Indiscutível que cada Espírito guarda a sua
individualidade e se distingue de todos os demais pela forma como conduz a sua
escolha diante dos enredos das inumeráveis encarnações. Pela similaridade de
caracteres, o que não significa que sejam iguais, os Espíritos formam uma
espécie de tribo que vibra dentro de uma coesão energética que varia dependendo da qualidade de seus pensamentos e
ações.
Nos
itens 101 a 113 de O Livro dos Espíritos (Escala Espírita) Allan Kardec traça
um perfil das características dos diferentes grupos e apresenta uma
classificação que permite avaliar, através da linguagem e das idEias exibidas
por cada um, em qual comunidade espiritual, cada indivíduo está adaptado. O
Codificador avaliava naquela ocasião as centenas de desencarnados que se
comunicavam através de médiuns e demonstravam assim que os Espíritos pelas suas
dotações intelectuais e morais se agrupam, sem que haja obrigatoriedade de
necessariamente se conhecerem.
Trazida
essa realidade constatada por Allan Kardec entre os seres que povoam o mundo
espiritual, nada equivocada a compreensão de que a mesma regra valha para as
associações que ocorrem entre os encarnados. Igualmente formamos grupamentos
que se caracterizam por pendores, desejos e práticas. Formamos classes
profissionais, associações espontâneas que agregam valores definidos e
planejamos estratégias para o mundo e nem sempre nos conhecemos fisicamente.
Compomos equipes que se associam e formam em torno de si uma cúpula invisível.
Reconhecemo-nos quando nos encontramos no caminho e descobrimos a similaridade
das vocações humanas sem que tenhamos dado uma única palavra antes. Significa
que estamos na mesma equipe e são as afinidades que ditam a sua formação.
Justifica-se
porque tantas pessoas se envolvem em causas peculiares e lutam por idéias
fomentando mudanças no comportamento da sociedade com forte apelo ao senso de
justiça, proteção e igualdade. Outros, no entanto se acumpliciam na produção da
diliquência em todos os matizes, tanto aquela derivada da desigualdade social
que emerge da fome de alimentos e de letras, mas também transborda da horda de engravatados
que se aproveitam do poder para vilipendiar o povo que lhe conferiu autoridade.
A natureza das atividades desses muitos grupos determina a condição espiritual
dos seus componentes. Estamos vinculados com um sem número de pessoas mundo
afora que correspondem aos nossos anseios e projeções. Saímos de uma comunidade
espiritual para compor uma de encarnados, cuja senha de identificação é a
qualidade dos pensamentos e ações. Aproximamo-nos ou nos distanciamos dos
ideais de universalidade apregoados pelos sábios que aparecem vez por outra
para ensinar o caminho, logicamente orientados pelo maior de todos que pisou o
solo do planeta, Jesus.
Todos
diferentes uns dos outros compomos tribos. Resta saber qual a tribo que
integramos. Há tribos para todos os gostos e tendências. Quais as tribos que se
identificam conosco? Somos aqueles que ferem e solapam a alegria ou compomos a
equipe luminosa daqueles que todos os dias plantam sementes de paz e felicidade
sem exigir respostas imediatas? Encarnados valorosos geram desencarnados
virtuosos que se agrupam aqui ou lá.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 03.12.2017
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