No século XIX Kardec indagou dos Espíritos,
“Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”. “Num axioma que
aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo
o que não é obra do homem e a vossa razão responderá”. Responderam os Espíritos
(1)
A nossa compreensão de Deus muda na mesma
proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa
difícil, quando o limitado tenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o
Infinito. Assim somos nós diante de Deus. As opiniões científicas ainda estão
divididas quanto à origem do universo, mas há unanimidade num ponto, existe
ordem no universo.
E “Sendo Deus a essência divina por excelência,
unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o
podem perceber”. (2) Assinalamos aqui uma pequena digressão: é interessante
notar que geralmente, nós imaginamos Deus como alguma coisa absolutamente
externa. Pensamos em Deus como um ser ou algo separado de nós, advindo muitos
conflitos.
Ora! Se o Todo-Poderoso também está dentro de
nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que o Pai
celestial está exclusivamente do lado externo, então supomos que só Ele pode
nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Achamo-nos então,
constantemente, em presença da Divindade; nenhumas das nossas ações lhe podem
subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu
pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos
refolhos do nosso coração. Albert Einstein, físico alemão de origem judaica que
dispensa apresentações “quando, em 1921, perguntado pelo rabino H. Goldstein,
de New York, se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza,
que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que
se interessa pela sorte e pelas ações dos homens” (3).
Nesta mesma ocasião, muitos líderes religiosos
diziam que a teoria da relatividade “encobre com um manto o horrível fantasma
do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre
Deus e sua criação”.(4) Tese que discordamos integralmente , pois Einstein
confessou a um assistente que no fundo, seu único interesse era descobrir se no
instante da criação Deus teve escolha de fazer um universo diferente e, caso tenha
tido opção, por que é que decidiu criar esse universo singular que conhecemos e
não outro qualquer? Dizia ainda, “Minha religião consiste em humilde admiração
do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos
perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na
presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível
universo, é a ideias que faço de Deus”. (5)
Outros cientistas expunham que da megaestrutura
dos astros à infra-estrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância
viva da mente de Deus. O físico americano Paul Davies no seu livro intitulado
Deus e a Nova Física afirma categoricamente que o universo foi desenhado por
uma consciência cósmica. (6) O Universo, portanto, constituídos por esses
milhões de sóis, regido por leis universais, imutáveis, completas, às quais
acham-se sujeitas todas as criaturas, é a exteriorização do Pensamento Divino.
Portanto, o Criador “É” Único….
Referência
bibliográficas:
1
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio [de Janeiro]: FEB, 1994, Questão 4
2 Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed
Feb, 2001, Cap. II – A Providência, item 34.
3 Citado em Golgher, I. O Universo Físico e
humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304.
4 Citado em Idem, ibidem, pp 304-305.
5 Einstein Albert. Extraído do livro “As mais
belas orações de todos os tempos”.
6 Davies, Paul. Deus e a Nova Física, Lisboa:
Edições 70, 1986, p. 157.
Por isso entendo ser o espiritismo como tendo uma ligação bem estreita com a filosofia, se permitir duvidar o que não significa não acreditar, mas crer de forma raciocinada.
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