Letícia Franco, de 36 anos, médica de Cuiabá já
foi internada dezenas vezes desde 2010.
Só na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) foram 34 vezes. O grande
sofrimento é causado por uma doença crônica degenerativa que fez com que ela
postasse recentemente, uma espécie de despedida nas redes sociais: “Em 16 dias
estarei longe, na Suíça, fazendo o que me deixará livre da dor e do medo. Acho
que amanhã ou depois desligo esse facebook […] (sic) Toda minha família deixo
meu mais sincero amor”, postou no dia 1º de março de 2018. [1]
Foi em 2017, quando esteve internada e fez a
traqueostomia para poder respirar, que começou a pensar no suicídio assistido.
Como médica, ela sempre defendeu que pacientes de doenças incuráveis ou com
morte cerebral pudessem ter essa opção. A decisão de colocar fim à vida,
segundo Letícia Franco, foi extremamente difícil e envolveu questões
religiosas. No momento, Franco afirma ter suspendido o plano – a possibilidade
de poder ter seu caso estudado e ajudar outras pessoas que tenham a mesma
doença a levou a mudar de ideia. [2]
A viagem à Suíça citada na mensagem apontava
para o plano de “eutanásia” ou suicídio assistido em uma conhecida clínica que
oferece esse serviço para pacientes terminais que desejam por um fim a sua
vida, prática que é legal naquele país, ao contrário do que acontece no Brasil.
No Brasil, a Constituição e o Direito Penal são
bem claros: a eutanásia constitui assassínio comum. Nas hostes médicas, sob o
ponto de vista da ética da medicina, a vida é considerada um dom sagrado, e,
portanto, é vedada ao médico a pretensão de ser juiz da vida ou da morte de
alguém. A propósito, é importante deixar consignado que a Associação Mundial de
Medicina, desde 1987, na Declaração de Madrid, considera a eutanásia como sendo
um procedimento eticamente inadequado.
Não cabe ao homem, em circunstância alguma, ou
sob qualquer pretexto, o direito de escolher e deliberar sobre a vida ou a
morte de seu próximo, e a eutanásia, essa falsa piedade, atrapalha a
terapêutica divina nos processos redentores da reabilitação. Nós, espíritas,
sabemos que a agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a
moléstia incurável pode ser, em verdade, um bem.
Nós, espíritas, sabemos que a agonia física e
emocional prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a enfermidade pertinaz
pode ser, em verdade, um bem. A questão 920, de O Livro dos Espíritos, registra
que “a vida na Terra foi dada como prova e expiação, e depende do próprio homem
lutar, com todas as forças, para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas
dores”. [3]
O verdadeiro espírita porta-se, sempre, em
favor da manutenção da vida, respeitando os desígnios de Deus, buscando não só
minorar seus próprios sofrimentos, mas também se esforçar para amenizar as
dores do próximo (sem eutanásias), confiando na justiça perfeita e na bondade
do Criador, até porque, nos Estatutos Dele não há espaço para injustiças e cada
qual recebe da vida segundo suas necessidades e méritos. É da Lei maior!
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