Os Benfeitores espirituais esclarecem que de
todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante,
do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. A família reaviva em
nós as sensações de segurança e aconchego, tal a importância do grupo familiar
como estrutura capaz de nos sustentar nas lutas da vida.
Atualmente o distanciamento familiar tem sido
definido como a perda de afeto que ocorrem ao longo de anos ou mesmo décadas em
uma família. O divórcio contribui para a perda de relacionamentos familiares,
especialmente com os pais. O abandono de parentes com identidades
marginalizadas também é um fator comum, como a rejeição familiar a minorias
sexuais e de gênero, por exemplo.
Também é importante notar que o
distanciamento nem sempre é permanente. As pessoas se afastam e se reaproximam.
Ademais, cortar o contato com um membro da família pode ser muito doloroso
devido à forma como a sociedade não entende bem e atribui a isso um aspecto de
vergonha ou reprovação.
Os laços de família são necessários à
harmonia e evolução da sociedade. O resultado da negligência ou ruptura dos
laços familiares leva a exacerbação do egoísmo. Existem duas espécies de
vínculos familiares: os espirituais e os corporais. As ligações corporais são
frágeis e temporárias, entretanto os laços espirituais se fortalecem pela união
e se vinculam na eternidade por meio das múltiplas migrações do Espírito.
É impossível auxiliar a composição social,
quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo com a família em que Deus nos
colocou, a título precário. Portanto, antes da grande projeção pessoal na obra
coletiva, aprendamos a colaborar, em favor dos familiares, no dia de hoje,
convictos de que análogo empenho importa realização essencial.
A nossa família consanguínea pode ser
contemplada como o cerne eficaz de nossas representações. Imagens aprazíveis ou
desagradáveis que o pretérito nos restitui. Aprendamos antes de tudo a exercer
piedade para com a própria família e a recompensar nossos pais, porque isto é
bom e agradável diante de Deus, conforme narrava Paulo de Tarso.
A família é uma escola onde aprendemos a amar
umas poucas pessoas para um dia amar a Humanidade. É assim que em nossas
múltiplas existências aprendemos a lidar com o amor, nos seus diversos
aspectos: amor de mãe para filho, de filho para mãe, de irmão para irmão, de
avô para neto, de neto para avô, de tio para sobrinho, de sobrinho para tio, de
esposo para esposa e assim por diante. E, quando alcançamos amar genuinamente
um filho, por exemplo, nosso coração se comove igualmente pelos filhos alheios.
Ponderando-se sobre a lei da reencarnação
consolidamos os laços de afetividade com maior número de Espíritos, que
(re)nascem sob o mesmo teto que nós. Dessa forma, nossa família espiritual se
amplia e os laços de bem-querer se solidificam a cada nova possibilidade de
convivência. Deste modo, conviver em
família é um desafio e, igualmente, um formidável aprendizado, pois o convívio
cotidiano nos oferece ensejo de cinzelar as arestas com os que eventualmente
tenhamos alguma contenda.
(Re) nascendo no mesmo reduto doméstico é
mais fácil para suplantar os desamores, pois os vínculos consanguíneos ainda se
compõem numa referência altiva a benefício da indulgência e da coexistência
serenas. É por isso que existe a família: para que aprendamos a exercitar o
amor na condição de irmãos, pois que todos somos filhos do mesmo PAI.
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