Habitualmente são lançadas
rogativas em direção a Deus, Jesus, à mãe de Jesus, aos considerados santos ou
ainda aos Espíritos Superiores. Solicita-se a realização de alguns desejos ou
ainda a intercessão para situações que se pretenda evitar. Quem não desferiu na
vida uma frase como: se Deus quiser, Deus me livre, Nossa Senhora que me salve
disso! Quem não tiver falado uma dessas expressões que atire a primeira pedra.
De certa forma quando exalamos
tais invectivas estamos reconhecendo que há poderes mais expressivos que os
nossos que podem interceder em nosso favor para o bem e com possibilidades de
nos livrar do mal. Até aí tudo bem, pois sabemos que é uma atitude de sabedoria
que nos vinculemos mentalmente aos seres superiores para conseguir que a nossa
mente exale vibrações organizadas.
A maior parte das vezes, porém
nos escondemos por trás desses ícones espirituais para lhes solicitar soluções
que não lhes cabem resolver. Exatamente porque, nesses casos, é a nossa atitude
pessoal que se constitui na única ação capaz de produzir o efeito que
necessitamos alcançar. Ao tomarmos uma estrada para o sul não é possível
alcançar qualquer destino que se encontre ao norte, mesmo que escandalizemos
todos os santos, divindades ou a espiritualidade. Quando optamos por uma
estrada é importante que estejamos atentos às paisagens que certamente se
abrirão a nossa frente para que não se exija apreciar a beleza da caatinga
enquanto caminhamos pela mata atlântica. Isso acontece toda vez em que dizemos
querer emagrecer e ingerimos alimentos calóricos, desejamos aumentar a
resistência e ficamos quietinhos na rede, precisamos vencer a barreira dos
concursos e gastamos o tempo nas redes sociais, ansiamos por um novo emprego e
não distribuímos os currículos nem melhoramos as qualificações, tem-se uma
patologia que impede a ingestão de doces ou salgados e ainda assim o fazemos,
escondendo dos demais.
Nas questões que nos compete
realizar é inútil solicitar a ajuda dos céus, apenas naquelas que se encontram
fora do nosso controle de decisão, que envolvam as complexas questões atinentes
aos enredos desconhecidos, aquelas que dependam parcialmente de nossas
atitudes.
O objetivo da encarnação, sob
a óptica dos Espíritos Mentores da Codificação, é fazer--nos chegar à perfeição, o que para uns significa
passar por uma expiação e para outros se constitui numa missão (LE 132).
E o resultado de cometimentos que impedem esse caminho previsto implica no
retorno à lição não aprendida no mesmo ponto em que foi deixada numa existência
anterior (LE 166).
Importante que estejamos com a
nossa mente vinculada aos grandes mestres da humanidade, assim como em Deus,
mas é inútil esperar que haja bônus extra para atitudes que não tivemos a
coragem de tomar em nosso próprio benefício. Em Mateus (VII: 7) Jesus nos
conclama “ Pedi,
e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”, o que significa
dizer: ajuda-te e o céu te ajudará. Mãos à obra, pois!
¹ editorial do programa Antena Espírita de 10.12.2017.
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