O excelso codificador da Doutrina Espírita,
Allan Kardec, aborda no capítulo XI da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo,
o tema: “AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”. Começa sua explanação dizendo que o
maior mandamento consiste em “fazermos aos outros o que queiramos que os outros
nos façam” e cita a seguinte passagem evangélica:
“Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a
boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o
tentar, propôs-lhe esta questão: - ‘Mestre, qual o mandamento maior da lei’.
Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui
tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. -
Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos” (MATEUS,
cap. XXII, vv. 34 a 40).
Importante à exortação do Cristo,
complementando a excelsa lição, dizendo: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”. O ensinamento é bem claro, porquanto é imperioso que o indivíduo queira
muito bem a outrem, na mesma proporção em que aprecia a si próprio. Sendo capaz
de amar-se, é possível, igualmente, ser propenso a ter afeição pelo próximo.
Portanto é imperioso que a autoestima esteja em alta e o ser esteja bem consigo
mesmo.
Além dos cuidados de higiene, alimentação e
lazer, não podemos nos descuidar da aparência, utilizando-nos, com equilíbrio,
sem excesso, dos recursos modernos proporcionados pela medicina, como o Laser,
o Botox (medicamento injetável que relaxa a musculatura, fazendo com que as
marcas de expressão e rugas fiquem menos acentuadas), aplicação de substâncias
de preenchimentos e cremes cosmetológicos, na dermatologia estética, e os implantes,
a lipoaspiração e o embelezamento facial, na cirurgia plástica.
Não devemos nos esquecer dos idosos, que
deveriam receber amplamente todos os cuidados médicos atuais, porquanto são
acometidos, no decorrer dos anos, de acentuada desidratação e perda de
elasticidade da pele, como igualmente de queda acentuada dos níveis hormonais,
ressaltando também a grande tendência ao insulamento e à depressão. Ainda mais,
cada vez mais se nota a sociedade dando ênfase à desvalorização da velhice,
desconsiderando os valores gerontocráticos e, infelizmente, associando
produtividade e vitalidade a uma aparência jovial.
Se alguém pode utilizar a tecnologia atual para
a melhoria de sua aparência, atenuando as alterações de envelhecimento, por que
não fazê-lo? Na medida em que reforça sua autoestima, melhorando a
autoconfiança, mais apto estará para a vida. Então, mais inclinado e disposto a
"amar o próximo como a si mesmo".
É importante não confundir esse sentimento de
autoafeição com vaidade, a qual denota o desejo inveterado de atrair admiração
ou homenagem, coisa fútil e frívola.
O Espiritismo, sendo o Consolador prometido por
Jesus, de maneira alguma pode ser apontado como castrador, punitivo e contrário
ao progresso atual. O desenvolvimento científico em grande escala,
principalmente na área da medicina, canalizado para o bem da criatura, é de fato
concessão da Providência Divina.
O bondoso médium Francisco Cândido Xavier dá
sua opinião acerca da correção de problemas estéticos, através da cirurgia
plástica: "Nós pensamos com os amigos que se comunicam conosco, que nem
toda provação deve perdurar durante a existência inteira. Chega o momento em
que esta provação pode ser extinta e renovada para o bem, reformada para a felicidade
da criatura.
"A cirurgia plástica regeneradora é uma
ciência que vem em benefício de nós outros, porque muitos de nós precisamos do
rosto mais ou menos bem composto, das pernas fortes ou mesmo de outros sinais
morfológicos do corpo corretos para cumprir bem a tarefa.
"Conheço uma amiga que é manequim e ganha
a vida para sustentar o marido que está num sanatório. Por que razão impedir
que ela faça a cirurgia plástica nos seios, quando estes estão
defeituosos?" (Extraído do jornal "Folha Espírita", outubro de
1996).
Alguns profitentes mais conservadores da
Doutrina codificada por Kardec manifestam desagrado e repúdio às inovações
científicas que visam ao embelezamento e ao rejuvenescimento da criatura
humana.
Lembro-me que, após assistir proveitosa
palestra de cunho doutrinário espírita, uma pessoa abordou-me, manifestando
desagrado por constatar que o orador apresentava cabelos tingidos.
À irmã, a qual confundia autoestima com
vaidade, disse que recursos modernos, possibilitando remoçar os velhos,
deveriam ser cada vez mais utilizados.
Citei também os textos evangélicos sobre o
"Maior Mandamento", frisando-lhe, igualmente, que deixasse de
observar comportamentos e atitudes do próximo e olhasse especificamente para si
própria, como advertiu o Cristo no Sermão da Montanha (Mateus 7:1-5).
Podem alguns conservantistas utilizar
princípios doutrinários espíritas para justificação da sua hostilidade à
correção estética, afirmando que não adianta reparar defeitos na vestimenta orgânica,
sem atuação em nível de perispírito, isto é, faz-se uma correção no corpo
físico, esquecendo-se do envoltório espiritual, que se mantém inalterável.
Será bem isso?
A Codificação Kardeciana ensina exatamente o
contrário, dizendo que a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade,
nem a rigidez da matéria compacta do corpo somático.
Sendo, portanto, flexível e expansível, a forma
que toma não é absoluta, amoldando-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a
aparência que entenda. O envoltório extrafísico se dilata ou contrai, se
transforma: presta-se a todas as metamorfoses de acordo com a vontade que sobre
ele atua (O Livro dos Médiuns, pág. 73 - Edição FEB).
A mesma intensidade de pensamento que leva o
indivíduo a buscar o rejuvenescimento na arena física pode agir de forma
idêntica na intimidade perispiritual.
Em verdade, a vestimenta extrafísica do ser é
resultante do que pensa e faz, segundo a força da sua vontade e consonante o
grau evolutivo em que se encontra, como criatura imortal diante da Eternidade.
Portanto, se a casca tornou-se jovem, o miolo pode acompanhar também o processo.
Na realidade, a jovialidade, qualquer que seja
a idade cronológica, é atributo do Espírito.
excelente o teme muito bem exposto
ResponderExcluir