Nada contra a alegria. Basta saber onde ela
está, a alegria. Não vale aquela enlatada, que acabou de ser comprada só porque
é obrigatório ser alegre. É possível que alguém precise se obrigar a ficar
alegre? Só porque o mercado exige? O mercado que precisa vender. Há quem compre
e isso é uma pena.
Nada
contra a alegria. Desde que seja genuína, venha do coração. E do coração se
transfira para todas as esquinas que dobrarem ao som das marchinhas que fazem o
corpo dançar. É possível fecundar o
mundo de alegria quando a temos dentro da alma? Sim, é possível, mas essa não
se encontra nas prateleiras das lojas e talvez não sejam tão importantes para o
que desejam a lucratividade.
Nada
contra a alegria. É importante transbordar e pôr para fora toda a energia que
ficou entalada de tantos dias gastos em tarefas exaustivas das obrigações da
rotina e necessita ser jogadas fora, em busca de renovação das forças. Jogadas
de forma adequada e pacífica essas energias geram descanso à mente e alimentam
baterias invisíveis que ajudam no retorno às atividades regulares.
Nada
contra a alegria. A sintonia se define com a qualidade de pensamento que
cintila da mente de cada pessoa. Projete luz e essa será a sua sintonia. Numa
aglomeração de pessoas, alimentar vibrações que tragam bem estar à comunidade,
gera retorno de forma proporcional, mesmo em ambiente de plena diversão.
Afinal
é carnaval. A rotina muda um pouco. O que não deve mudar é o comportamento e o
caráter das pessoas. Fantasia é algo que camufla o corpo, mas as ilusões
camuflam a alma. O relaxamento da rotina traz benefícios, mas relaxar a
responsabilidade dos atos praticados não redime o infrator na quarta-feira de
cinzas. Há o licenciamento dos trabalhos diários, não a licenciosidade para
delinquir pela ingestão de drogas e alcoólicos. Garantido o espaço para cantar
e dançar, desde que os espaços do outro se mantenham protegidos.
A
análise do capítulo 9 da segunda parte de O Livro dos Espíritos (INTERVENÇÃO
DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO) nos dá a indicação que em matéria de direção
dos pensamentos muitas vezes somos assessorados por habitantes do mundo
invisível que se vinculam conosco, em especial quando nos encontramos em
multidões, e também podemos ser influenciados pelo apelo da aglomeração.
Sabemos que é fundamental prestar atenção em quem nos acompanha no plano dos
encarnados quanto do mundo espiritual.
A
Doutrina Espírita não se antepõe à alegria, apenas pede cautela aos atos de
irresponsabilidade que se cometa em nome daquela. A sua mensagem reconhece a
importância do envolvimento dos encarnados com as coisas do mundo a que
pertence, sem qualquer comprometimento de culpa ou receio de punições. Tão
somente conclama aos cuidados que mantenham a mente sempre envolvida com
vibrações que confiram, em quaisquer circunstâncias ou sob qualquer condição,
proximidade com o bem comum e comprometimento com o equilíbrio de
manifestações. Se a alegria é útil para o Espírito que se usufrua sem culpas,
do contrário é justo manter-se prudente e focado no equilíbrio mental.
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