O vocábulo angústia advém do latim angustia e
significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou
indeterminado, sem objeto real ou atual. É um temor intempestivo e invasor que
nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.
Na filosofia existencialista, a palavra
“angústia” tomou sentido de “inquietação metafísica” em meio aos tormentos
pessoais do homem. No conceito sartreano, “é na angústia que o homem toma
consciência de sua liberdade (…) na angústia que a liberdade está em seu ser
colocando-se a si mesmo em questão”.[1]
Os materialistas sem norte acreditam que o ser
humano é um ser imperfeito, aberto e inacabado. Segundo Heidegger, “a angústia
é uma característica fundamental da existência humana. Quando o homem desperta para
a consciência da vida, percebe que ela não tem sentido ou uma finalidade”. [2]
Afastando-nos desse materialismo decrépito,
compreendemos que pelo princípio da reencarnação as raízes intensas da angústia
frequentemente encontram-se entrelaçadas no curso de vidas passadas,
construídas na culpa do Espírito, que reconhece o erro e receia ser descoberto.
Portanto, é um estado mórbido que deve ser combatido na sua causalidade.
Por essa razão, a origem da angústia depressiva
tem seu suporte no perispírito, e a rigor não tem raízes de causa na estrutura
carnal. O corpo físico tão-somente reflete o estado da mente. O conflito do
enfermo remonta a causas passadas, possivelmente remotas, com reverberação no
presente através do psicossoma.
Certificamos que as mortes prematuras
traumáticas (acidentes, suicídios, homicídios) naqueles que possuem grande
reserva de fluido vital, impõem fortes impressões e impactos vibratórios na
complexa estrutura psicossomática, formando no espírito um clichê mental
possante no momento da morte.
Na reencarnação seguinte desse espírito, o
amortecimento biológico do corpo carnal pode não ser suficiente para
neutralizar os traumas registrados, em formas de flashes, dos derradeiros
momentos da vida anterior. Essa distonia vibratória tende a reaparecer,
guardando identidade cronológica entre as reencarnações. Os flashes
impressionam os neurônios sensitivos do SNC (sistema nervoso central) e estes
desencadeiam os angustiantes sintomas psíquicos via neurotransmissores
cerebrais.
Obviamente o uso dos fármacos pode estabelecer
a harmonia química cerebral, melhorando o humor de tais espíritos; no entanto,
cuidam simplesmente do efeito, pois os medicamentos não curam a angústia
depressiva em suas intrínsecas causas; apenas restabelecem o trânsito físico
das mensagens neuroniais, melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC.
Se os médicos muitas vezes são malsucedidos,
tratando da maior parte das doenças fisiopsíquicas, é que tratam apenas do
corpo biológico, sem acercarem-se dos traumatismos que os doentes apresentam na
alma edificados em vidas anteriores.
Jesus nos enviou como legado um dos maiores
tratados de psicologia da História: a Codificação Espírita, cujos preceitos
traz à memória humana a certeza de que apesar das chibatas visivelmente
destruidoras da angústia, o homem precisa conservar-se de pé, denodadamente,
marchando firme ao encontro dos supremos objetivos da vida, enfrentando os
obstáculos como um instrumental necessário que Deus envia a todos nós.
Referência
bibliográficas:
[1]SARTRE,
J. P. O Ser e o Nada: Ensaio de ontologia fenomenológica, trad. Paulo Perdigão
Petrópolis: Vozes, 2002.
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