Há conturbações sociais em andamento em todo
o mundo.
No geral, essas conturbações ocorrem por
diferentes pontos de vistas e pelos embates dos grupos que tentam se sobressair
em relação um ao outro. Atualmente, mais do que nunca, fala-se da aceitação do
outro e, principalmente, se esse outro for diferente de você. Porém, os
antagonismos estão cada vez mais fortes no dia a dia das sociedades, cada vez
mais aqueles que podem mais buscam subjugar os desfavorecidos, seja por meio da
força ou do poder econômico.
Essa situação, sob o olhar espírita, é
inconcebível.
A resposta 54 do Livro dos Espíritos é
contundente: Todos os homens são irmãos em Deus porque são animados pelo
espírito e tendem para o mesmo alvo.
A resposta é forte e clara, não deixa
qualquer margem de dúvida sobre a inexistência de qualquer característica
distintiva de superioridade de alguém em relação a qualquer outro e, ao dizer
que somos irmãos em Deus, indica a fraternidade como a base de nossa
convivência.
Certamente alguns podem dizer que existem
irmãos bons e irmãos ruins, e insistir em que não é bem assim o caso, de sermos
todos iguais. Infelizmente para esses que não se convenceram da igualdade entre
todos os humanos, a segunda parte da resposta completa o pensamento com
argumentos irrefutáveis quanto à necessidade de pararmos de buscar diferenças
onde não há: todos nós somos aminados pelo espírito e tendemos para o mesmo
alvo.
A imortalidade do espírito, nossa
individualidade preservada, e a reencarnação e o processo evolutivo resultante
dela abrem percepções de entendimento do hoje e da eternidade, que colocam
nosso pensamento em perspectiva diferente caso tivéssemos somente essa vida
para viver. A partir dessa perspectiva ampliada, o outro torna-se aquele que
hoje ajudamos e o que nos ajudará no futuro. Além disso, vale pensar nas tantas
pessoas de que ainda nem tomamos conta da existência, mas que no futuro seremos
interdependentes para atingirmos o objetivo em comum.
Na prática, hoje, se quero me alinhar com
Deus e seus propósitos, devo primeiramente olhar meu próximo, o outro, como um
irmão, a quem devo ajuda e apreço, acolhimento e respeito, e a partir daí
buscar as transformações no mundo, que me afastam desse tipo de sentimento.
Se o mundo me afasta do próximo, há algo de
errado no mundo e não no próximo; não temos que fazer o outro se ajustar à
nossa visão de mundo, temos que ajustar o mundo para caberem todos com
harmonia, dignidade e com as condições de cada um seguir seu caminho em busca
de seu fim, junto a Deus.
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