Nesse sublime instante, o Mestre Jesus passará
a reinar para sempre nos corações humanos, sendo ele a prova viva da presença
do espírito imortal, com sua vestimenta ultraenergética, saturada de
incomensuráveis energias, resultantes de incalculável intercâmbio de vigorosas
e plenas partículas, situadas nas dimensões do Infinito e artífices das
catalogadas hodiernamente pela ciência terrena no mundo subatômico.
O microcosmo é o mundo do homem consciente,
visualizando o Universo, o macrocosmo, e se sentir integrado nele,
correspondendo-se entre si. Em verdade, nós navegamos pelo macrocosmo, em uma
embarcação, constituída de ferro, pedra e água, iluminada por uma estrela de 5ª
grandeza, o Sol.
Nessa morada, planeta Terra, desenvolvemos
muitos potenciais e nos preparamos para despertar cada vez melhor, na dimensão
espiritual, e poder desbravar paulatinamente o macrocosmo, porquanto é
impossível viajar pelo Universo, na vivência física, diante da marcante
fragilidade humana. Através das existências sucessivas e com o aprimoramento
espiritual, nos tornamos aptos a compreender o Universo e poder habitá-lo
gradativamente, desde uma esfera inferior até às superiores, até granjearmos,
em definitivo, “olhos para ver” e “ouvidos para ouvir” (Mateus 11:15).
Segundo o conhecimento científico, o macrocosmo
começou por ser microcosmo, quando se formaram as mais leves partículas
fundamentais da matéria, como o elétron, cerca do primeiríssimo segundo após a
grande explosão (big-bang), no que se presume seja a origem do Universo. Em
verdade, o microcosmo corresponde à miniatura dele. É possível que ele, tão
grandioso e infinito para o homem, possa ser, além dos buracos negros, também
um microcosmo de algo ainda de maior grandiosidade que ele mesmo.
O microcosmo é o mundo do átomo, com seus
incomensuráveis elétrons e o núcleo inundado de energia, enquanto o macrocosmo
é o mundo incomensurável das galáxias, estrelas, planetas e corpos celestes.
Hermes Trimegisto, que viveu no Egito antigo,
em torno de 2700 A.C., considerado o pai da Ciência Oculta, o fundador da
Astrologia e o descobridor da Alquimia já dizia que “o que está em cima é como
o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”.
Tanto o homem das ciências astronômicas, quanto
o cientista do mundo subatômico, certamente penetra em dimensões situadas além
da nossa compreensão. No microcosmo, milhões de células com seus núcleos
revelando uma infinidade de genes e mais profundamente um universo em miniatura
com um número astronômico de átomos, gerando possante energia e com os
elétrons, assim como os corpos celestes, girando efusivamente em volta do
núcleo.
Já no macrocosmo existem centenas de bilhões de
galáxias, tendo a probabilidade de haver, em cada uma delas, uma centena de
bilhão de estrelas. No Universo presume-se haver dez bilhões de trilhão de
planetas, corroborando o ensinamento do Mestre de todos nós: “Na casa de meu
Pai há muitas moradas...” (João 14:2).
As dimensões do Cosmos são realmente
incomensuráveis. As distâncias são medidas através da velocidade da luz. Um
raio luminoso percorre por segundo cerca de 300.000 quilômetros. Em um ano, a
luz atravessa cerca de dez trilhões de quilômetros, o que corresponde a uma
unidade de comprimento chamada de ano-luz. Do Sol ao centro da Via-Láctea são
30.000 anos-luz.
Certamente, ao lado das teorias e equações
revelando a grandiosidade do micro e macrocosmo, encontramos indícios de uma
mente superior, “causa inteligente de todas as coisas”, a quem Jesus chama de
“Meu Pai” e o Evangelho define como “Amor”. Em verdade o microcosmo e o
macrocosmo espelham, em sua complexidade, beleza e harmonia, a existência de
uma “Inteligência” que não pode ser atribuída ao acaso, ao nada.
É de pasmar o progresso obtido pela ciência,
principalmente, quando vivemos numa esfera insignificante do Universo, num
pequenino ponto planetário, localizado em uma sombria esquina da nossa galáxia.
O nosso orbe, dentro do Sistema Solar, é um dos menores. Em relação à
Via-Láctea, que é apenas uma galáxia diante de bilhões de outras, a Terra não
passa de um pequeníssimo cisco de rocha e metal, com seu diâmetro menor que a
centésima parte do Sol.
O macrocosmo e o microcosmo são frutos do
pensamento e da ação do Criador, uma obra planejada e executada pelo Grande
Geômetra do Universo. O espaço diminuto, abrangendo turbilhão de átomos, e o
Espaço Sideral tiveram uma formação causal, nunca casual. Enfatizam os
instrutores da dimensão espiritual: “Que homem de bom senso pode considerar o
acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada” (Q. 8 de “OLE”).
Allan Kardec, complementando o assunto, diz, com muita sabedoria: “A harmonia
existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios
determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a
formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode
produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não
seria acaso”.
O estimado confrade Divaldo Pereira Franco, no
livro “Moldando o Terceiro Milênio”, diz: “Na Via-Láctea, e para além dela,
miríades de astros e de focos estelares desafiam o olhar perquiridor das
profundezas celestes. Que serão aqueles rincões celestes distantes? Serão
outros tantos teatros de evolução e renovação, criados pelas mesmas e eternas
leis cósmicas? Uma perfeita harmonia preside a marcha e o equilíbrio desses
milhões de mundos longínquos, movendo-se sob a direção do Grande Geômetra do
Universo. A simples contemplação desses fantásticos mundos siderais é
permanente lição de humildade, ante tão indescritível cenário submetido aos
desígnios do Criador de todas as coisas”.
Em verdade, a maior prova da presença da Divindade
é a possibilidade do microcosmo dentro de cada criatura terrestre poder
contemplar a abóboda celestial, à noite, e penetrar em uma dimensão tão
complexa e enigmática, onde se movem bilhões e bilhões de astros, expressão
segura de um transcendental Ser Superior. O microcosmo, ligado ao macrocosmo,
em verdade representa uma coisa só, um em miniatura e o outro infindável.
Realmente, “somos deuses” (João 10:34) e o “Reino de Deus está dentro de nós”
(Lucas 17:21), segundo o ensinamento de um Mestre que já conquistou a plenitude
cósmica: O excelso mensageiro de Deus que “se fez carne e habitou entre nós”
(João 1:14).
Assim como Jesus conseguiu conquistar a
perfeição, todos nós, diante do Infinito, viajando no veículo da imortalidade,
igualmente a granjearemos. Então, estaremos aptos a compreender o micro e
habitar o macrocosmo. Tudo realmente tem uma causa e fomos criados para a
ventura eterna por um Ser, definido, no Espiritismo, como “Inteligência
Suprema, Causa Primária de todas as coisas” (OLE nº 1) e que se remonta à
Eternidade.
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