É
comum ouvirmos algumas correntes cristãs afirmarem que Jesus não ensinou, nem
falou em REENCARNAÇÃO. No entanto, esta afirmativa não está correta. Jesus
falou sim, e ensinou reencarnação em muitas ocasiões em que esteve conversando
e ensinando aos seus discípulos. É lógico que Jesus não citava a palavra,
especificamente, pois, “REENCARNAÇÃO”, foi um termo criado por Alan Kardec em
1857, com o lançamento do livro dos Espíritos.
No
tempo de Jesus e ainda hoje entre os judeus, o termo é conhecido como “Guilgul
Neshamot”, e significa no hebraico, “Rodas das almas”.
Nos
Evangelhos, encontram-se citações bem marcantes sobre Reencarnação em diversos
momentos de convivência entre Jesus e os discípulos.
Iniciamos
com a citação do Velho Testamento ou Primeira revelação, onde o profeta
Malaquias (Ml. 3:23 ou 4,5 em algumas Bíblias) se refere ao envio do profeta
Elias antes da vinda do grande e terrível dia de Iahvéh.
Eis
que vos enviarei Elias, o profeta, antes que venha o dia de Iahvéh grande e
terrível.
Neste
versículo, está prometido, através do profeta Malaquias, o retorno do profeta
Elias, pois sabemos que Elias viveu no tempo do Rei Acabe (I Reis capítulos 17:
18 e 19). A promessa fala que ele voltaria antes do Grande e Terrível Dia de
Iahvéh. Esta volta só poderia ocorrer através da Reencarnação.
Malaquias
fala do profeta Elias que voltaria para preparar o caminho e identificar Jesus.
O
profeta Isaías é quem inicia a realização do Dia de Iahvéh. Ele anuncia esta
chegada, afirmando que alguém pregaria ou clamaria no deserto, preparando o
caminho do Senhor.
Isaías
40:3: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, tornai retas
suas veredas”. Aqui unem-se os profetas Isaías e Malaquias, (3:23) o primeiro
referindo-se a João, o Batista, pregando no deserto da Judéia e o outro
referindo-se a João Batista, (Elias reencarnado), apresentando o Cristo como o
cordeiro de Deus.
É
o próprio Jesus, nos Evangelhos de Mateus 11:13; 17: 10-13 e Marcos 9:11-13,
quem confirma estas profecias dizendo que Elias voltara, e as referências à
preparação do Dia do Filho do Homem são encontradas em Lucas 17:22-36; João 8:
56; 1 Coríntios 1:8; 3:13; 2 Coríntios 1:14; Filipenses 1: 6 e 10; 2:16; 1
Tessalonicenses 5:2 e 4; 2 Pedro 3: 12 e 13; Apocalipse 16:14.
Encontramos
no Evangelho de João 1:21 que João, o Batista, através de uma negação literal,
diz não ser a pessoa do Elias, e nem poderia sê-lo pois agora é a pessoa de
João, o Batista, porém com o mesmo espírito que, no passado, habitou o corpo de
Elias. Quem confirma isto é o Cristo.
Sabemos
ainda, que a misericórdia divina apaga as nossas lembranças do passado para não
prejudicar a nossa evolução. Se soubéssemos quem fomos no passado, o que
fizemos de mal aos nossos semelhantes, ficaria difícil a nossa convivência com
eles, no presente. É claro que isto não se aplicava ao evoluído espírito de
João, o Batista, no entanto, mesmo assim, ele também estava submetido à lei do
esquecimento do passado, pois que, no corpo físico, nos é tirado o direito de
lembrar de vidas anteriores, em nosso próprio benefício.
O
Cristo fala em Mateus 11: 12-15, diretamente, afirmando que João, o Batista é a
Reencarnação de Elias: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos
Céus sofre violência, e os violentos se apoderam dele. Porque todos os profetas
bem como a Toráh profetizaram até João. E se quiserdes dar crédito, é ele o
Elias que devia vir. Quem tem ouvidos, ouça”.
Portanto,
sobre a Reencarnação, como vimos neste capítulo, não há nenhuma dúvida. É Jesus
nos ensinando e ratificando a necessidade de refletir com a expressão “Quem tem
ouvidos, ouça!”
No
Evangelho, segundo Mateus, cap. 16: 13-17, encontramos um diálogo entre o
Cristo e os apóstolos, em Cesareia de Filipe na alta Galileia, onde Ele os
interroga: “Que dizem os homens quanto ao filho do homem? Quem dizem que eu
sou? Eles lhe responderam: alguns dizem que sois João Batista, outros Elias,
outros Jeremias ou alguns dos profetas. Então lhes perguntou: E vós, quem
dizeis que eu sou? Simão Pedro, respondendo disse: Tu és o Cristo, o filho do
Deus vivo. Jesus respondeu-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão, Bar-Jonas, porque
não foi a carne nem o sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos
céus”.
