À primeira vista parece impossível, inviável.
Uma parada para pensar, todavia, situa-o em possibilidade real, ainda que
relativa. O apelo é forte, marcante, renovador. Ecoa no tempo, ecoa em nossas
consciências.
Ele falou com convicção, causou espanto e a
expressão valiosa ainda nos desafia, face ao estágio que ainda nos situamos.
Todavia, temos que refletir na sua viabilidade.
O “Sede Perfeitos”, quando analisado à
primeira vista soa impossível. Como ser perfeito com tantas dificuldades que
trazemos? E Ele ainda acrescentou: “como perfeito é vosso Pai Celestial”. Isso
então inviabiliza totalmente o convite, pois que não há como alcançar a
perfeição absoluta de Deus.
Mas Ele convidou diretamente ao nosso
coração. E, claro, como aprendemos e fruto de madura reflexão, é na
relatividade do estágio que nos situamos que essa perfeição pode ser alcançada.
Essa relativa perfeição convoca à uma nova
postura, justamente aquela que ainda teimamos em aderir com o coração. É a
correspondência do “sal da Terra”, da “luz do mundo”, do “Sois Deuses”, do
esforço continuado pela bondade, pela honestidade, pela ética, pela renúncia ao
egoísmo e orgulho, enfim, pela conduta moral de humildade com o espírito de
servir.
E olha o detalhe impressionante: acrescentada
do “Amai os vossos inimigos”, pois como bem acrescentou: “se amarmos apenas o
que nos amam, qual o mérito?”. E esse “amor aos inimigos” igualmente
solicitando ampla reflexão. Não seremos capazes de sentir a mesma sensação de
alegria, prazer e felicidade na presença de pessoas que nos maltratam, nos
desprezam, nos humilham, nos agridem. Mas o convite é para não guardar mágoa ou
ressentimento, para não querer vingança. Esse o sentido relativo da perfeição,
que requer inclusive o sentimento de benevolência, indulgência e perdão para
com nossos adversários. Afinal, podemos nós mesmos sermos a causa da
adversidade que nos chega. E, considerando o futuro, ser guardarmos o
sentimento de vingança, criaremos laços vigorosos de mais adversidade que se
transforma em ódio e obsessão. Então, há que pensar!
Como a perfeição, ainda que relativa – como é
nosso caso no estágio que estamos –, expressa no convite, leva necessariamente
ao amor em todas as circunstâncias inclusive com o surgimento da abnegação
(desprendimento, dedicação, altruísmo) e do devotamento (dedicação), não é
difícil concluir que inclusive com os adversários essa perfeição relativa é
capaz de superar-se para a plena compreensão e a vivência do amor.
O convite é mesmo vigoroso! Reflitamos sobre
sua abrangência.
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