Objetivando transmitir uma mensagem de “alento”
e “esperança” a pessoas em desespero, John Edwards, de 61 anos, um
ex-dependente de drogas e ex-alcóolatra (sóbrio há mais de duas décadas)
inexplicavelmente se voluntariou deitar em um caixão que foi fechado e
enterrado no terreno de uma igreja de Belfast, na Irlanda do Norte. Obviamente
o ataúde foi especialmente adaptado para que Edwards “sobrevivesse” por três
dias (quando fosse desenterrado) e pudesse transmitir a experiência ao vivo
pelas redes sociais.
No passado Edwards enfrentou abuso sexual,
viveu na rua, recebeu tratamentos para distúrbios mentais, sobreviveu a várias
overdoses e “perdeu” mais de 20 amigos por conta de abuso de drogas, álcool e
suicídios. Sobreviveu a dois cânceres e a um transplante de fígado após
desenvolver hepatite C por causa de uma agulha contaminada.
Há quase 30 anos, após passar pelo que
descreveu como um “incrível encontro com Deus”, Edwards criou vários centros
cristãos de reabilitação e abrigos para moradores de rua. Atualmente se dedica
a aconselhar e orar com pessoas em situações de abandono e desesperança. [1]
Em que pese o desígnio altruístico de John
Edwards, é evidente que agiu de forma irracional ao se permitir enterrar vivo
por três dias, visando gritar o brado da “esperança” para as pessoas em
desespero. A rigor, tal manifesto não faz sentido lógico sob qualquer análise
racional. Entretanto, deixando de lado essa insanidade (sepultar-se vivo),
vislumbremos os efeitos positivos da transformação de sua vida pessoal.
Importa reconhecermos que os diversos núcleos
de reabilitação e abrigos para moradores de rua instituídos por John são
passaportes pujantes para auto conquista da paz espiritual. Nisso Edwards
acertou em cheio, pois embrenhou-se no orbe da solidariedade através do
compartilhamento de um sentimento de identificação em relação ao sofrimento
alheio. Não apenas reconheceu a situação delicada dos moradores de rua, mas
também auxiliou essas pessoas desamparadas.
Sabemos que os males que afligem a Humanidade
são resultantes exclusivamente do egoísmo (ausência de solidariedade). A eterna
preocupação com o próprio bem-estar é a grande fonte geradora de desatinos e
paixões desajustantes. A máxima “Fora da Caridade não há Salvação” [2] é a
bandeira da Doutrina Espírita na luta contra o egoísmo. Nesse sentido, a
solidariedade é a caridade em ação, a caridade consciente, responsável,
atuante, empreendedora.
Os preceitos espíritas contribuem para o
progresso social, deterioram o materialismo, orientam para que os homens
compreendam onde está seu verdadeiro interesse. O Espiritismo destrói os
preconceitos “de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande
solidariedade que deve uni-los como irmãos” [3]. Destarte, segundo os
Benfeitores espirituais, “quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem
social fundada na justiça e na solidariedade” [4].
A recomendação do Cristo de “que vos ameis uns
aos outros como eu vos amei” [5] assegura-nos o regime da verdadeira
solidariedade e garante a confiança e o entendimento recíproco entre os homens.
A solidariedade na vida social é como o ar para o avião.
É imprescindível darmo-nos através do suor da
colaboração e do esforço espontâneo na solidariedade para atender
substancialmente as nossas obrigações primárias à frente do Cristo. [6]
Ante as responsabilidades resultantes da
consciência doutrinária que nos impõe a superar a temática de vulgaridade e
imediatismo ante o comportamento humano, em larga maioria, a máxima da
solidariedade apresenta-se como roteiro abençoado de uma ação espírita
consciente, capaz de esclarecer e edificar os corações com a força irresistível
do exemplo
Gostei demais do texto como também do tratamento dado pelo site, o título fala de um homem, uma história resignificando o vínculo solidário, e a ilustração de uma pessoa que se santificou pela vida que viveu por último entre nós, a Madre Tereza de Calcutá! Que beleza de texto!
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