O Cristo jamais arrecadou dinheiro (vil metal)
por difundir seus mandamentos e muito menos por seus acolhimentos à massa
padecente. Inversamente, condenou quem assim procedia. Chico contava nas
tradicionalíssimas rodas de amigos que jamais participaria de “eventos
espíritas” onde as pessoas precisassem pagar para vê-lo e confessava que daria
o que tivesse no bolso para se retirar desses lugares.
A estipulação de valores de taxas para
ingressos em eventos espíritas como palestras, encontros e seminários, sob
qualquer forma ou desculpa “esfarrapada”, é excludente e infame, pois restringe
os ensinamentos espíritas a quem pode pagar. Isso é uma deslealdade aos
Espíritos, a Kardec e a Jesus.
É inadmissível desviarmos o Movimento Espírita,
caindo nas mesmas esparrelas sofridas pelo Cristianismo romano (ocidental) e
Cristianismo ortodoxo (oriental), que vagarosa e sorrateiramente se tornaram
religião institucionalizada, rigidamente hierarquizadas. Tais igrejas
valeram-se dos valores monetários que foram transferidos da contribuição
espontânea para “assistência aos mais necessitados”, fixando-se taxas
pecuniárias (dízimos) camufladas sob vários pretextos, conduzidas para
custeamento do profissionalismo religioso e para construção de suntuosas catedrais,
além, é óbvio, pela acumulação de fortunas.
Quando analisamos as proezas da RAE-TV Rede
Amigo Espírita para difusão do Espiritismo gratuitamente (para o planeta) fico
ponderando que a atual liderança precisa instruir-se com o confrade sonhador
(pé no chão) José Aparecido e sua equipe. O que realiza na propaganda espírita
é de flamejar os nossos olhos de exultação!
Os contextos justificadores provindos das
badaladas lideranças espíritas são sucessivamente as mesmíssimas. Argumentam
que as casas espíritas não têm recursos financeiros suficientes para arcar com
os custos com viagem de expositores, aluguel de auditório, material de
trabalho. Daí, justificam, a necessidade da cobrança de taxa de inscrição. Ora
se não têm recursos, por que não se valem dos recursos das redes sociais e
façam iguais a RAE-TV (difusão doutrinária gratuita)?
Reconhecemos que alguns EVENTÕES determinam
ampla circulação do “vil metal”, todavia, entendemos que há outros modos, que
não sejam o de obrigatória exigência de taxa de inscrição para ingresso (a
exemplo dos eventos realizados pela Federação Espírita do Paraná que sempre são
gratuitos. Obviamente são processos mais árduos, contudo são mais leais aos
propósitos espíritas de estar ao alcance de todos e atuar sempre ao lado do
povo e não de alguns endinheirados.
Destarte, estaria se evitando abjeta
discriminação de participantes com base no poderio financeiro. Imaginemos como
permanece psicologicamente a situação de um espirita desempregado, que
sobrevive de “bicos”, “biscates” (serviços eventuais) cuja família atuante do movimento
espírita, não tivesse recursos para pagamento da taxa? Que vergonha!!
Há os que ajustam o discurso para arrazoar
sobre as contribuições espontâneas (rateio) com os que podem bancar a empreita.
Todavia, sempre haverá os que ajuízam que não dará certo, porque culturalmente
os espíritas endinheirados não estão habituados a contribuir espontaneamente.
Mas fica só entre nós aqui, as medidas como
essas, ou seja, contribuições espontâneas (rateio entre os que podem) não
funcionar é porque o grupo espírita ainda não está preparado moral e
espiritualmente para iniciativas mais arriscadas.
Para rematar, reproduzo a frase que já
proclamei por mais de cem vezes: Em verdade, de duas, uma! Ou o Espiritismo
chega à massa, especialmente aos “filhos do Calvário”, aos deserdados, para
relevar sua mensagem, ou submergirá no fosso profundo da hipocrisia e perderá
legitimidade anunciar o Evangelho através da Codificação.
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