O querido Codificador da Doutrina Consoladora
de Jesus, Allan Kardec, em A Gênese, ensina: “O mal é ausência do bem, como o
frio é falta de calor. Onde o bem não existe, forçosamente existe o mal” (Cap.
III: O Bem e o Mal).
Em uma reunião mediúnica, um Benfeitor
Espiritual disse o seguinte: - “Mesmo que estejamos em um ambiente inteiramente
escuro, se acendermos um pequenino fósforo, a obscuridade se dissipa”. Então,
concluiu o amorável Guia: - “Trevas correspondem à falta de luz e basta uma
pequenina chama luminosa para afastar a escuridão que nos assedia”.
Esse pequeno introito é importante para
ressaltar que o mal só impera onde não há o bem, transitando o ser nas veredas
da ignorância. O Evangelho instrui que cada pessoa receberá por suas obras,
achando-se merecedor das vibrações negativas que lhe atormentam. Se o indivíduo
está sintonizado em uma vibração elevada não será atingido pelos pensamentos
malfazejos dos malsinados feiticeiros encarnados ou do Além, conforme apontou o
querido Mestre: “Orai e vigiai para não cairdes em tentação”. Assim fazendo, a
defesa vibratória se fortalecerá contra as investidas do mal. Contudo, as
forças trevosas podem contra-atacar, agindo indiretamente, isto é, investindo
contra um parente ou amigo mais próximo daquele que possui imunidade contra o
mal. Exatamente o que aconteceu com o coroável e excelso Benfeitor Espiritual,
Bezerra de Menezes, cognominado de “Médico dos Pobres”, conforme consta na sua
obra A Loucura Sob Novo Prisma (edição FEB), escrito quando ainda encarnado. Um
dos filhos de Bezerra, precisamente o que estudava medicina, foi acometido de
uma tenaz obsessão, chegando a ser diagnosticado, de início, doença mental de
grande expressão.
Em uma reunião de desobsessão, o Espírito não
esclarecido dirigiu-se a Bezerra, declarando-lhe: - “Não posso fazer-te o que a
ele faço, porque és mais adiantado; mas castigo-te indiretamente na pessoa do
teu filho amado...”. Portanto, o Espírito maléfico não podendo entrar em
sintonia vibratória com Bezerra para prejudicá-lo, agiu de forma insinuosa
sobre um ser mais fraco, sabendo que iria causar sofrimento no pai. A aflição
vivenciada pelo filho foi importante para sua reeducação espiritual. Ele
necessitava receber a lição necessária para o seu despertamento evolutivo.
Colhe-se o que se planta. Por ter infringido as Leis de Deus, em transata
experimentação física, passou pela expiação indispensável ao seu crescimento
espiritual.
BOX 1-
Quem se torna Receptivo aos Ataques desferidos pelos Feiticeiros do Além?
Importante ressaltar que, na questão 474 de
“OLE” (O Livro dos Espíritos), é alertado que “a dominação espiritual inferior
não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua
fraqueza, quer por desejá-la”. Ao mesmo tempo, enfatiza a respeito de muitos
casos de doença mental e de epilepsia não terem etiologia obsessiva. Realmente,
nem todo distúrbio psíquico é causado pela ação espiritual; contudo, os quadros
mentais são muito agravados pelo processo obsessivo.
Importante frisar que muitas são as criaturas
terrenas que sofrem o assédio de maus espíritos, os quais são, infelizmente,
evocados para a empreitada maléfica por pessoas adversárias. Uma ação
perniciosa para prejudicar o próximo, iniciada por indivíduo perverso, buscando
ajuda espiritual inferior, estando os dois em simbiose tenebrosa, em conluio
regido pelas sombras. Se a Justiça Divina que é regida na própria consciência
de cada um foi transgredida, o réu torna-se suscetível ao assédio espiritual
trevoso.
A questão 549 de “OLE” versa a respeito da
existência da “magia negra”, dizendo que “uma natureza má simpatiza com
Espíritos maus. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como
fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e
para te ajudar querem também que os sirva com seus maus desígnios. Mas disso
não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração
contrária ou pela sua própria vontade. Aquele que deseja cometer uma ação má,
pelo simples fato de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando
obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele
para o mal que desejam fazer. É somente nisso que constitui o pacto”.