Ora,
pela resposta dos apóstolos, notamos que tanto eles como o povo judeu, naquela
época, acreditavam plenamente na Reencarnação e que grandes vultos, como os
profetas, podiam voltar. Por isso, achavam que Jesus podia ser qualquer um dos
grandes profetas do passado que havia voltado, ou seja, “reencarnado” e não
ressuscitado. E note que, na sequência do diálogo, o Cristo não condena aquela
crença judaica na Reencarnação. Ele não afirmou a nenhum dos discípulos que os
profetas não podiam voltar. Nada mais claro de que todos viviam um período de
total aceitação do princípio da REENCARNAÇÃO.
Isto
ocorre ainda hoje. Os judeus ortodoxos possuem plena convicção da existência da
reencarnação e, segundo eles, esta crença está de acordo com os ensinamentos da
Torá
Na
sequência, Jesus refere-se a Simão, com o termo Bar-Jonas, que, em aramaico
representa um genitivo construto, significando filho de João. Muitos tradutores
se confundem na tradução desta palavra que, em hebraico, Iohanan (João) é a
mesma palavra aramaica, Ionáh (João). E assim, encontramos traduções usando o
Iohanan hebraico, João, em citações e o aramaico Ionáh, traduzido como Jonas em
outras. Veja Mateus 16: 13-17; João 1:42 e 21: 15-17. Pode-se notar que não
existe uniformidade nas diversas Bíblias analisadas.
No
entanto, a palavra correta seria Simão, filho de João, (Ionáh), em aramaico ou
em hebraico, (Iohanan), e em grego (Ioannes), todos com o significado de “filho
de João” e não “filho de Jonas”, como muitos tradutores o fazem.
Em
Mateus 17:10-13, depois do episódio da Transfiguração no Monte Tabor: “Os
discípulos perguntaram-lhe: Por que razão os escribas dizem que é preciso que
Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Certamente Elias terá de vir para
restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram.
Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do
Homem irá sofrer da parte deles. Então os discípulos entenderam que Ele se
referia a João Batista”.
Ora,
se Elias já veio e era João, o Batista, está aí uma outra prova contundente da
Reencarnação de Elias, agora como João, o Batista.
João
1:21 :Os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para interrogarem
João, “Ao que lhe perguntaram: Então quem? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou.
És tu o profeta? E respondeu: Não”.
Este
questionamento confirma a crença geral entre os judeus de que os profetas e
outras grandes figuras do Antigo Testamento poderiam voltar reencarnados em
outro corpo. Muitos se prendem à resposta de João: Não sou profeta. No entanto,
o mais importante não é a resposta de João, mas sim a crença geral que existia
entre os sacerdotes e os levitas que o foram interrogar, crença esta que
aceitava o retorno de figuras importantes do passado. Do contrário, não teriam
lhe perguntado: És tu o Elias? És tu o profeta?
Observe
ainda que, no versículo 23 do capítulo 1, João responde que Ele é a voz que
clama no deserto, predita por Isaías 40:3. E por que não poderia ser o Elias
predito por Malaquias?
És
tu o profeta? Aqui os sacerdotes e levitas referem-se ao Deuteronômio 18:
15-18, onde Moisés descreve que Iahvéh enviará o profeta: “Iahvéh teu Deus
suscitará um profeta como eu no meio de ti, dentre os teus irmãos, e vós o
ouvireis. É o que tinha pedido a Iahvéh teu Deus no Horebe, no dia da
assembleia: “Não vou continuar ouvindo a voz de Iahvéh meu Deus, nem vendo este
grande fogo, para não morrer”, e Iahvéh me disse: “Eles falaram bem. Vou
suscitar para eles um profeta como tu, do meio dos seus irmãos. Colocarei as
minhas palavras em sua boca e ele lhes comunicará tudo o que eu lhes ordenar”.
Veja
este mesmo questionamento levantado pelos discípulos com relação ao Cristo em
Mt. 16: 13-17 (já comentado anteriormente). Veja ainda João 1:25; 6:14 e 7,40.
Atos 3:22 e 7:37.
Jesus
fala claramente aos discípulos que João, o Batista é o Elias que voltou em
espírito, porém reencarnado no corpo de João, o Batista. Quando Jesus fala, eu
me calo e quem quiser ser contra ELE seja, eu porém fico sempre com Ele.
Instrutivo e bem construído texto.
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