Meu Jesus querido!
Faz tempo que não te faço uma prece do mais
profundo, do âmago de mim mesma, buscando um olhar de paz, que me conforte e me
levante, me alivie e me empurre…
Jesus Cristinho, como está difícil!
A gente acorda e começa a ser bombardeado por
uma avalanche de notícias ruins: as baleias com plástico no estômago, os negros
tomando 80 tiros, a África devastada por tufões, com tão pouca gente que a
acuda e que a resguarde, que a resgate… E os atentados, a fome, os capitalistas
selvagens devastando os pobres e a terra…
Corremos de lá para cá, o dia inteiro. Enxuga
uma lágrima aqui, atende alguém que surtou, faz prece por outro que deprimiu e
está à beira de desistir. E no meio de tudo isso, correndo para comer, correndo
para pagar, correndo para sobreviver.
Minhas irmãs me buscam: cansadas, violentadas,
abandonadas por quem lhes deveria amor e compreensão, tendo que criar filhos
sozinhas, trabalhar dia e noite sem pausa, com uma exaustão crônica, com uma amargura
quase sem cura.
Meus irmãos me falam: perdidos, desorientados,
deprimidos, com sonhos falidos, porque escravizados no trabalho ou esvaziados
no desemprego.
Um aluvião em meus ombros, em nossos ombros, e
busco ansiosa por teu fardo leve, por teu consolo em minha alma. Mas até parece
que meus olhos estão nublados e o coração prestes a romper em desânimo.
Vem a nós, Mestre amado! Que esperas de nós
nesse momento? Dos que te amam, dos que querem te seguir, dos que acreditam na
força do bem, na necessidade da paz e na verdade do amor? Que bandeiras
levantarmos primeiro, que pessoas socorrermos à porta de nossos corações, que
mais podemos fazer para clamar pelo teu Reino, para semear com eficácia, para
sorrir entre as lágrimas?
Como resistir aos que ainda se arvoram em
monstros de impiedade e opressão, em abusadores de crianças, em colecionadores
das riquezas que deveriam ser de todos os seres humanos? Como transformar os
violentos, os sádicos, os gélidos, os psicopatas que comandam nações e
corporações? Que podemos fazer em teu nome, para despertar tantos endurecidos?
Inspira-nos, orienta-nos, sê conosco, para que
possamos achar rumo, sentir abrigo e continuar lutando. Lutando em serenidade,
sem nos despedirmos da alegria e da sanidade… Lutando com esperança, sem a
desistirmos à beira do caminho.
Seria impossível para mim esse resistir e esse
prosseguir, se não soubesse que estás aí, no comando dos séculos, na proteção
do planeta, no amor a todos nós.
Alguns, dentre os que perambulam condoídos,
podem pensar que essa presença tua é ilusória, uma forma de conforto infantil
que procuramos, para nos dessedentar de carinho e proteção. Mas não é assim.
Sinto-te o olhar, como tantos sentiram; lembro de tuas palavras, que repetimos
há séculos. Mas sobretudo penso no teu exemplo que ainda carregamos como
roteiro.
Assim, Jesus amado, sustenta-nos ainda, envia
teus mensageiros para nos pensar as chagas de cada dia e nos fortalecer para o
bom combate e para que o nosso coração permaneça no teu e o teu em nós.
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