É intolerável os abjetos festivais de eventos
“espíritas” mormente grandiosos, inócuos e excludentes a exemplo de seminários,
congressos, simpósios, encontros “fraternos”, quase sempre onerosos, soberbos,
luxuosos, e constantemente destinados à elite “espírita” aquinhoada.
Nos tais eventos entronizam-se shows de
oratória retumbantes (ocas de humildade), através de palestras (algumas
plagiadas), desgastadas, repetidas e supérfluas. Porém os líderes espíritas
atuais conservam-se sob a hipnose do “canto de sereia da fama ou da santificação”,
sempre de olho na arrecadação dos recursos financeiros para desgastados
programas sociais.
É óbvio que não estão no legítimo caminho do Cristo!
… Ouço com insistência nos diversos centros que frequento sobre práticas
consideradas estranhas e dispensáveis para a boa difusão do Espiritismo.
Frequentei várias instituições onde alguns
divulgadores famosos são alcunhados (nos bastidores logicamente) de “camelôs
ambulantes do Espiritismo”, porque negociam e ofertam suas produções literárias
(mediúnicas ou não), CD’s e DVD’s nos balcões de negócio preparados para que
após suas “palestras espetacularizadas” sejam vendidos em “prol” do surrado
assistencialismo “espírita” em que se vangloriam concretizar.
Tal modelo propagandista do “Espiritismo” que
ganhou relevo após a desencarnação do Chico Xavier é, sem dúvida nenhuma, a
deterioração da proposta dos princípios espíritas destinados a todos, ao
alcance de todos.
Observemos a entrevista que o Chico Xavier
concedeu ao Dr. Jarbas Leone Varanda e que foi publicada no jornal uberabense O
Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, republicada no Livro “Encontro no
Tempo”, organizado por Hércio M.C. Arantes e editado pela IDE em 1979. O
amoroso Chico Xavier advertiu que “é preciso fugir da tendência à ‘elitização’
no seio do movimento espírita (…) o Espiritismo veio para o povo. É
indispensável que o estudemos junto com as massas mais humildes, social e
intelectualmente falando, e delas nos aproximemos (…). Se não nos precavermos,
daqui a pouco estaremos em nossas Casas Espíritas, apenas, falando e explicando
o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou
intelectuais (…)”.
Lembro quando puliquei o artigo
“INDUSTRIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPÍRITAS “GRANDIOSOS” [1], o ex-reitor da Universidade
Federal de Juiz de Fora, e escritor espírita, José Passini, afirmou: “Seu
artigo, Jorge Hessen, deveria ser eternizado em placa de bronze e distribuído
às instituições espíritas. Você acertou em cheio no monstro que desgraçadamente
cresce em nosso meio.”
Certamente os Benfeitores espirituais,
conscientes dos despautérios sobre a desprezível “ELITIZAÇÃO DO ESPIRITISMO”
estejam nos alertando para um tempo de necessárias e urgentes mudanças.
É infame, muito deprimente mesmo! Não é fácil
testemunhar esse nefasto cenário sem utilizar o brado da repulsa, através da
voz (escrita) e sugerir mudanças. Sobre isso, faço a minha parte destemidamente
e sem amarfanhar a própria consciência.
É urgentíssimo dar um basta à grave vocação
elitista do movimento espírita brasileiro.
Em verdade, de duas, uma! Ou o Espiritismo
chega à massa dos espíritos visíveis (encarnados), especialmente os “filhos do
Calvário”, os deserdados, para justificar sua mensagem ou submergirá no fosso
profundo da hipocrisia e não haverá mais razão e nem legitimidade divulgar o
Evangelho através da Terceira Revelação.
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