Nunca é tarde para uma homenagem. O coletivo
humano do gênero feminino esteve no centro das celebrações mercê de uma data
que comemora de forma especial o seu dia. Afinal esse dia pontua toda a luta
histórica por um lugar ao sol, conquista que, aliás, deveria ser algo natural e
não uma luta, fica bem evidenciada com essa promulgação.
É
curioso que a população feminina desponte com percentuais maiores em
participação que a masculina em determinadas atividades da vida urbana (sem
falar na vida domiciliar) e ainda seja considerada minoria quando avaliadas as
condições que expressam reconhecimento e remuneração. Situação que é fruto de
uma engendrada hegemonia masculina que empurra a gangorra dos gêneros para uma
condição de desigualdade de forças.
A
evolução da sociedade e o processo de inclusão da mulher no centro dos debates
importantes da vida moderna derrubam por terra todas as tentativas ulteriores
de torná-la um ser inferior em força e em inteligência. Houve épocas em que
determinadas atividades lhes eram vetadas sob a alegação de incapacidade para
cumpri-las, conceitos ultrapassados e que, se ainda são defendidos e sabemos
que o são, certamente os defensores dessas teses estão completamente perdidos
no tempo, literalmente dormiram e têm pesadelos com o passado.
As
diferenças entre homem e mulher não passam de detalhes fisiológicos e de
funções corporais. Há padrões físicos que correspondem à definição sexual e há
uma grande discussão no mundo que traz à baila aspectos importantes.
Definitivamente a garantia da sobrevivência da espécie humana exige a
bipolaridade sexual, mas é importante que consideremos a dualidade de
caracteres para a centralidade emocional de cada ser espiritual provido do
corpo físico. Compreender que a supremacia é do Espírito é fundamental para
aprender quanto ao desempenho de nossas melhores performances. Não há a menor
possibilidade de uma existência unipolar, visto que cada polo exerce papel em
igualdade de importância, porém só podem ser funcionais quando se mantêm
interdependentes.
Allan
Kardec pergunta aos mentores da Codificação (LE – q. 202) – “quando somos
Espíritos preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher?”, ao que
respondem: “Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de
sofrer”. Isso demonstra o quanto precisamos repensar qualquer preconceito que
possa servir de atenuante para tornar mais difícil a vida das mulheres no
planeta.
Convidados
ao aprendizado das questões atinentes ao gênero feminino, vestidos de uma
fisiologia que lhes é específica, com todas as implicações que lhes caracteriza
na condição de mulher no mundo estamos diante de seres que dignificam a vida
humana pela demonstração de força e sensibilidade, de estética e desvelo, de
intuição e inteligência, além de se constituírem nas provedoras da maternidade
e do carinho, virtudes essenciais para que a vida irradie para a espécie
humana.
Saber
que uma homenagem nunca é tardia é importante, mas muito mais importante é
conclamar a todos os homens a fazer de cada dia o dia internacional da mulher,
com respeito e reverência ao seu papel no mundo.
editorial do programa Antena Espírita de 11.03.2018.
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