Numa das canções mais conhecidas e cantadas em
território nacional, o poeta e intérprete de saudosa memória, Gonzaguinha,
arremata: “viver e não ter a vergonha de ser feliz”, arrematando com “Cantar e
cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. Difícil encontrar alguém
que não tenha sussurrado esse refrão pelo menos uma vez.
Convenhamos
que o existir não foi desenhado para ser fácil. Afinal trazemos pesadas
participações pregressas de outras existências que nos arremetem a encontrar
enormes cobranças, as quais aceitamos vivenciar antes de adentrar na atual
aventura corporal.
Há
de se admitir que as histórias de cada um trazem nuanças completamente
desconhecidas de todos os demais psiquismos. Impossível pensar os medos e as
impossibilidades experimentadas pelas pessoas tanto quanto apresentar soluções
para os seus graves problemas. Faz-se igualmente urgente considerar que o senso
de solidariedade entre as pessoas pode servir que travesseiro para o descanso
diante de tão intensas dores presentes na rotina de tantas pessoas. Uma
presença amiga que ressalte a importância de um novo dia pode ser o ato que
faltava àqueles que cedem ao desespero da provação e se perdem na mais
frustrante das atitudes: o suicídio. Frustrante porque a vida não cessa e o
encontrar-se no mundo espiritual não aliviará um centavo dos motivos que
levaram à loucura daquela prática.
Transformar-se
em um “eterno aprendiz” quando as cobranças se tornam mais virulentas significa
enxergar que as circunstâncias são todas passageiras, mesmas aquelas que
parecem não ter solução. A história relata as transformações que ocorrem no
decorrer dos anos sempre que alguém se disponibiliza a sofrer os reveses com a
esperança de dias melhores. À parte as nebulosas síndromes psiquiátricas que
desnorteiam o equilíbrio e o senso de realidade, responsáveis por muitos
desencarnes voluntários, os quais desafiam a ciência humana que lhes persegue a
cura, a maior parte dos cometimentos suicidas se dão por decorrência de
situações que seriam sanadas se houvesse a disposição de aguardar as respostas
que chegariam num novo dia.
Contraditoriamente
a maioria das pessoas que se lançam ao arbítrio de buscarem a morte por meios
próprios estão no grupo daquelas que têm algum tipo de crença espiritualista e
se tivessem um pouco de compreensão do que comunicaram os grandes mentores da
humanidade – o maior entre eles Jesus – certamente teriam encontrado uma razão
a mais para caminhar na direção do futuro enquanto buscavam resolver os
afligentes problemas da existência.
Ao
dizer que veio à Terra como a nossa Porta para a vida eterna, o Mestre se
denomina em Pastor, cujas ovelhas muitas se encontravam em sua proximidade, mas
outras havia que ainda tardariam a achegar-se a si. Promete a vida em
abundância para todos que fatalmente fariam parte do seu redil, sem exceção de
nenhuma. Precisamos comunicar ao mundo que “a vida em abundância” (João – cap.
X) mais que uma promessa era a realidade que Ele está disposto a nos outorgar
sempre que consigamos ultrapassar os nossos limites e prosseguir vivendo apesar
de qualquer dificuldade.
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