Com
esse mesmo título, a conhecida revista FidelidadEspírita, edição 77, de
fevereiro/09, publicou importante editorial que nos permitimos reproduzir, na
íntegra e com autorização da publicação, face à oportunidade de abordagem, aos
amigos do Movimento Espírita:
Editorial
Revista FidelidadEspírita, nº 77, fevereiro de 2009
“Os
que no Espiritismo veem mais do que fatos, compreendem-lhe a parte filosófica;
admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a
influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não
se privariam de um só gozo que fosse. O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso
se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a
caridade cristã apenas uma bela máxima. São os espíritas imperfeitos.”
(O Livro dos Médiuns, Cap. III, item 28 – 2º)
Periodicamente, surgem os mais diversos
modismos no Movimento Espírita. A origem dessas modas é a dificuldade que
alguns adeptos têm de aceitar a simplicidade da Doutrina dos Espíritos.
Egressos das religiões dogmáticas ou
ritualísticas, eles pretendem introduzir no Espiritismo aquilo que não lhe
pertence. Por isso, estão sempre à caça de terapias maravilhosas, médiuns
curadores, profecias, métodos novos para a mediunidade, “detetives” que
desvendam vidas passadas e, como é natural, acabam nas mãos dos charlatães.
De fato, o Espiritismo não é uma doutrina
comum; embora simples, na prática e vivência dos seus postulados, é ciência,
filosofia e religião, a exigir do seu adepto uma adequação ao método de
pesquisa, que levará ao conhecimento doutrinário seguro, sedimentando,
definitivamente, a fé do espírita, libertando-o da ânsia por novidades.
Não estamos dogmatizando o Espiritismo, mas
apontando alguns problemas que podem prejudicar o seu entendimento.
Kardec chamou de espíritas imperfeitos os que
se prendem à forma e não à essência. Os que admiram e não praticam.
Enquanto buscamos “novidades”, não estudamos
a Doutrina, permanecendo na superficialidade. O Espiritismo continua um grande
desconhecido!
Compete, portanto, às casas espíritas a
tarefa de esclarecer seus adeptos, oferecendo ambiente adequado de estudo e
prática da caridade (moral e material), para que o espírita tenha amplo campo
para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Quando entendermos com mais profundidade a
Doutrina dos Espíritos, encontraremos nela a sublimidade da mensagem central: a
transformação do homem.
Sempre que nos preocupamos mais com o
exterior, introduzindo práticas antidoutrinárias no Espiritismo, desviamo-nos
do compromisso moral de melhoramento, dando maior atenção ao efeito que à
causa.
O Espiritismo não está ultrapassado, como
querem alguns, permanece atual e pouco conhecido.
Esperamos que os centros comprometidos com a
Doutrina formem, competentemente, os espíritas de agora e do futuro, como
prenunciou Allan Kardec:
“Os
que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam
todas as consequências. Convencidos de que a existência terrena é uma prova
passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela
senda do progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos
Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pendores. As
relações com eles sempre oferecem segurança, porque a convicção que nutrem os
preserva de pensarem em praticar o mal.
A
caridade é, em tudo, a regra de proceder a que obedecem. São os verdadeiros
espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos.”
(O Livro dos
Médiuns, Cap. III, item 28 – 3º)
Notem os amigos que o que vem ocorrendo no
Movimento Espírita está muito bem expresso no editorial em referência. Não pude
evitar um brado de entusiasmo ao ler nas últimas linhas: “(...) O Espiritismo
não está ultrapassado, como querem alguns, permanece atual e pouco conhecido.
Esperamos que os centros espíritas comprometidos com o futuro da Doutrina
formem, competentemente, os espíritas de agora e do futuro, como prenunciou
Allan Kardec.”
Eis, pois, nossa maior necessidade: estudar
para conhecer e viver a abençoada, incomparável, inesgotável Doutrina dos
Espíritos. Eis o compromisso que precisamos abraçar com fidelidade.
Novembro de 2009 - Edição número 423
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