A jovem era devota de Antônio de Pádua.
Orava, genuflexa, diariamente, reiterando
rogativas:
– Abençoa meus familiares, dá-lhes saúde e
paz. Quanto a mim, santo querido, peço seus préstimos, ajudando-me a encontrar
um companheiro, um bom rapaz que realize meu sonhos de um lar feliz, abençoado
por muitos filhos…
A família até que ia bem, certamente amparada
pelo santo…
Quanto ao casamento, nada feito. Ele parecia
fazer ouvidos moucos.
Entrava ano, saía ano, e nada de aparecer o
príncipe encantado.
Já quase conformada em ser “titia”, viu-se,
certa feita, em sonho, diante do grande pregador do Evangelho.
Sem vacilar, cobrou-lhe resposta às
reiteradas solicitações.
– Meu santo, tenho feito tudo para merecer
suas graças, arranjando-me um companheiro, conforme sua especialidade. Guardo
recato. Pouco saio, fugindo às tentações. Só vou à igreja… Comungo diariamente,
acendo velas em sua homenagem, repito o rosário duzentas vezes, rogo
ardentemente… O que está faltando?
O santo sorriu:
– Minha filha, tenho procurado ajudá-la, mas
está difícil, porquanto depende de você. Participe da vida social, freqüente
uma escola, integre-se em serviços comunitários, amplie seu círculo de
relações… Dê uma chance ao amor!
André Luiz faz interessante observação, em
Ação e Reação, psicografia de Chico Xavier:
Deus ajuda as criaturas por intermédio das
criaturas.
Sempre há Espíritos dispostos a atender
nossas rogativas, quando orientadas pelo coração, em empenho contrito de
comunhão com a Espiritualidade.
Podemos dirigi-las a Deus, a Jesus, aos
santos, aos guias, protetores, aos anjos, de acordo com nossas convicções
religiosas.
Os santos autênticos, Espíritos iluminados
que passaram pela Terra, como Francisco de Assis, Antonio de Pádua, Tereza
D’Ávila, Maria de Nazaré, Simão Pedro, não têm condições para atender,
pessoalmente, às multidões que os procuram, em milhões de preces a eles
dirigidas, diariamente.
Para tanto, contam com enorme contingente de
auxiliares, que em seu nome ajudam os fiéis.
O mesmo acontece na área espírita, com
veneráveis entidades, como Bezerra de Menezes, Eurípides Barsanulfo, Cairbar
Schutel, Batuíra e, hoje, o nosso querido Chico Xavier.
Em nível mais modesto, há familiares, amigos
e mentores desencarnados, que atentam às nossas rogativas, a partir de singelas
iniciativas.
Jamais estaremos desamparados.
Contamos, invariavelmente, com o amparo das
criaturas de Deus que, em nome do Criador desenvolvem iniciativas que visam
nosso bem-estar.
Ficaríamos surpreendidos se tivéssemos
consciência do permanente empenho de nossos amigos espirituais, buscando
ajudar-nos a aproveitar as oportunidades de edificação da jornada humana.
E o fazem por amor ao Bem, como é próprio dos
Espíritos que vivenciam em plenitude as leis divinas, conscientes de que a
felicidade do Céu está em socorrer as necessidades da Terra.
Não obstante, é preciso atentar a um detalhe
quando rogamos auxílio aos benfeitores espirituais.
Eles não são babás, chamados a cuidar de
marmanjos.
Sua função primordial é nos inspirar a fazer
o melhor.
Mostram caminhos.
A iniciativa de caminhar é nossa.
É preciso sair a campo, lutar pelo ideal,
trabalhar pela realização de nossos sonhos, para que não nos situemos como a
jovem que estava ficando para titia, por fechar-se numa redoma, sem acesso para
o “príncipe encantado”.
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