Vivemos
numa sociedade de vinculações. Ninguém que consiga êxito em uma empreitada sem
a disposição de compactuar planos e práticas. Mesmo a atividade que tem a
individualidade como base, fato que acontece em determinadas modalidades de
esporte ou empresarial, há uma infinidade de interferências nos bastidores para
que aquele desempenho pessoal possa ser levado a cabo e sem as quais se
acredita que o resultado seria diferente.
Natural
que se assuma os riscos em um contrato de vinculação quando duas ou mais
pessoas se reúnem para tocar qualquer projeto de vida, desde uma relação de
casamento até outros vínculos que incluem associação para trabalhos em
quaisquer áreas de atuação. Qualquer compromisso há de ser levado a sério e as
falhas que acontecem de parte a parte podem gerar desconforto nos demais
associados, o que implica na disposição sempre atenta para que acertos prévios
possam ser modificados a partir de experiências novas que alcancem os
componentes do acordo. Quando o que havia sido afinado comece a desafinar nada
como uma nova rodada de discussões para criar outra frente de entendimento
quando a anterior parecer superada. Permanecer numa mesma forma de acordo
quando a prática aponta para uma realidade diferente significa lutar contra os
fatos. Importa buscar-se a competência para seguir adiante em uma situação que
estagna, pois permanecer na insatisfação é a receita mais apropriada para se
perder a motivação para a vida.
A existência é complexa demais para que
percamos tempo com a expectativa do que se passa na cabeça do outro. Um lapso
de desatenção e deixa-se para trás uma oportunidade que às vezes é aguardada
durante muito tempo. De certa forma há uma cultura de que se seja responsável
pela caminhada das pessoas que se encontram ao lado e nisso há algo de real e
muito de equívoco. O real aponta para o fato de que precisamos olhar numa mesma
direção quando se tem um acordo firmado. O equívoco e julgar que não se tem o direito
de parar um acordo para se começar outra vez. A falha se encontra na
insistência em manter um plano que deixou de funcionar pelo receio de começar
de novo.
Quando trata do tema que envolve a liberdade
pessoal O Livro dos Espíritos traz em duas questões uma bússola que pode ajudar
a esclarecer, como se vê a seguir: “843. O homem tem livre-arbítrio nos seus
atos? — Pois que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio
o homem seria uma máquina. 850. A posição social não é, às vezes, um obstáculo
à inteira liberdade de ação? — O mundo tem, sem dúvida, as suas exigências.
Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade dos poucos
esforços que faz para superar os obstáculos.”
Cuidemos de saber o quanto nos dispomos a construir
para que as associações que fizermos se ajustem ao propósito mais honesto
dessas construções. Conhecer os próprios propósitos impede de perder tempo com
querelas e perseguições e também de se submeter às mesmas se provindas do
outro. A tarefa a executar é pessoal. As vinculações obrigatórias são medidas
que facilitam em dupla via as dificuldades do caminho. Jesus, o maior que veio
à Terra, conclamou um grupo de pessoas para encetar o seu trabalho de
pacificação do mundo. Essa seja a nossa disposição ao se aproximar do outro e
permitir que o outro se aproxime.
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