Segundo o censo brasileiro de 2010, pelo
IBGE, há na população brasileira 3,8 milhões de espíritas no Brasil. Não se
sabe se a metodologia foi capaz de separar nesse número, a quantidade daqueles
que, sem ser espíritas, privam de crenças espiritualistas de origem
afro-brasileira. Calcula-se, porém, que para cada pessoa que se professa espírita
há cerca de 10 pessoas que são simpatizantes ao Espiritismo sem deixar a sua
prática espiritual de origem.
Frequentemente
há perguntas quanto à possibilidade de “ser espírita” e ainda assim se dizer de
outras denominações religiosas. Ora, nos primórdios da Doutrina Espírita, Allan
Kardec só poderia agregar adeptos entre as pessoas egressas de outras crenças,
as quais traziam a bagagem que lhes eram próprias, razão pela qual o
Codificador foi tão enfático em sua pedagogia de ensinar a nova doutrina, pelos
livros, discursos, publicações e viagens. A sua idéia era criar um grupo de
pessoas iniciadas em Espiritismo que pudessem ajudar na propagação dos ideais preconizados
pela espiritualidade. Na atualidade há uma geração de pessoas que nascem
espíritas e com isso a ausência da necessidade de enxertias no movimento
espírita, quando se entende que muitas pessoas que podem se afirmar espíritas e
um grupo muito maior que são os simpatizantes da Doutrina Espírita.
Foram
as profundas raízes católicas, por exemplo, que levaram o grande missionário
Bezerra de Menezes, enquanto encarrnado, a evocar uma suposta virgindade de Maria
e aceitar Jesus em corpo não carnal (fluídico), opinião nunca mais exarada por
ele depois de desencarnado, em suas comunicações mediúnicas. A sua contribuição
foi tão grandiosa para a propagação do Espiritismo que superou a essa enxertia,
mas ainda há instituições que se submetem a esse pensamento, estranhas ao fato
de que em nada agridem à figura da mãe de Jesus tê-lo concebido pelas leis naturais
do planeta. A grandeza de Maria está em ter reunido condições morais para gerar
em seu ventre o maior entre os que encarnaram na Terra, sem fugir às leis
naturais, conforme assevera Allan Kardec em A Gênese.
Ser
espírita exige o conhecimento dos princípios básicos da Doutrina Espírita, o
que pode ser alcançado através do estudo sério das obras básicas da
Codificação, da lavra de Allan Kardec como suporte, além da análise de tantas
outras obras subsidiárias de encarnados e desencarnados, de escritores
clássicos e contemporâneos. Exige uma obrigatória bagagem de conhecimentos que
façam a separação entre o que é o Espiritismo daquilo que pertence a outros
prismas de crenças, as quais não deixam de merecer todo o respeito e
consideração, mas devem ser tratadas em espaços que lhes comporte, não
exatamente a casa espírita.
Causa
aos espíritas da atualidade uma verdadeira honra saber que há tantas pessoas no
mundo que se encontram tocadas com a mensagem do Espiritismo enquanto conduzem
as suas vidas por outros caminhos espirituais. Significa que no final, todos
devemos nos entender quanto às questões mais essências da existência, apesar
dos caminhos diferentes. Por essa razão os centros espíritas, os congressos
espíritas, o programa Antena espírita, o site canteiro de idéias e tantos outros
veículos da difusão espírita estão de braços abertos, sem quaisquer exigências,
a tantos que sem se pronunciarem espíritas acreditam que a Doutrina Espírita
pode contribuir com a melhoria de suas vidas. Estamos todos sob as bênçãos de
Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário