Basta uma busca nos Evangelhos que foram
escritos com os relatos da passagem de Jesus sobre a Terra (tanto os oficiais e
em especial os ditos apócrifos) para ampliarmos a compreensão entre ver e saber
ver, ouvir e saber ouvir. É reconhecido por qualquer estudioso das Religiões
que aqueles que lhes deram razão de existir, como Jesus, Budha e Krishna foram
muito maiores do que aqueles que tornaram os seus conhecimentos em doutrinas.
Da revelação daqueles à formatação dos seus seguidores muitos esquemas e arrumações
políticas destoaram das mensagens originais.
A
pior das desarmonias expostas pelas religiões estabelecidas tem sido julgar que
é possível viver-se religiosamente sem a presença da espiritualização. Todas as
grandes catástrofes testemunhadas pela humanidade que envolveram as religiões
constituídas se deram exatamente por esse viés. Não é diferente na atualidade.
E a explicação não é de difícil compreensão, apesar da solução para o problema
ser de extrema complexidade. A imperfeição do julgamento humano e a
precariedade dos valores morais dos líderes religiosos levam a uma
interpretação equivocadas a respeito dos ensinamentos daqueles ícones que dizem
seguir. Como mudar essa realidade é assunto para discussão dos próximos
séculos.
Sempre
que virmos o binômio “Religião sem Espiritualidade” é certo que vai haver
perseguições, distorções, extorsões, politização espúria, violência
santificada, violação de direitos, especialmente se o poder religioso encontra
espaço para parasitar o Estado. Essa concepção destrói os valores morais
estabelecidos pelos Mestres do Pensamento e, sob a retórica de salvar a
família, a propriedade e a tradição, simplesmente joga nas trevas da escravidão
aqueles que não se deixam aliciar, como se fossem subversores de uma nova ordem
que se intenta impor pela coerção.
Enquanto
isso o ícone do Cristianismo, de braços abertos conclama o “vinde a mim os
aflitos e sobrecarregados”, numa alusão absolutamente espiritual, não
necessariamente religioso, que garante uma visão que contextualiza o mais puro
desejo de aliviar, atender e tornar a sua mensagem um libelo universal, sem
distinções quaisquer de credos ou crenças.
A
Doutrina Espírita desde a sua publicação em abril/1857, ao basear a sua
disposição ética e moral de revelar Jesus como o seu grande timoneiro trouxe à
compreensão dos novos cristãos a renovação da mensagem do Mestre. Propugna a
Justiça e a Paz como os elementos básicos para a implementação do Reino de Deus
na Terra, com a lógica raciocinada de que tal objetivo há de ser perseguido com
os olhos abertos e os ouvidos atentos para que não nos tornemos cegos e surdos
aos descaminhos que nos lançam à prática religiosa órfã de espiritualidade.
Religião
só enobrece se dotada de espiritualidade.
Cuidemos atentamente para que a sociedade seja a nossa cidadela de ação
cristã, não apenas as instituições que se frequenta, a fim de que a posição que
adotamos diante do mundo faça valer o esforço de Jesus que, antes de tudo, veio
restabelecer a fraternidade e o respeito entre todas as pessoas, com as quais
festejou e publicou, na qualidade de irmão mais velho, a condição de Filhos de
Deus.
Concordo plenamente,infelizmente a religião passou a ser entendida como um “bem”, algo que possui “valor” no sentido pecuniário,e isso é um dos maiores entraves para que a espiritualização de faça presente,pois com o interesse material ocorre a exacerbação de vícios morais como a cobiça,a inveja,o interesse egoista.
ResponderExcluirIgualmente se destaque que a falta de espiritualização transforme o religioso em um CEGO. Como se viu nas Cruzadas e Inquisição e como se vê agora, quando OBRAS SACRAS são confundidas com símbolos religiosos. Tudo isso sinal de religião sem Espiritualidade. Roberto Caldas
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