Nos tempos pré-mosaicos, há cerca de três mil
e quinhentos anos atrás, no período correspondente à páscoa hoje, os hebreus
comemoravam a “passagem” das estações, mais especificamente a chegada da
primavera. Com o passar dos tempos, essa festa passou a ter outro significado.
Etimologicamente, o vocábulo páscoa deriva do hebraico “pesach”, que
significa passagem. Exprime a passagem do
“anjo da morte” sobre os primogênitos egípcios – à época em que o povo hebreu
vivia escravizado no Egito –, como uma das pragas atribuídas ao poder de Deus
mediado por Moisés. Assim como também expressa a passagem pelo Mar Vermelho, quando as águas se “abriram” para a
libertação do cativeiro.
Muito depois, Jesus veio à Terra para impulsionar o desenvolvimento da
Humanidade, revolucionando costumes e conceitos.
A
sua crucificação ocorreu na véspera do período da páscoa judaica e sua
ressurreição aconteceu neste período festivo. Com o tempo, a Igreja nascente
adotou a festa da Páscoa, com outro significado: a Ressurreição de Jesus.
Do
ponto de vista da Doutrina Espírita, a ressurreição é o ressurgimento do
Espírito no Mundo Invisível, em corpo espiritual, com a sua roupagem
perispiritual.
Jesus foi, em verdade, o primeiro a mostrar-se de maneira ostensiva,
clara, repetitiva, diversificada, indubitável a várias pessoas, em diversos
lugares. O primeiro a chamar de forma acintosa a atenção do povo para o fato da
imortalidade da alma. A sua ressurreição teve fundamental importância para a
consolidação da fé da Humanidade na vida após a morte física, ao ponto de ser
este fato apontado pelo Apóstolo Paulo de Tarso como o ponto crucial dos seus
ensinamentos, o coroamento da doutrina cristã, como se pode depreender de sua
afirmativa abaixo:
“E, se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressurgiu.
E, se Cristo não ressurgiu, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a
vossa fé”.(1)
A
páscoa para o espírita é oportunidade para refletir sobre a imortalidade da
alma exemplificada por Jesus e reafirmada pela Doutrina Espírita, através dos
sérios estudos para a comprovação e o conhecimento das leis que regem a
Mediunidade, não se prestando – como de resto nenhuma outra data festiva – à
utilização de simbologias destituídas de valor, pelo menos dentro de uma
abordagem doutrinária.
É
interessante atentarmos para esse pormenor, especialmente nos nossos grupos de
Educação Espírita Infantil (Evangelização Infantil), para que não adotemos a
festa católica ou reformista com o seu significado, mas que saibamos de maneira
límpida dar-lhe o sentido lógico e racional próprio da Doutrina dos Espíritos.
(1) I
Coríntios, 15:13,14.
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