Escolas alternativas, muito simplesmente
explicando, são todas aquelas que propõem uma educação diferente da escola
tradicional, essa que está aí, com lousa, carteiras, grade curricular (a grade
é literal, aprisiona mesmo), horários para essa ou aquela disciplina, relações
de opressão e obediência do aluno, tratado como um ente passivo, sem poder de
escolha, submetido à disciplina da nota, advertência, e, em último caso,
expulsão.
Entretanto, escolas alternativas nunca são
iguais, porque se são livres, se propõem coisas novas, se experimentam, não
seguem cartilhas prontas. É verdade que existem o que eu chamaria de
metodologias ou correntes alternativas, que não seguem a escola tradicional,
mas são movimentos que têm, sim, uma diretriz bastante delineada. Exemplos
seriam a Pedagogia Waldorf e o Método Montessori. Ainda que se possam fazer
algumas críticas, e eu como libertária faço, a essas tendências, que acabam por
se fixar em alguns dogmas e se fecham ao fluxo permanente da evolução, ainda
assim, essas escolas são melhores que as tradicionais, porque não seguem aquela
formatação opressiva e desumanizante da pedagogia majoritária do planeta.
Se há diferenças entre diferentes experiências,
há também pontos comuns. Poderíamos dizer que existem requisitos para que
possamos classificar uma escola de alternativa. Quais seriam eles? Será que
podemos generalizar, sem ofender a singularidade de cada uma?
Digamos que as escolas mais alternativas, mais
comprometidas com mudanças substanciais na educação, têm pelo menos a maioria
desses princípios e dessas práticas:
Valorização do ser humano: os sujeitos,
educadores ou educandos, são sujeitos de fato; atuam e interagem. Propõem,
discutem, conversam, se conhecem, assumem conflitos e os resolvem. Não são
peças de uma engrenagem pré-estabelecida.
Valorização da criança, do adolescente, do
jovem: os alunos têm identidade, voz, são olhados, conhecidos como pessoas, com
seus talentos específicos.
Liberdade: educadores e educandos têm poder de
voto, podem fazer escolhas, tanto nas regras de convivência, quanto nas
proposições pedagógicas. Não está tudo formatado, apostilado, pronto para ser
cumprido.
Afetividade: as relações entre educadores e
educandos são relações de afeto, de respeito mútuo e não de poder e opressão.
Educação ativa: Há projetos, pesquisas, ações,
escolhidos, propostos ou livremente aceitos e negociados com e pelos alunos. Os
conteúdos não são fins em si mesmos, e sim o desenvolvimento de habilidades.
Fazer, agir, participar, perguntar, pesquisar, propor são valorizados.
Educação integral: as habilidades que se buscam
desenvolver numa escola alternativa não são apenas cognitivas, mas também
sociais, políticas, estéticas, éticas e (no caso da Waldorf e da Pedagogia
Espírita, por exemplo, também espirituais). A educação é abrangente, humana,
existencial.
Um dado, porém, é que antes que se
estabelecessem, enquanto se estabeleciam e depois de se tornarem hegemônicas no
planeta essas escolas tradicionais aprisionantes, sempre houve experiências de
educadores que propuseram tais ideias e tais práticas mencionadas acima. Por
exemplo, em pleno século XVII, Comenius queria escolas lúdicas, ambientes
estimulantes, e república na escola!
Pestalozzi, no início do século XIX, fundou o
Instituto de Yverdon, que ficava com os portões abertos, para os alunos
entrarem e saírem. No início do século XX, no Brasil, tivemos Eurípedes
Barsanulfo que, como anda dizendo José Pacheco, foi um dos maiores educadores
do século. E seu colégio Allan Kardec tinha a maioria dessas características de
escola alternativa. Também no início do século XX, Neill fundou Summerhill,
escola livre e amorosa, que existe até hoje na Inglaterra.
Além dessas diretrizes semelhantes, há algo a
mais nessas três escolas, como há em outras aqui não mencionadas (para lembrar
apenas uma, a República das Crianças de Janusz Korzack): a presença de um
grande educador, que bancou a experiência, que tinha um carisma extraordinário.
O que precisamos para a mudar a Educação de
vez? Que tenhamos muitos Pestalozzis, Eurípedes, Neills: revolucionários,
libertários, amorosos, íntegros e comprometidos com o ser humano!
Para saber mais sobre essas três experiências,
faça o curso EAD da Universidade Livre Pampédia, Escolas Alternativas.
Visite o link abaixo:
fonte: https://bloguniversidadelivrepampedia.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário