No período
em que conviveu materializado com os discípulos, após o drama do calvário,
Jesus conversou com Simão Pedro. Em dado momento, perguntou-lhe:
–
Simão, filho
de Jonas, tu me
amas?
–
Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
–
Apascenta as minhas
ovelhas.
Após breve pausa, reiterou:
–
Simão, filho
de Jonas, tu me
amas?
–
Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
–
Apascenta as minhas
ovelhas!
Novo silêncio, nova expectativa, e a mesma indagação:
–
Simão, filho
de Jonas, tu me
amas?
O apóstolo
entristeceu-se com aquela insistência, que
parecia transpirar um
sentimento de dúvida
quanto à sua
fidelidade.
–
Senhor, conheces todas as coisas
e sabes que te
amo!
–
Apascenta as minhas
ovelhas.
Obviamente, Jesus tinha
plena consciência
do carinho que
os companheiros lhe
devotavam. Mas sabia, também, que na gloriosa jornada
de divulgação do Evangelho
haveriam de enfrentar problemas
e dificuldades, lutas
e perseguições.
Para que obtivessem sucesso,
fundamental o amor
pela causa. Somente assim teriam
o ânimo necessário
para perseverar.
Ao insistir com
Simão Pedro, Jesus passava essa mensagem
à comunidade cristã. O amor por ele deveria derramar-se no trabalho
que lhes
competia. Apascentar as ovelhas
seria transmitir suas
lições pelo exemplo de amorosa
dedicação ao Bem.
No que fazemos de melhor, em qualquer setor de atividade, há sempre
um componente
básico: o amor.
A melhor dona de casa, o
melhor chefe
de família, o melhor
funcionário, o melhor
empresário, o melhor
atleta, será sempre
aquele que
se dedica às suas funções,
não por
obrigação, dever ou interesse, mas, simplesmente,
por amar o que faz.
Dentre os voluntários, em entidades filantrópicas e
religiosas, distinguem-se os que
participam com o objetivo
de receber benefícios
daqueles que o fazem por amor. Os primeiros são inconstantes. Pouco
assíduos, afastam-se à primeira dificuldade.
Não se pode contar
com eles.
Os segundos empenham-se, têm imaginação, desenvolvem as tarefas,
aprimoram os serviços, doam-se em boa vontade,
dedicação, carinho
pelo serviço.
Há uma história
interessante a esse respeito,
envolvendo excelente mãe
de família.
Cozinheira de mão cheia,
fazia quitutes de dar
água na boca.
Seus bolos
eram uma tentação, verdadeiro
manjar dos deuses.
Seu segredo:
uma caixa metálica.
Havia ali um
ingrediente mágico
que sua
mãe lhe
dera. Dava sabor especial
a qualquer alimento
que preparasse. Não
deixava ninguém pegar
na caixa. Seu
conteúdo, dizia, era
extremamente volátil,
poderia perder-se e não
havia como repor.
Submetendo-se a uma cirurgia,
esteve alguns dias
hospitalizada. O marido ficou perdido. A
esposa era
a luz que
iluminava sua existência,
isso sem
falar nos
manjares dos deuses que
preparava. À noite, sozinho
em casa,
imaginou o que comer.
Abriu a geladeira e pegou um pedaço de bolo
feito pela
cara-metade. A delícia
de sempre! Enquanto
comia, abriu um armário
e viu a misteriosa caixa.
Baixou nele o espírito
feminino – a curiosidade.
Se você, leitora amiga,
não gostou desse “espírito
feminino”, lembre-se de que segundo a fantasia bíblica, perdemos o paraíso
por causa da curiosidade de Eva. Bem,
essa é outra história…
Com infinito cuidado,
abriu a caixa. Para sua surpresa,
estava praticamente vazia. Tinha apenas um pedaço de papel
dobrado. Abriu. Era
um bilhete
singelo de sua
sogra: Minha
filha, em
tudo o que
fizer, acrescente uma pitada de amor.
Era esse o seu segredo. Fazer com amor! Nem
deveria ser segredo.
É algo que
todos precisam saber.
Se quisermos fazer bem feito, façamos com amor.
Era isso que Jesus
esperava dos discípulos. Amor ao trabalho, amor ao ideal, amor ao próximo! Pode não ser algo espontâneo
em nós, mas nasce a partir de elementar
iniciativa: aprender a gostar
do que fazemos, ainda
que convocados a fazer
algo de que
não gostamos.
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Amigo Jorge, gostei muito desse texto e até tenho quase certeza de quem o produziu pela estratégia de escrita utilizada, mas se possível, e sei que é, gostaria de conformar de quem são os créditos de tão singelo texto. Grande abraço. Roberto Caldas
ResponderExcluirP.S.: depois retorno para dizer se acertei ou não quanto ao autor.
Olá, Roberto!
ResponderExcluirCorrigido. Acertaste?
Acertei. Só não antecipei pelo receio de errar e assim ferir o autor caso estivesse equivocado. O estilo do Simonetti é simonético, uma beleze só. Roberto
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