É habitual acontecer quando
nos confessamos na condição de espíritas que surjam algumas perguntas curiosas
da parte das pessoas que nos escutam. Isso se dá porque a Doutrina Espírita
ainda desperta uma espécie de senso de mistério para uma porção da população
vinculada a outras crenças, condição que um pouco de informação ajuda a diminuir.
Como o caráter do Espiritismo não é conhecido, pois facilmente é confundido como
se fosse mais uma Religião e assim visto com a qualidade de um movimento
proselitista, importa que tenhamos clareza para ressaltar que a sua mensagem
extrapola a classificação de religiosa
como se entende vulgarmente tal expressão. Simplesmente, e é isso que confunde
um pouco, o alicerce moral do seu aspecto ético-filosófico é o conteúdo exalado
dos ensinamentos de Jesus e esse fato provoca na mente das pessoas a ideia de
que a Doutrina Espírita compita em busca de hegemonia em relação aos outros
credos cristãos, esses eminentemente religiosos. Nada mais equivocado do que
essa versão alimentada pelo fato das instituições religiosas considerarem Jesus
o seu líder espiritual, considerando que essa é a única semelhança entre elas e
o Espiritismo.
Definitivamente
o Espiritismo, apesar do seu aspecto ético, não é uma religião
institucionalmente falando, senão na essência do ligar a Deus. De resto,
trata-se de um corpo doutrinário que abrange vários campos do conhecimento e
tem como objetivo precípuo ajudar aos homens que atuam nas diversas áreas em
que se encontrem a alcançarem um nível de compreensão que lhes permita cooperar
com a evolução do planeta e da sociedade, da qual fazem parte, sem a exigência
de que saiam de onde estão para se tornarem espíritas. A necessidade da
divulgação espírita se dá pela importância do homem compreender que há apenas
um mundo, dividido em plano material e espiritual, mas que a vida é apenas uma,
o que implica em compromisso de responsabilidade com todos os atos praticados
durante o tempo da existência física e continuidade do existir depois da morte.
A
ideia espírita é universal, não inventou nenhum dos seus princípios, apenas
compôs uma visão integral que pode se ajustar a qualquer sistema da
inteligência humana. Resiste aos mais rígidos modelos de avaliação científica
tanto quanto ao mais sério inquérito de natureza filosófica. Sua consequência
ética é a convivência dentro do modelo de liberdade, igualdade e fraternidade
defendido por todos os grandes homens da humanidade, cuja liderança está em
justa posse nos ensinamentos de Jesus Cristo, aquele que serve de modelo e guia
para a humanidade (LE q. 625).
É
papel dos espíritas traduzirem em suas práticas de vida o mapa que a Doutrina
Espírita coloca em suas mãos para se beneficiarem desse tesouro, mas o
Espiritismo é uma obra divina e o seu benefício e alcance extrapola aos limites
das casas espíritas, alcançando os laboratórios e institutos de todos os
recantos da Terra. Nós os espíritas precisamos despertar para tal realidade, se
não quisermos ficar à margem desse processo de crescimento espiritual na
equivocada compreensão de detentores exclusivos da mensagem dos Espíritos
Superiores, os quais espalham Paz, Luz e Consolo para toda a humanidade sem
sectarismo, sob as bênçãos de Jesus.
¹editorial do programa Antena Espírita de 12.11.2017.
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