(Texto elaborado com
base nas obras literárias “Jaime, o escultor do bem” de Paulo Valente e, “A
espiritualidade e a Obra de Fabiano”, ambos publicados pela CAPEMISA Social)
A abertura da nossa II Semana JAIME ROLEMBERG, que aconteceu na última
segunda-feira, foi muito iluminada.
Nosso convidado, o professor César Soares dos Reis, presidente do
Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB) e conselheiro do Conselho
Deliberativo do Lar Fabiano de Cristo, conseguiu prender nossa atenção durante
todo o tempo que falou sobre a vida e as obras do nosso Patrono, Coronel Jaime
Rolemberg de Lima, fundador do Lar Fabiano de Cristo, uma obra de inclusão
social, e da CAPEMISA, uma empresa previdenciária, criada com o objetivo
principal de dar apoio financeiro à Obra de Fabiano.
Essa ideia era sui generis no
mundo. Uma empresa de pessoas, criada
para atrelar seu capital à filantropia. Até então, ninguém tinha pensado
nisso. Por isso, dizemos que Jaime Rolemberg sempre esteve à frente do seu
tempo.
Nós, espíritas, baseados nos ensinamentos dos Espíritos, sabemos que
Jesus, o Cristo de Deus, é o Guia e
Modelo do nosso comportamento. Contudo, também sabemos que não é errado
tentarmos imitar os bons exemplos dos Homens de Bem que convivem conosco, nos esforçando
em vivenciar esses exemplos cristãos, amando o próximo como a nós mesmos, como
recomendou o nosso Mestre e Senhor Jesus.
Jaime Rolemberg era aquele “Homem de Bem”, que estudamos em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 3.
Percebemos isso quando lemos sua biografia e verificamos sua
personalidade caridosa, já existente, desde sua infância.
O pequeno Jaime era um menino pobre, nasceu em uma família pobre, numa
cidade pobre, no interior do Estado de Sergipe, Maruim. Contudo, uma coisa
diferenciava aquele menino: ele era muito rico em fraternidade e amor ao
próximo. Sua benevolência era inata.
Quando o pequeno Jaime contava com apenas 9 anos de idade, seus pais
ficaram preocupados com ele. Mesmo comendo um pratão de comida todos os dias, o
menino estava muito magro e a cada dia parecia que emagrecia mais.
O que estaria acontecendo com nosso filho? Pensavam seus pais. Mesmo
sendo pobres, a comida nunca lhes faltou.
Certo dia, João Lima, seu pai, saiu atrás do pequerrucho para ver o que
estava acontecendo, pois, todo dia, na hora do almoço, o pequeno Jaime enchia o
prato de comida e ia comer fora de casa.
Então o pai descobriu o segredo de Jaime: embaixo de uma grande árvore, ele viu seu filho dar um assobio. Logo em
seguida apareceram alguns dos garotos mais pobres das redondezas. Eles chegaram
felizes, ansiosos. Todos sentaram formando uma roda e o prato de comida correu
de mão em mão, saciando, pelo menos em parte, a fome coletiva.
Mais tarde, João Lima chamou seu filho para conversar. Disse a ele que sua
mãe, dona Marocas, como era carinhosamente conhecida, estava muito preocupada
com a magreza dele, pois, era fundamental se alimentar bem.
Foi então que o menino mais uma vez surpreendeu seu pai. Com a voz firme
e decidida disse: - Pai, quando eu
crescer vou estudar muito e trabalhar muito para dar comida a todas as crianças
que não têm o que comer.
Podemos perceber que, naquele momento, apesar da pouca idade, a Obra de
Fabiano de Cristo começava a tomar forma no Espírito Jaime Rolemberg.
O tempo passou..., o menino cresceu..., estudou e trabalhou bastante. E
cumpriu a promessa que fizera a seu pai.
