O vocábulo felicidade deriva do latim felicitas
que vem de felix (ditoso, afortunado, feliz). Num sentido amplo é a ausência de
todo o mal, e vivência plena do bem. Em geral, um estado de satisfação devido à
própria situação do mundo.
Desde a década de 80 do século XX há uma
chamada “ciência da felicidade”, e alguns pesquisadores, ainda no universo do
paradigma oficial utilitarista, estão tentando criar um índice econométrico, a
tal “Felicidade Interna Bruta”, capaz de medir o nível de felicidade dos
cidadãos de um país. Os estudos apontam, por exemplo, que a riqueza não
consolida a felicidade das pessoas no mundo desenvolvido. Proteger um
crescimento econômico continuado não significa ter como objetivo uma sociedade
mais feliz.
Países nórdicos como Finlândia, Noruega e
Dinamarca ocupam os primeiros lugares em rankings de felicidade e bem-estar.
Todavia, um relatório do Conselho de Ministros Nórdicos e do Instituto de
Pesquisa da Felicidade de Copenhague sugere que a reputação dos países nórdicos
como “terras da felicidade” estão mascarando problemas importantes de alguns
segmentos da população, especialmente dos jovens entre 16 e 24 anos.
O pesquisador Michael Birkjaear afirmou ao
jornal britânico The Guardian que os mais jovens estão sozinhos e estressados e
têm desordens mentais. Há uma epidemia de transtornos mentais e de solidão nos
países nórdicos. No período de cinco anos da pesquisa, só na Noruega houve um
aumento de 40% no número de jovens que pediram ajuda por dificuldades relacionadas
à saúde mental.
O relatório diz ainda que na Finlândia,
classificada como o país mais feliz do mundo em 2018, o suicídio foi
responsável por 35% de todas as mortes nessa faixa etária.
Embora 3,9% das pessoas na região nórdica
tenham citado níveis classificados como “sofrimento”, essa taxa em outros
países é muito maior: 26,9% na Rússia e 17% na França. Sob esse ponto de vista,
as perspectivas na Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia ainda são
relativamente cor de rosa, mas não são tão perfeitas quanto algumas a pintaram.
(1)
A felicidade é uma atraente sensação que
experimentamos de euforia, uma percepção vivaz; todavia ela não ocorre em
condições contínuas e permanentes, porquanto felicidade não é o mesmo que
euforia. Alguns procuram estados eufóricos sob efeito dos fármacos psicoativos.
Em verdade, se a felicidade não for simples, se ela for ornada em excesso,
inchada de coisas inúteis, nesse caso não é felicidade, é apenas ilusão.
Mas será que “pode o homem gozar de completa
felicidade na Terra?” Os Espíritos afirmam que não! Por isso que a vida nos foi
dada como prova ou expiação. “Depende de cada um a suavização de seus males e o
ser tão feliz quanto possível na Terra.” (2)
Não podemos esquecer que a Terra é um mundo
atrasado sob o ponto de vista moral. Por isso, a felicidade total não se
encontra aqui no orbe, todavia em mundos mais evoluídos. Em nosso planeta, a
felicidade é relativa, conforme encontramos descrito no item 20 do capítulo V
de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. (3)
A felicidade terrestre é relativa à posição de
cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desventura de outro.
Nenhuma sociedade é perfeitamente feliz, e o que julgamos ser felicidade quase
sempre camufla penosos desgostos. O sofrimento está em todos os lugares. As
amarguras são numerosas, porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houvermos
transformado em morada do bem e de Espíritos bons, deixaremos de ser infelizes,
assim, enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será
lícito cogitar de felicidade isolada para nós mesmos.
Referências
bibliográficas:
[1] disponível em
https://www.bbc.com/portuguese/geral-45320175%20 acesso em 06/09/2018
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ:
Ed FEB, 2000, perg. 920
[3] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o
Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2003, item 20, Cap. V
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