Na questão 200, de O Livro
dos Espíritos, pergunta Allan Kardec: Têm
sexo os Espíritos? Resposta: Não como
o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e
simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.
Questão 201: Em nova existência, pode o Espírito que
animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa? Resposta: Decerto; são os mesmos os Espíritos que
animam os homens e as mulheres.
Temos nessas respostas valiosa
contribuição em favor da igualdade dos sexos, a demonstrar que a distinção
entre o homem e a mulher existe apenas no aspecto morfológico, físico. Ao afirmar que a sexualidade existe no
Espírito, mas não como o entendemos, o mentor espiritual situa o sexo como
condição psicológica. Será masculina quando predominem características de
masculinidade. Feminina, quando predominem características de feminilidade.
Estagiando em ambos
os sexos, ao longo dos milênios, o Espírito desenvolverá tanto a feminilidade
quanto a masculinidade, até chegar ao pleno desenvolvimento de ambas, com
perfeito equilíbrio entre o que há de melhor nelas. Então será um Espírito
puro, que poderíamos situar como entidade angelical. Quando alguém diz que anjo
não tem sexo exprime uma realidade. Não o tem como morfologia, nem como
psicologia, porquanto tanto a masculinidade quanto a feminilidade estão
plenamente desenvolvidas e equilibradas nele.
Obviamente o Espírito
nunca será totalmente feminino nem totalmente masculino, o que a própria
psicologia admite. O masculino sempre terá algo de feminilidade e vice-versa.
Quando um Espírito
masculino reencarna como mulher, o componente feminino de sua personalidade será
polarizado. Terá uma psicologia feminina, sem problemas. O inverso acontece
quando se trate de um Espírito feminino a reencarnar no sexo masculino. Essa
polarização pode não acontecer. Então haverá um conflito entre a psicologia e a
morfologia. Mulher por fora, homem por dentro. Ou homem por fora, mulher na
intimidade de si mesmo. Surge daí a condição gay.
O prezado leitor,
certamente, estará matutando qual seria, espiritualmente falando, a origem
dessa situação.
Pode ocorrer que,
tendo reencarnado seguidas vezes como homem ou como mulher, o Espírito enfrente
alguma dificuldade em relação à polarização, ao mudar de sexo.
Pode ser um
problema de expiação, a partir de abusos e viciações sexuais, bem como a
exploração do sexo oposto.
Pode ser uma escolha
do Espírito, por entender útil passar por uma experiência dessa natureza.
Uma questão a ser
considerada: a homossexualidade pode surgir como viciação. Assim como há
indivíduos que se viciam no fumo, no álcool, nas drogas, há viciados do sexo
que, à procura de sensações, acabam desenvolvendo práticas homossexuais.
Pode acontecer,
também, na adolescência, como experiência motivada pela curiosidade juvenil, ou
em prisões, como alternativa para satisfação do sexo. Por isso há homossexuais
masculinos viris, assim como há lésbicas que são extremamente femininas. Neste
caso, como ocorre com toda viciação, é possível superar tal comportamento.
Depende da vontade da pessoa, considerando que, como todos os vícios, acabará
por trazer-lhe problemas no futuro.
Há quem considere,
sob o ponto de vista espírita, que a inversão psicologia/morfologia, que
caracteriza a homossexualidade, pode ser o resultado desse desvio em vidas
anteriores. Seja qual for a origem
da homossexualidade a postura espírita deve ser de respeito, sem discriminar
ninguém.
As pessoas
questionam se o homossexual pode frequentar reuniões mediúnicas, aplicar
passes, ser associado do Centro Espírita. Pergunto: É um ET, porventura? Essas
indagações sugerem pensamento preconceituoso, que não deve estar presente entre
pessoas civilizadas. Tudo o que se deve exigir de irmãos nossos a vivenciar
essa experiência não é nada além do que se espera de qualquer religioso:
disciplina, dedicação, desejo de servir, respeitando-lhe a liberdade de
consciência.
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