Bem enfatizado pelos Instrutores Espirituais
que somente sofrem o assédio inferior os que estão suscetíveis, exatamente os
que estão sintonizados com os agentes perniciosos. O sofrimento sentido, sem
rebeldia, com resignação, se constituirá em mais um impulso, mais um empurrão,
no sentido de ser galgado um degrau acima, diante da evolução.
Felizmente, tudo está sob controle divino.
Apenas padece pelo cerco espiritual não esclarecido o ser comprometido com a
desarmonia vibratória dentro de si, em desacordo com a Lei. Seria injusto que
um indivíduo, sem a obrigatoriedade de sofrer os mecanismos da prova e da
expiação, seja atingido pelos dardos da obsessão. A Harmonia Divina paira por
todo o micro e macrocosmo; portanto, o indivíduo em sintonia com a essência
divina (“O Reino de Deus”) dentro de si, não sofrerá qualquer assédio trevoso,
por não haver receptividade com a vibração emanada de uma fonte inferior. Logo,
em não havendo acolhida, não haverá lesão. Os que não estão suscetíveis ao mal,
são amparados naturalmente pela Justiça Divina. Nos casos de comprometimento
espiritual, buscando a dissintonia do processo pernicioso, a ação benfazeja
dar-se-á através de uma conjuração contrária àquela que foi usada na magia
negra, utilizando-se do processo esclarecedor da desobsessão , nos arraiais
espíritas e nos trabalhos feitos ou desmanches, nos terreiros de Umbanda.
Corroborando a presença divina, amparando os
Espíritos já trilhando o caminho luarizado, a questão 551 de “OLE” é bem
contundente e deve ser examinada dentro de todo o contexto de “OLE”, nunca de
forma isolada. Allan Kardec pergunta se alguém poderia fazer mal ao seu
próximo, com auxílio de um Espírito mau que lhe fosse devotado. A resposta é
bem consoladora e justa: - “Não, Deus não o permitiria”.
Os Benfeitores Espirituais da Codificação, na
Q. 557 de “OLE”, fornecem a seguir uma informação bem esclarecedora,
assinalando em que oportunidade não há consentimento por parte da Divindade do
assédio espiritual inferior: - “Deus não escuta a maldição injusta e culpado
perante ele se torna o que a profere”. Portanto, não há contradição, a Questão
551 deve ser entendida que o Pai Amado, Criador de todas as coisas, somente não
tolera a chamada maldição justa, isto é, quando o ser merece passar pelo mal da
obsessão. Ainda na resposta da Q. 557 de “OLE”, diz a Espiritualidade Superior:
“Jamais a bênção e a maldição podem desviar da senda da justiça a Providência,
que nunca fere o maldito, senão quando mau, e cuja proteção não acoberta senão
aquele que a merece”.
Se tudo fosse permitido aos seres trevosos do
Além, as reuniões familiares, as competições esportivas, o aprendizado escolar,
as atividades do trabalho, a prática religiosa; enfim, a vida em plenitude do
ser humano estaria comprometida pela obsessão e ninguém poderia se manter em
paz, em concórdia, em harmonia. Para quem é fraterno com o semelhante, possui
uma conduta reta, estando situado em posição espiritual positiva, vivencia o
Evangelho de Jesus e está quite com a Lei Divina, o assédio espiritual inferior
não se estabelece, devido a uma imunidade natural que reflete proteção e se
irradia do ser. Consequentemente, pode-se afirmar que Deus, realmente, protege
esse indivíduo e não permite que o mal se estabeleça. Nada pode fazer o
Espírito maléfico naquilo que o Criador não concede. Somente os que infringem
as Leis Divinas se tornam receptivos aos ataques desferidos pelos sombrios
magos ou feiticeiros do Além. Muito importante o ensinamento da questão 552 de
“OLE”, quando o excelso mestre da Codificação Espírita aborda os Instrutores da
Dimensão Extrafísica, assim perguntando: - “Que se deve pensar da crença no
poder que certas pessoas teriam de enfeitiçar? ”Na resposta, a Espiritualidade
afirma: - “Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem
fazer mau uso”. Portanto, é necessário, na produção da magia, o uso vigoroso da
força mental, fixando-a com firmeza naquilo que se deseja alcançar.
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