Vale ressaltar de início que
não se trata de um novo jogo de futebol entre Alemanha e Brasil o placar que
denomina esse texto, sequer intenta falar desse esporte multimilionário que
ocupa espaço gigante no ideário mundial. Infelizmente os quarenta e poucos dias
de 2019 têm trazido grandes abalos pela ocorrência de intempéries e negligências
capazes de dizimar vidas florescentes. Não bastasse o alto risco de ter
ressuscitados no País os manicômios aparelhados com o ressurgimento dos
eletrochoques, depois de grande luta pela reforma psiquiátrica disseminada
pelas sociedades de Psiquiatria, fomos atingidos pelas notícias desagradáveis
de desencarnação em massa por chuva, lama e fogo.
Definitivamente basta uma
esperança e um cabide e o menino pobre das periferias do Brasil certamente fará
do cabide a sua cama, da esperança uma luz que poderá tirar a si e a sua
família da periferia e da pobreza. Simples assim. Precisa tratamento humano
não. Pode fazer festa com as aparas e restos dos craques, os quais exibe em
fotografias que pressagia que será o personagem principal em fotos futuras. Mal
percebe que está sendo amontoado numa peneira de pressões para de cem sair um,
aquele que doravante vai ser fotografado e tornado celebridade enquanto os
outros 99 seguem estrada depois da refrega. Os custos certamente compensados
pelo diamante garimpado por aqueles que aviltaram a qualidade de vida até que
alcançasse aquele objetivo.
Não há fatalidade no
comportamento humano e para tal compreensão ficam sugeridas as questões de O
Livro dos Espíritos que trata desse tema e inicia na pergunta 851, as quais
mostram que os acontecimentos são opções que poderiam ser evitadas sempre que
dependam da atitude por decisão humana.
Convivemos num tempo que
extrapola a lógica. Assistimos a espetáculos que deveriam ter torcida única.
Todos em defesa ao respeito e à vida. Por que afinal o que experimentamos é
diferente disso? Mais uma vez O Livro dos Espíritos (q.886) vem em auxílio:
“Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? –
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão
das ofensas”. Segundo Jesus a Caridade não é uma prática de concessões piegas
em direção àquele que está a nossa frente. Expressa exatamente o “fazer ao
outro o que deseja para si”. Nos casos que nos chegam trazendo desassossego e
dor, os responsáveis pelas instituições envolvidas (Vale e Flamengo) estavam
pensando em “fazer mudanças na próxima semana” e não houve próxima semana. Isso
acontece quando deixamos de usar a benevolência da caridade que Jesus propugna.
Como espíritas bem sabemos que
a vida prossegue e os erros podem ser consertados, mas a maldade e o descaso
devem continuar nos indignando, sem que nos tornemos milícias de justiçamento.
Sabemos ainda que a vida continua além da morte e as pessoas que saíram dessa
existência porfiam adiante, mas só cabe a Deus mercê do livre arbítrio da
escolha de cada um esse momento e o como acontece. Não é dado a quem quer que
seja apertar o botão, mormente por ambição e egoísmo. Elevemos a Jesus o nosso
de clamor em favor dos menos favorecidos. Mantenhamos em prece nossas mentes na
certeza de que o planeta merece cuidado, assim como as pessoas que aqui
habitamos.
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