sábado, 11 de novembro de 2017

HOMOSSEXUALIDADE



           




         Na questão 200, de O Livro dos Espíritos, pergunta Allan Kardec: Têm sexo os Espíritos? Resposta: Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.
          Questão 201: Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa? Resposta: Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.
          Temos nessas respostas valiosa contribuição em favor da igualdade dos sexos, a demonstrar que a distinção entre o homem e a mulher existe apenas no aspecto morfológico, físico.  Ao afirmar que a sexualidade existe no Espírito, mas não como o entendemos, o mentor espiritual situa o sexo como condição psicológica. Será masculina quando predominem características de masculinidade. Feminina, quando predominem características de feminilidade.

          Estagiando em ambos os sexos, ao longo dos milênios, o Espírito desenvolverá tanto a feminilidade quanto a masculinidade, até chegar ao pleno desenvolvimento de ambas, com perfeito equilíbrio entre o que há de melhor nelas. Então será um Espírito puro, que poderíamos situar como entidade angelical. Quando alguém diz que anjo não tem sexo exprime uma realidade. Não o tem como morfologia, nem como psicologia, porquanto tanto a masculinidade quanto a feminilidade estão plenamente desenvolvidas e equilibradas nele.
          Obviamente o Espírito nunca será totalmente feminino nem totalmente masculino, o que a própria psicologia admite. O masculino sempre terá algo de feminilidade e vice-versa.
          Quando um Espírito masculino reencarna como mulher, o componente feminino de sua personalidade será polarizado. Terá uma psicologia feminina, sem problemas. O inverso acontece quando se trate de um Espírito feminino a reencarnar no sexo masculino. Essa polarização pode não acontecer. Então haverá um conflito entre a psicologia e a morfologia. Mulher por fora, homem por dentro. Ou homem por fora, mulher na intimidade de si mesmo. Surge daí a condição gay.
          O prezado leitor, certamente, estará matutando qual seria, espiritualmente falando, a origem dessa situação.
          Pode ocorrer que, tendo reencarnado seguidas vezes como homem ou como mulher, o Espírito enfrente alguma dificuldade em relação à polarização, ao mudar de sexo.
          Pode ser um problema de expiação, a partir de abusos e viciações sexuais, bem como a exploração do sexo oposto.
          Pode ser uma escolha do Espírito, por entender útil passar por uma experiência dessa natureza.
          Uma questão a ser considerada: a homossexualidade pode surgir como viciação. Assim como há indivíduos que se viciam no fumo, no álcool, nas drogas, há viciados do sexo que, à procura de sensações, acabam desenvolvendo práticas homossexuais.
          Pode acontecer, também, na adolescência, como experiência motivada pela curiosidade juvenil, ou em prisões, como alternativa para satisfação do sexo. Por isso há homossexuais masculinos viris, assim como há lésbicas que são extremamente femininas. Neste caso, como ocorre com toda viciação, é possível superar tal comportamento. Depende da vontade da pessoa, considerando que, como todos os vícios, acabará por trazer-lhe problemas no futuro.
          Há quem considere, sob o ponto de vista espírita, que a inversão psicologia/morfologia, que caracteriza a homossexualidade, pode ser o resultado desse desvio em vidas anteriores.         Seja qual for a origem da homossexualidade a postura espírita deve ser de respeito, sem discriminar ninguém.
          As pessoas questionam se o homossexual pode frequentar reuniões mediúnicas, aplicar passes, ser associado do Centro Espírita. Pergunto: É um ET, porventura? Essas indagações sugerem pensamento preconceituoso, que não deve estar presente entre pessoas civilizadas. Tudo o que se deve exigir de irmãos nossos a vivenciar essa experiência não é nada além do que se espera de qualquer religioso: disciplina, dedicação, desejo de servir, respeitando-lhe a liberdade de consciência.
         

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