domingo, 13 de agosto de 2017

PAI, PAPAI, PAIZÃO, PAIZINHO, PAINHO, PAPITO¹



            




         Por que determinar, apesar de outras finalidades impostas pelo mercado, um dia para festejar os pais? Qual a importância de uma reflexão a respeito do papel exercido pelo pai de família numa sociedade tão complexa quanto essa que a nossa se tornou?
          Acima de qualquer artificialismo que joga na vala da hipocrisia os comportamentos que aguardam um momento para ser publicados e logo se transmudam para a rotina de indiferenças afetivas, datas que reservam espaço para homenagens se configuram numa grande oportunidade para uma reprogramação de atitudes.

É sabida a barreira emocional que limita a livre expressão dos sentimentos entre as pessoas que convivem em grau de intimidade que exija a divisão de metros quadrados dentro de uma residência, o que as obriga ao compartilhamento diário de problemas em comum. Isso é tão verdade que muitas vezes, quando a distância se dispõe entre as pessoas que conviviam muito aproximadas fica mais fácil de expressar carinho e saudade entre as mesmas.
A estrutura da família, mesmo com todas as alterações que o comportamento social contemporâneo lhe exige, é a mais adequada porta de entrada do Espírito na encarnação. Nessa estrutura, a figura, a presença e a simbologia do pai é um contraponto essencial para o equilíbrio emocional e espiritual de todos os seus componentes. Está no Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec que “... O pai não gera o Espírito do filho: fornece-lhe apenas o envoltório corporal. Mas deve ajudar seu desenvolvimento intelectual e moral, para o fazer progredir (cap XIV, item 08)”. Poderia haver uma função mais sublime a ser desempenhada entre tantas outras do que ajudar no progresso de alguém?
O Dia dos Pais é uma chance preciosa para a interlocução de nossa memória com a herança do pai que tivemos, com todas as suas imperfeições humanas, a fim de resgatar as horas de afeto que agora fazem parte de nossa história, cujos bons momentos devem ser agradecidos e as más experiências perdoadas, haja vista que convivemos dentro das limitações que nos caracterizavam naqueles momentos. Também se configura numa oportunidade de recomeço, se for o caso, ou ainda de fortificação de laços, se ainda caminhamos ao seu lado na presente encarnação. De outra forma, se detemos esse papel de pai, eis que a data se mostra auspiciosa para refletir as nossas possibilidades de tornar mais valiosa a contribuição àqueles que designamos como filhos, com uma declarada e explícita abertura para uma relação que pode, e até deve, se tornar progressivamente melhor.
Diante da expressiva contribuição que exerce sobre o caráter dos Espíritos que recebe para ajudar nos primeiros passos de aprendizado, o papel do pai deve ser exaltado com louvor por aqueles que tivemos ou temos o legado de sua presença ao nosso lado nessa romagem terrestre, pelo lado positivo que as nossas lembranças alcancem. E seja lá como nos referimos a ele, quando o chamamos - PAI, PAPAI, PAIZÃO, PAIZINHO, PAINHO, PAPITO – que o façamos com muito carinho, honra e dignificação ao seu empenho de dar-nos o melhor de si desde o primeiro dia de nossa existência na Terra. Momento oportuno também para louvarmos a Deus, o Maior de todos os PAIS, o nosso Paizão dos Céus e Infinitos.

¹editorial do programa Antena Espírita de 13.08.2017




         


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