Missionários da Luz parece o
título de um livro, não é? Certamente André Luiz através do médium Chico Xavier
publicou obra com esse nome em 1945, mas não é exatamente isso que propõe esse
texto, apesar de incentivar aquela leitura. O ensejo desse momento é refletir o
quanto de luz cada pessoa carrega dentro de si quando decide deslocar-se de um
ponto a outro nas menores realizações que se permite.
A
Física percebe a luz como uma “onda
eletromagnética, cujo comprimento se inclui num determinado intervalo dentro do
qual o olho humano é a ela sensível”, no espectro conhecido a sua radiação
se situa entre o infravermelho e o ultravioleta. Considerada a linguagem
corrente representa aquilo que ilumina, brilho, fulgor, claridade. Se
atentarmos ao jargão da espiritualidade a sua significação bem que poderia
importar em emanação, resplandecência.
Estudando
a Doutrina Espírita é possível identificar em cada ação desenvolvida por uma
pessoa um potencial de energia que se inicia na formatação do pensamento, o
qual dotado de intenções estabelece o brilho específico dos objetivos que
alimentamos. Analisando o que propõem em O Livro dos Espíritos as questões 88 e
88 (alínea A) é possível compreender o quanto é emanado em energia em nossas
ações e ideações: “88. Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e
constante? Aos vossos olhos, não; aos nossos, sim. Eles são, se o quiserdes,
uma flama, um clarão ou uma centelha etérea(1). 88. a) Esta flama ou centelha
tem alguma cor? Para vós, ela varia do
escuro ao brilho do rubi, de acordo com a menor ou maior pureza do Espírito”.
Cada
pessoa fulgura um potencial luminoso que varia em intensidade e brilho
dependendo dos objetivos e intenções. Se fosse possível aos olhos humanos
perceberem as variações espectrais de cada pessoa que passa, algo que é
factível para determinados médiuns quando há alguma razão séria, as nossas ruas
se constituiriam num show pirotécnico pelas variações frequentes.
Jesus
chamou-nos ao compromisso de “resplandecer” a nossa luz (Mateus V: 16) numa
advertência que deve ser entendida e levada a efeito pelo cunho superior que o
Mestre sempre prezou em incentivar para as nossas práticas de vida.
Toda
emanação de luz, por menor que seja desbasta a sombra. Não é exigível que
reflitamos uma intensidade de luz que ainda não conseguimos conquistar, mas
aquela que nos permitimos pode ser o início de um caminho iluminado. Esperar
ter uma luz sem que as ações e pensamentos contradigam é o mesmo que permanecer
sentado e querer se deslocar em direção a qualquer outro ponto distante, As
estrelas distantes e os vaga-lumes possuem luzes que permitem ao viajor na
escuridão sair da sombra absoluta e norteia estradas.
Somos
Missionários da Luz. Temos em nosso poder a capacidade de iluminar. Podemos
contribuir com a obscuridade ou acendermos o nosso humilde lampião e fazer com
que a luz resplandeça de nós, como Jesus ensinou.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 26.03.2017
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