A gestação de um novo filho na família é a
possibilidade do reencontro de seres de vivências passadas no contexto do lar.
Reencontro que se inicia no programa pré-existencial reencarnatório, planejado
nos departamentos do além-túmulo. Nessa conjuntura há uma união tão intensa
entre pais e reencarnante que o nascituro sabe, antes mesmo de renascer, se
será acolhido ou rejeitado.
No caso de filhos gêmeos, são situações
especiais que sempre despertam a atenção, tanto de cientistas como de
espiritualistas. Várias teorias já foram sugeridas a fim de explicar os
mecanismos determinantes da gemelaridade. Fatores ambientais e genéticos foram
descritos como predisponentes a essa circunstância obstétrica. Todavia existem
causas mais transcendes.
Analisemos uma programação para dois ou mais
Espíritos reencarnarem na mesma família, considerando o risco de impedimento de
gestação no porvir, considerando a vinda de um de cada vez, nesta hipótese,
pode ser que a espiritualidade apresse a vinda de mais de um espírito unidos
simultaneamente.
Suponhamos uma reprodução assistida mediante
fertilização in vitro convencional ou injeção intracitoplasmática de
espermatozóides. Ninguém consegue garantir que tais procedimentos possam ser
reproduzidos com sucesso em longos intervalos. Ora, se existe a probabilidade
de imediata gestação de mais de uma criança, deve-se valer da oportunidade, a
fim de favorecer a reencarnação simultânea dos espíritos. Nesses casos, cremos
que os técnicos reencarnacionistas do além-tumba agem de modo a antecipar o
renascimento de dois ou mais Espíritos, considerando a incerteza de uma segunda
gravidez; daí sobrevêm os gêmeos implantados em laboratórios.
Na verdade, a gravidez de gêmeos proporciona a
chance de espíritos simpáticos reencarnarem juntos por identidade de
sentimentos, além de servir como oportunidade de reconciliação de seres rivais.
Frequentemente os gêmeos são espíritos que foram unidos em várias
reencarnações. São amigos e possuem muita afinidade; entretanto, há exceções,
nalguns casos em que os irmãos revelam a aversão mútua.
Os gêmeos podem ser espíritos afins ligados não
só por seus laços de sangue, mas por uma extensa história de convivência
espiritual como encarnados ou desencarnados, para uma convivência compulsória.
Obviamente a matriz da afinidade entre dois irmãos, sobretudo se gêmeos, advém
de Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se
sentem felizes por estarem juntos.
Mas se os gêmeos podem ter semelhança de
caráter, podem também serem antipáticos, pois cada um é um mundo à parte, cada
qual com os seus pendores. Portanto, não é de regra que sejam simpáticos os
Espíritos dos gêmeos. Acontece que Espíritos adversários entendam de lutar
juntos no palco da vida.
Assim, podem ser Espíritos inimigos que se
reencontram na formação biológica, visando que se processe o perdão com mais
eficiência, fato que não correu com os gêmeos Esaú e Jacó, netos de Abraão, que
exibiam forte antagonismo recíproco, possivelmente também fruto de graves
conflitos em vidas passadas que não ficaram resolvidos enquanto reencarnados.
Por essas razões devemos aprimorar, sem
esmorecimento, as relações diretas e indiretas com os pais, irmãos, tios,
primos e demais parentes nas lutas do mundo, a fim de que a vida não venha a
nos cobrar novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas.
A estrutura familiar tem suas matrizes na
esfera espiritual. Em seus vínculos, juntam-se todos aqueles que se
comprometeram no além a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de
fraternidade real e definitiva.
A família é uma reunião espiritual no tempo, e
por isso mesmo o lar é um santuário. Muitas vezes, mormente na Terra, vários de
seus componentes se afastam da sintonia com os mais altos objetivos da vida.
Preponderam na família os elos do amor,
fundidos nas experiências de outras eras. Todavia, como se observa hoje em dia,
no clã familiar acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito
obscuro, que devem ser transformados em solidariedade fraternal, com vistas ao
futuro. Até porque, quando a família é ameaçada pela desunião doméstica, por
qualquer razão, a sociedade perde a direção da harmonia e da paz.
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