No dia 08 de janeiro de 1958, Jaime Rolemberg de Lima e outros amigos de
ideal espírita, dentre os quais, Carlos Torres Pastorino, Alziro Zarur, Divaldo
P. Franco, Chico Xavier, Gen. Augusto Duque-Estrada, Jorge Andrea dos Santos,
etc., fundaram o Lar Fabiano de Cristo (LFC), uma obra de inclusão social que
visa à educação integral do ser humano, acolhendo no seu seio os deserdados da
Terra.
A história espiritual do LFC é narrada no opúsculo “A Espiritualidade e a
Obra de Fabiano”, publicado pela CAPEMISA Social.
Dissemos anteriormente que Jaime Rolemberg era um Homem de Bem. Dissemos
isso, porque ele possuía as qualidades que marcam os Bons Espíritos. Ele era bom, humano e benevolente com todos, sem
distinção de raça nem de crenças, porque via todos os homens como irmãos.
Ele respeitava nos outros todas as
convicções sinceras, e não lançava o anátema aos que não pensavam como ele.
Em todas as circunstâncias, a caridade
era o seu guia.
Mas, como todos nós que estamos encarnados um dia iremos desencarnar,
Jaime Rolemberg de Lima desencarnou no dia 17 de janeiro de 1978, aos 64 anos
incompletos. E o Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, ficou enlutado. As
pessoas começaram a perceber, mais ainda, a grandiosidade daquela alma que veio
cumprir uma missão de Amor aqui na Terra, em nome do Cristo Jesus.
No dia do seu sepultamento, no cemitério São João Batista (Zona sul do
Rio de Janeiro), uma multidão compareceu para dar o último adeus ao seu
benfeitor. Pessoas simples e anônimas; também, homens e mulheres de grande
projeção social e política. Todos indistintamente tratados como irmãos por
Jaime Rolemberg.
Sua filha, dona Eni Siqueira Lima, em outra oportunidade, fez a seguinte
declaração: - Ali, no cemitério, eu vi
que ele não era apenas o meu pai... ele era o pai de todos.
Vale a pena destacar uma história da vida do Coronel Rolemberg, narrada
por Paulo Valente, ex-funcionário da CAPEMISA, que conviveu com o insigne
militar espírita, no seu livro biográfico “Jaime, o escultor do bem”:
Nos dias subsequentes, por
todo o país, muitas homenagens foram prestadas à memória de Jaime Rolemberg de
Lima. Em centenas de municípios, ruas foram rebatizadas com o nome do Coronel.
E muitas Câmaras de Vereadores, principalmente de cidades que abrigavam Obras
do Lar Fabiano de Cristo, fizeram sessões especiais “in memorian” dele. Na de
Salvador (BA) ocorreu um fato que merece citação especial, em virtude da pessoa
envolvida e porque nada daquilo estava programado.
Corria normalmente a sessão
da Câmara dos Vereadores de Salvador, onde Rolemberg estava sendo homenageado,
quando de repente, em meio aos discursos, entra no Salão uma senhora pequena,
magrinha, vestida com um hábito. Fez-se silêncio absoluto. Era Irmã Dulce, um
baluarte na Bahia e no Brasil. Ela pediu a palavra e disse que mesmo não sendo
convidada para aquela cerimônia, ela fez questão de comparecer porque gostaria
de prestar sua homenagem àquele homem que a ajudara muito. Apesar de
professarem diferentes crenças, foi ele quem a ajudou nas obras do seu
Hospital, depois dela ter tentado obter recursos de várias maneiras e nada ter
conseguido. Jaime Rolemberg ajudou-a sem fazer nenhum alarde.
Tudo começou quando o
Coronel foi visitar Irmã Dulce na Bahia. Ele entrou no seu hospital, que
apresentava condições bastante precárias. De maneira muito discreta, bem no seu
estilo, foi tomando conhecimento de todas as necessidades e encetou o seguinte
diálogo com a Irmã:
- O que a senhora está
precisando aqui?
- De tudo... – disse Irmã
Dulce.
