A força faz o direito nas relações humanas, de maneira inversamente proporcional ao avanço moral de um povo. Assim, também, nas relações entre o homem e a mulher.
Observam-se, infelizmente ainda, em nossa
sociedade, traços marcantes do preconceito, dos maus-tratos e da violência
contra a mulher, no que pese seu indiscutível e crescente processo de
emancipação.
Por conta desse estado de coisas é que se faz
necessário o emprego de dispositivos legais como a “Lei Maria da Penha”, das
delegacias das mulheres e das demais instituições que se determinam em assegurar
à mulher proteção e bem-estar.
Homem e mulher são iguais diante de Deus e
devem ter os mesmos direitos, asseveram-nos os Espíritos Reveladores, em O
Livro dos Espíritos, respondendo às questões 817 a 822 (e é importante realçar
ter sido este livro escrito há 151 anos atrás!).
“O homem e a mulher são iguais perante Deus?
– Deus não deu a ambos a inteligência do bem e
do mal e a faculdade de progredir?”
Em verdade, os Espíritos não têm sexo (pelo
menos, não da forma como o concebemos em nossa maneira grosseira de pensar!) e,
assim, aquele que ocupa hoje um corpo somático masculino deverá utilizar-se
amanhã e já se haver utilizado ontem, em outras experiências reencarnatórias,
de indumentária feminina, dando-se o mesmo para aqueles Espíritos atualmente em
polaridade feminina.
Cada ser haverá de experienciar ambas as
situações para que possa exercitar e fortalecer em si todas as virtudes
características de cada identidade social, facilitadas pela anatomia e a
fisiologia que lhes são peculiares. Somente, assim, dá-se o desenvolvimento
completo dos potenciais divinos que temos em nós.
Hoje, as pesquisas científicas destacam
marcantes diferenças anatômicas e funcionais não apenas da expressão genital e
dos caracteres sexuais secundários, mas também da organização do sistema
nervoso, fazendo-nos concluir haver um cérebro masculino e um cérebro feminino,
semelhantes, no geral, mas com peculiaridades próprias, ambos notáveis e
facilitadores da vivência do Espírito, com o maior proveito, na polaridade em
que se manifesta na vida terrena.
Homens e mulheres somos, pois, espíritos
imortais e, por esta razão, devemos compartilhar dos mesmos direitos, não
obstante nossas diferenças funcionais, que devem ser preservadas. Que a mulher
cultive seus dons feminis, tanto quanto o homem seu caráter viril, para o
crescimento antropológico, social e espiritual de ambos, sob os auspícios da
regra áurea ensinada por Jesus: “Só fazei aos outros o que gostaríeis que vos
fizessem”.
Estamos homens ou mulheres nos diversos
momentos reencarnatórios, não havendo, por conseqüência, os estados de inferior
e de superior, no que tange à polaridade sexual, mas unicamente em relação aos
valores espirituais, adstritos à nossa vontade e ao nosso esforço ao longo do
tempo, ao longo das existências terrenas que agem como educandários para a
alma.
A família não é uma instituição a se extinguir,
mas uma sociedade em transformação, onde os valores se fortalecem, os direitos
se estabelecem e as responsabilidades se dividem fraternalmente. Não haverá
mais escravos em sua contextura: nem os filhos o serão dos pais, nem a mulher
do esposo, nem o marido e pai dos demais. Companheiros e amigos interagindo com
os melhores propósitos e vivenciando o amor: esta a família do mundo
regenerado, a família “terceiromilenista”.
Tendo em vista a situação que atravessamos, no
momento, de desrespeito aos direitos e de violência contra os Espíritos
domiciliados em corpos femininos, é que se faz necessário estabelecer um dia no
ano que leva-nos à reflexão e se faz referência para as lutas a empreender: o
Dia Internacional da Mulher, com o fito de assegurar à mulher o exercício de
sua cidadania plena. Mas isso é bastante para tomarmos consciência das
necessidades de mudança pela forma diferente de tratamento social e trabalhista
que sofre a figura feminina em nossa sociedade.
Há, por tudo isso, que se comemorar o “Dia
Internacional da Mulher”, até que se consolide, por completo, a sua emancipação
e se reconheçam os seus direitos.
Mas, em breve, quando os níveis de moralidade e
ética se elevarem, a fraternidade, a educação e o respeito mútuo hão de
conduzir-nos à nossa destinação: companheiros fraternos e conscientes da
própria condição, que se entreajudam e se intercomplementam nas tarefas
terrenas, em viagem conjunta rumo à liberdade e à felicidade eternas.
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