O termo meritocracia provém do prefixo latino
meritum (“mérito”) e do sufixo grego cracia, (“poder”), sugere conjunturas
conseguidas por mérito pessoal. É óbvio que as estruturas biogenéticas (os
genes) não definem méritos individuais, embora posam influenciar.
Considerando-se que há fatores ambientais e espirituais, os méritos pessoais
não podem ser explicados somente por fatores genéticos.
Vociferam, especialmente os ideólogos “caviar”,
que há contradição na crença popular da “meritocracia”, considerando o modelo
de hierarquização baseado nos méritos pessoais de cada indivíduo. Trombeteiam
que nascer em berço de ouro é melhor do que nascer inteligente, porque duas
pessoas geneticamente semelhantes podem ter pontuações diferentes no teste de
QI, e as mais ricas investiram mais recursos escolares em seus filhos.
Esbravejam assim os seguidores da “romanesca ideologia igualitária”, inclusive
alguns “espíritas ateus”, conforme declara o blog http://espiritismoateu.blogspot.com/ (creia!).
Essa “vã ideologia igualitária”, que extasia a
mente desconexa de lógica, parece ser mais “justa”, e parece atender melhor à
parte mais “desprotegida” da sociedade. Porém, a pauta do “igualitarismo”
carrega consigo a nódoa desprezível da incapacidade de respeitar o livre
arbítrio individual. A “fantasiosa ideologia igualitária” não conseguirá jamais
se estabelecer com o consentimento dos cidadãos lúcidos. Em face disso precisa
se impor à força para que os “mais iguaizinhos” (grupelhos saqueadores da
liberdade individual) conduzam e proíbam a “liberdade” do resto da massa
aturdida e reprimida.
Via de regra, os oportunistas e ideólogos
“esturjões” ou obsidiados por caviar são ateus, abrangendo, como se vê no blog
acima, determinados “espíritas” … (espíritas!?…hum!!!!), materialistas e
impetuosos mensageiros de sistemas [repressores] e incontestavelmente repletos
de cobiça (fascinados por dinheiro – o materialismo). Tais criaturas bucólicas
não compreendem que a tão sonhada e “folclórica ideologia igualitária” seria a
curto prazo desfeita pelo pesadelo lógico da meritocracia e pela força das
circunstâncias.
As considerações espíritas certamente não podem
ser entendidas de forma ingênua e fatalista, segundo o conceito de que as
coisas são como são em decorrência unicamente de causas passadas e de que
devemos nos sujeitar a elas. Rejeitarmos a extrema desigualdade social e
fazermos o possível para reduzirmos as distâncias que existem entre as pessoas
é obrigação de todos. Indubitavelmente
não é natural a desigualdade extrema na sociedade. É obra dos egoístas, e não
de Deus. Mas essa desigualdade extremada desaparecerá quando o egoísmo e o
orgulho deixarem de predominar. “Permanecerá porém a desigualdade do
merecimento, pois que a cada um segundo seus méritos, como proferiu Jesus.” [1]
Em verdade, “O Espiritismo […] em face das
doutrinas religiosas enfraquecidas, petrificadas pelo interesse material,
impotentes para esclarecer o Espírito humano, ergueu-se uma filosofia racional,
trazendo em si o germe de uma transformação social, um meio de regenerar a
Humanidade, de libertá-la dos elementos de decomposição que a esterilizam e
enodoam”. [2] A Justiça Divina se baseia no livre-arbítrio e nas ações
individuais. Não é a opressão coletiva que fará um indivíduo social, fraterna
ou moralmente melhor; é o mérito de cada um que refletirá no coletivo.
Não é raro se fazer referência à meritocracia
espírita, designada por Kardec como aristocracia intelecto-moral,
desmerecendo-a por analogia à meritocracia vigente. A meritocracia espírita é
fundamentada nas conquistas morais do Espírito encarnado. Os conceitos do
Espiritismo defendem a meritocracia do ideário liberal, a liberdade individual
e quem batalha por esses valores não deve ser tido como um antidemocrático.
O conceito meritocrata reflete que o progresso
depende diretamente do esforço individual que não é “recompensa”, mas
consequência natural, efeito desejado, ou seja, só prospera quem escolhe
avançar. Quem assim não age, padecerá as naturalíssimas decorrências educativas
conexas. Todavia, do ponto de vista material, a sociedade organiza-se conforme
o próprio nível moral dos seres, e quanto mais evoluída, mais o mérito é
reconhecido como base da justiça.
Referências
bibliográficas:
[1]
KARDEC Allan. O Livro dos Espíritos , questão 812, RJ: Ed. FEB, 2000
[2]
DENIS, Leon. Depois da Morte, capitulo 24, Rio de Janeiro: Ed.
FEB, 1998
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