1 – Se o Espírito, ao reencarnar assume, que vai
viver sozinho e depois, reencarnado, muda de ideia, estará errando? Não poderá deixar a solidão para a próxima
existência?
Não se
pode confundir viver sozinho com solidão, o fechar-se em si mesmo. Por
contingência existencial ou planejamento espiritual, podemos ter apenas nossa
escova de dentes no banheiro. Nem por isso seremos solitários, desde que sejamos
solidários. Quem vive para servir não tem tempo para a solidão. Não obstante,
não é pecado casar-se quem assumiu o
compromisso do celibato, até porque não sabemos a que viemos na Terra. E, como
dizia o apóstolo Paulo (1Co, 7:9), é
melhor casar do que abrasar.
2 – Li
numa obra espírita que a população de Espíritos desencarnados é de
aproximadamente vinte bilhões. Isso me preocupa. Quando desencarnar, como
encontrarei meus familiares nesse mar de gente?
Pela sintonia do amor.
Aqueles que nos amam não estão num assento
etéreo, como sugere Camões em seu famoso poema. Eles nos acompanham, nos veem,
nos ajudam e nos esperam, amparando-nos no retorno à espiritualidade, desde
que, em memória deles, cultivarmos uma existência digna, pautada nos valores do
Bem e da Verdade. Se assim fizermos, certamente nossos amados nos receberão de
braços nos portais do Além.
3 – Há uma pessoa em minha família que é muito ruim
no seu comportamento. Oro muito por ela. Coloco seu nome em trabalhos de
vibrações, mas a impressão que tenho é de que ela fica cada vez pior. O que
fazer?
Continue
orando. Peça, sobretudo, a Deus, que lhe ajude a enxergar qualidades nesse
familiar, com a mesma facilidade com que lhe identifica os defeitos. As pessoas
tendem a se comportar como as vemos. Apontar espinhos é semear um espinheiro.
Identificar flores é preparar um jardim.
4 – Há mais ou menos seis anos conheço uma
pessoa com a qual tive um relacionamento. Esse relacionamento acabou, mas ficou
em mim algo muito bom. Com o passar do tempo, nos reencontramos. Após um breve
namoro, houve nova separação, talvez por insegurança dele. Estou angustiada. O
que fazer ou pensar?
A
vacilação dele evidencia que não nutre por você o mesmo sentimento. O
relacionamento afetivo tem dessas nuanças. Encerre o assunto, parta para outra,
sem fantasiar. Não persiga quimeras, a imaginar que está lidando com o homem de
sua vida, o que, efetivamente, não é, ou você seria a mulher da vida dele.
5– Que dizer do amor que nasceu entre mim e
minha jovem amiga? Tenho setenta anos e ela tem vinte. Tenho certeza de que há
uma ligação entre nós do passado.
Pode
ser. Não obstante, é preciso cuidado ao
tentar justificar situações dessa natureza, atribuindo-as a amores do passado.
Podem ocorrer por simples paixão, já que esta não costuma respeitar limites de
idade.
6 – Será lícito consumar essa ligação numa
experiência em comum?
Se
ambos são livres e desimpedidos, não há por que objetar. Forçoso reconhecer,
entretanto, que dificilmente tal ligação resistirá ao desgaste do tempo, à
medida que você aproximar-se da chamada senectude. Melhor sublimar agora essa
relação, contendo-a nos limites da amizade, a fim de não experimentar provável
decepção.
7 – Mantenho um
relacionamento sério com uma pessoa. Embora desimpedidos, não pretendemos nos
casar, e não vivemos juntos. Há algum problema?
Desfrutar dos prazeres de uma relação a dois, sem assumir os
compromissos que lhes são inerentes, pode parecer uma boa opção, em princípio,
na base da amizade colorida, como se
costuma dizer. Mas não atende à necessidade básica de acasalamento, que só
ocorre em plenitude quando ambos se dispõem a viver sob o mesmo teto, assumindo
os compromissos de uma existência a dois, dando legitimidade à relação. Se isso
não acontece, o colorido logo
desbota, gerando inquietação e insegurança.
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