- Olha, eu tenho uns amigos
lá no Rio e eles podem até ajudar a senhora. Vou falar com eles, tá? –
finalizou Rolemberg.
Voltando ao Rio de Janeiro,
Jaime deu uma ordem para que remodelassem todo o hospital.
E a religiosa ganhou um
lugar decente para atender seu pessoal. Os engenheiros que foram enviados a
Salvador a fim de providenciar as obras, comentaram a surpresa manifestada pela
Irmã Dulce: - Então, aquele moço, com aquele jeitinho que você não dá nada por
ele, é quem mandava?
Foi em função deste acontecimento que a Irmã Dulce foi à Câmara de
Vereadores prestar sua homenagem à Jaime Rolemberg de Lima, Patrono do nosso
Grupo de Estudos Espíritas.
Ainda no Mundo espiritual, o Espírito Jaime Rolemberg recebeu a missão de
mostrar ao mundo as possibilidades de uma convivência fraterna e solidária
entre todos os homens. E ele conseguiu cumprir bem essa missão.
Mesmo estando vinculada ao Espiritismo e tendo as suas raízes plantadas
nesta Doutrina de Amor, a Obra de Fabiano é universalista. Ela ensina que a
miséria humana não tem religião, pois, todos estamos sujeitos a ela; assim como
a caridade também não tem, já que todos podem e deveriam praticá-la como
ensinou Jesus.
Assim, caríssimos irmãos, ao darmos por encerrada a nossa II Semana JAIME
ROLEMBERG, iniciada segunda-feira passada com a participação do insigne amigo,
Coronel César Soares dos Reis, trabalhador incansável da Obra de Fabiano, desde
as primeiras horas, e presidente do ICEB, que veio aqui em Fortaleza
especialmente para nos conhecer, queremos manifestar a todos a nossa eterna
gratidão.
E hoje, quando completamos16 anos de fundação, queremos, perante todos
amigos presentes, encarnados e desencarnados, ratificarmos nosso compromisso
com a Doutrina Espírita, divulgando-a com responsabilidade e respeito.
Coronel Jaime Rolemberg de Lima, Patrono espiritual do Grupo de Estudos
Espíritas Jaime Rolemberg, nós te saudamos com nossas humildes continências,
rogando a Deus Suas bênçãos para o querido amigo, para a Obra de Fabiano de
Cristo e para todos os nela envolvidos direta ou indiretamente.
E para finalizarmos nossas homenagens, passamos a ler o seu poema favorito
“Success” (Sucesso), da poetisa norte-americana Elizabeth-Anne (1879-1952),
escrito em 1904:
O Homem que venceu na vida é
aquele que viveu bem,
riu muitas vezes e amou
muito,
que conquistou o respeito
dos homens inteligentes e o amor das crianças,
que preencheu um lugar e
cumpriu uma missão,
que deixa o mundo melhor do
que encontrou,
seja uma flor, um poema
perfeito ou o salvamento de uma alma,
que procurou o melhor nos
outros e deu o melhor de si.
Paz para todos.
Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram e participaram com a nossa II Semana JAIME ROLEMBERG.
ResponderExcluirCesar Soares dos Reis ajudou a transformar a CAIXA DE PECÚLIOS, PENSÕES E MONTEPIOS - CAPEMI (BENEFICENTE),EM CAPEMISA SEGURADORA DE VIDA E PREVIDENCIA CAPEMI(SA) SOCIEDADE ANÔNIMA, POR AÇÕES, deixando seus associados como mero SEGURADOS submetidos a S/A composta por ACIONISTAS. Ver PORTARIA SUSEP Nº 2.756, de 17 de setembro de 2007. Portaria cheia de erros, corrigidos posteriormente: DOU de 10/03/2008; DOU de 20/11/2008.Era Presidente da SUSEP- ARMANDO VERGILIO DOS SANTOS JUNIOR...
ResponderExcluir