Seres imortais... é o que
somos. Consciências cósmicas nascidas da poeira das estrelas que encantaram
universos que já desapareceram no tempo fugidio de Deus. Surgimos das cinzas da
matéria mais densa eclodida em eras primitivas compondo a argamassa dos mundos
e hoje tantos bilhões de anos depois podemos ver nos rastros iluminados da
abóbada celeste o campo de lutas que serviram de terreno para a nossa evolução.
Por mais longo para as nossas expectativas, esse momento passado terá sido
apenas uma fração minúscula relativizado à eternidade que dispomos a nossa
frente.
Munidos de capacidade de
inteligência temos o fustigante desafio do futuro. Outra vez mergulhados na
vestimenta corporal temos o expresso convite para novas experiências que exigem
habilidades que treinamos antes de assumir a existência. Nem sempre o treino
corresponde ao jogo, diriam os desportistas, e essa é uma verdade insofismável.
A composição de fatos que nos alcançam fala profundo aos pontos de
transformação que carecemos. As provas, específicas para cada um, exatamente no
limite da capacidade de superação, dificilmente serão vencidas julgando-se que
um mínimo esforço será suficiente. Não há derrotas definitivas e as vitórias
levam à superação trazendo outros desafios mais expressivos. A conquista de si
mesmo é uma engenhosa viagem que não termina.
Ao lado da dureza da
realidade, na qual somos experimentados nos mínimos detalhes, surge a porta de
escape que traz um fôlego a qualquer mergulhador asfixiado. A projeção mental
que na catapulta para o planeta dos sonhos. Tanto o exercício de todas as
noites, quando deixamos o corpo físico e retornamos ao campo das forças
espirituais onde encontramos os amigos e orientadores para uma nova rodada de
negociações para o próximo passo (LE – q. 402). Da mesma forma o exercício
contínuo da mente para o domínio das ações pretendidas, enquanto despertos e em
absoluta vigília, pela aquisição das qualidades e possibilidades que carecemos
se encontra à disposição de tantos quanto assim o desejem fortemente (LE – q.
833). Seja dormindo ou acordados podemos sonhar. E o sonho é o complemento
essencial se quisermos cumprir a jornada de forma satisfatória. Significa tirar
os pés do chão para aumentar a nossa capacidade de equilíbrio. É o reduto pessoal
e intransferível onde as forças são revitalizadas.
Jesus foi e continua sendo o
grande semeador de sonhos. Intercedeu pela formação do planeta azul e sonhou uma
humanidade fraterna para o mundo sob Sua direção. Veio pessoalmente nos
repassar as suas milenares experiências e através de parábolas convidou-nos ao
aprendizado próprio. Demonstrou, à custa da própria vida, que é impossível a
quem quer que seja nos afastar dos objetivos ou roubar-nos a certeza do futuro.
Produziu uma mensagem que resiste ao tempo e às modernidades deixando inequívoco
que o Amor de Deus é maior que qualquer manifestação passageira que produza dor
e desencanto.
Comecemos hoje. Faça planos.
Sonhe. Projete toda noite os seus mais ardentes desejos de conquista. Desperte
todo dia com o afã de ser o melhor você que for possível e ainda além do
possível. O maior sonhador, Jesus, nos disse que foi ao se sentir UM com o Pai
que conseguiu superar todas as suas dificuldades. Sigamo-lo.
¹editorial do programa Antena Espírita de 22.10.2017
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