoas, alimentar vibrações que tragam bem estar à comunidade, gera retorno de forma proporcional, mesmo em ambiente de plena diversão.
            Afinal é carnaval. A rotina muda um pouco. O que não deve mudar é o comportamento e o caráter das pessoas. Fantasia é algo que camufla o corpo, mas as ilusões camuflam a alma. O relaxamento da rotina traz benefícios, mas relaxar a responsabilidade dos atos praticados não redime o infrator na quarta-feira de cinzas. Há o licenciamento dos trabalhos diários, não a licenciosidade para delinquir pela ingestão de drogas e alcoólicos. Garantido o espaço para cantar e dançar, desde que os espaços do outro se mantenham protegidos.
            A análise do capítulo 9 da segunda parte de O Livro dos Espíritos (INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO) nos dá a indicação que em matéria de direção dos pensamentos muitas vezes somos assessorados por habitantes do mundo invisível que se vinculam conosco, em especial quando nos encontramos em multidões, e também podemos ser influenciados pelo apelo da aglomeração. Sabemos que é fundamental prestar atenção em quem nos acompanha no plano dos encarnados quanto do mundo espiritual.
            A Doutrina Espírita não se antepõe à alegria, apenas pede cautela aos atos de irresponsabilidade que se cometa em nome daquela. A sua mensagem reconhece a importância do envolvimento dos encarnados com as coisas do mundo a que pertence, sem qualquer comprometimento de culpa ou receio de punições. Tão somente conclama aos cuidados que mantenham a mente sempre envolvida com vibrações que confiram, em quaisquer circunstâncias ou sob qualquer condição, proximidade com o bem comum e comprometimento com o equilíbrio de manifestações. Se a alegria é útil para o Espírito que se usufrua sem culpas, do contrário é justo manter-se prudente e focado no equilíbrio mental.  

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