No Brasil , a Lei Federal 9.294, de 1996 ,
estabelece “restrições” à propaganda de álcool, todavia, o parágrafo único da
lei é obscena, notemos: “Consideram-se bebidas alcoólicas, para efeitos desta
Lei, as bebidas potáveis com teor alcoólico superior a treze graus Gay Lussac“.
Logicamente, ficam excluídas das “proibições” as cervejinhas televisivas. Eis
aí a vitória da indústria etílica com direito a “palma de ouro”.
Em verdade, mais da metade dos brasileiros
afunda-se moralmente na farra dos metafóricos “treze graus Gay Lussac” de teor
alcoólico. Portanto, como obra prima das “trevas”, a cerveja, que em tese
possui um teor alcoólico até o limite de treze graus Gay Lussac , por não
sofrer restrições publicitárias no Brasil, é liberada para todos , trafegando,
de tal modo, em altíssima velocidade na contramão da legislação de trânsito que
estabelece uma tolerância baixíssima com o álcool. Nessa gerigonça vão os
adolescentes se expondo hoje muito mais ao álcool. Está se formando uma geração
de dependência de álcool. Além dos riscos à saúde, há os perigos de dirigir
embriagado, da violência e de traumatismos decorrentes do abuso de álcool.
Através das propagandas apelativas,
hipnotizantes, que custam bilhões de dólares, intoxica-se a estrutura mental
dos adolescentes mais tolos. Dessa forma, os jovens agem sem padrões definidos
de comportamento racional, projetam-se em uma perspectiva cada vez mais próxima
da derrocada em busca do entorpecimento da consciência e da razão, justificado
pelo prazer alucinado no mundo das bebidas, situação, essa, que promove um
mergulho no “nada” para as fugas espetaculares da realidade.
À maneira de um incêndio, que começa de uma
fagulha e causa grande destruição, muitos adolescentes, a partir de um simples
gole “inofensivo”, precipitam-se nos escombros da miséria moral,
transformando-se em uma pessoa vazia de ideais.
É assombrosa a lavagem cerebral através das
mídias veiculando reiteradamente o convite para o consumo de cervejas, em razão
disso, o volume consumido no Brasil está acima da média mundial. Pela televisão
“o gênio das trevas” aconselha, após trinta segundos de propaganda, em
tão-somente um milésimo de segundos, o famoso “beba com moderação”.
Ora, não se pode aceitar passivamente uma
situação em que as autoridades de saúde passam uma mensagem de legalidade e
possível “moderação” ao mesmo tempo em que a indústria acena com uma
publicidade maldita e cara cujo conteúdo instiga e incentiva o consumo da
cerveja de modo avassalante.
Para o espírita, o vício de beber tem
implicações muito graves, especialmente em face das repetidas advertências dos
Benfeitores Espirituais, elucidando sobre os danos que causam à mediunidade,
por exemplo. O médium, contaminado pelos alcoólicos torna-se mira de obsessão
dos indigentes alcoolistas do além. A obsessão, através da inofensiva
cervejinha, é mais generalizada do que parece.
Num contexto social permissivo, o vício da
ingestão de alcoólicos torna-se expressão de “status”, atestando a decadência
de um período histórico que passa lento e doído. A Doutrina Espírita adverte
sobre essa influência espiritual, oculta, ou seja, o meio espiritual que
respiramos pode contribuir para o surgimento de um determinado vício. Não nos
iludamos, o viciado em álcool quase sempre tem a seu lado obsessores extra
físicos que o induzem à bebida, nele exercendo grande domínio e dele usufruindo
as mesmas sensações etílicas.
Pais espíritas e, absolutamente, cônscios da
responsabilidade que assumiram perante a família, não devem oferecer bebidas
alcoólicas para seus filhos sob quaisquer pretextos. Ao contrário disso, devem
envidar todos os esforços para afastá-los das festas regadas a álcool; essa,
sim, é uma atitude sensata. Creio que haja suficiente razão para não
estocarmos, em casa, as esplêndidas e suntuosas garrafas de bebidas alcoólicas,
normalmente, conservadas em um “atraente” barzinho, pois, nelas, está
acondicionado o tóxico fatal.
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