Se fosse possível dimensionar, o que seria
mais importante: o rastro luminoso do elétron mudando de órbita ou a explosão
de milhares de megatons na superfície do sol? Há de se entender o silêncio
diante de uma pergunta sem resposta. Essa é uma pergunta sem resposta, pois não
é exatamente no gigantismo da dimensão do que acontece que está a importância
do fato observado, senão na significação da ocorrência.
Convencionou-se
que grandes movimentos é que são capazes de gerar as verdadeiras mudanças no
contexto dos fatos e parece que algo de enganoso destila dessa compreensão. São
as particularidades que geram o clique de uma nova percepção. A chave não
consegue girar sem o meio-giro e a luz salta do escuro para a iluminação num
átimo de tempo quase imperceptível. Enquanto se permanece na crença de grandes
e visíveis avanços, um conglomerado de pequenos deslocamentos modifica as
plataformas aparentemente fixas.
Transformação é fenômeno
único. Pode-se se transformar muitas vezes, mas o ato em si gera o novo cada
vez que acontece; traz ao existir o que até então era inexistente. Basta um
lampejo de vagalume para que os olhos vejam o que não viam. Uma única nota
musical pode renovar a memória sepultada. Apenas um tocar de mãos é capaz de
tornar o ânimo renovado. Um fio de luar pode gerar uma canção imortal. Um
sorriso pode mudar destinos.
O fenômeno macro e, portanto
testemunhado aos olhos nus, não passa de materializações embasadas em miríades
de micro fenômenos, imperceptíveis para quem conviva em anestesia da
sensibilidade. Mudamos por um estalo, desde que o queiramos. A vontade pode ser
um grão ou uma montanha, mas precisa existir. Modificação por osmose não está
na Natureza. Incentivos ajudam e provêm do espaço externo, mas a motivação só
nasce dentro e é a única chave para o vislumbre de algo que pode passar
invisível para todos os demais. Essa realidade é que arrazoam a existência do
céu e do inferno em um mesmo espaço mental, sem qualquer relação imediata com o
ambiente externo. Parece ser exato que é nesse espaço de configurações
intransferíveis que pontuamos os níveis de compreensão que faz cada pessoa
diferente da outra, embora imbricadas numa trajetória aparentemente semelhante,
muitas vezes de cumplicidade.
O
despertar humano é uma filigrana e como tal pode ser comparado ao simples
movimento luminoso do elétron em mudança de órbita. O processar desse
despertamento, no entanto se compara às grandes explosões solares que aquecem
os mundos que gravitam ao redor do astro. Ou não são os filetes da nascente que
alimentam os grandes mananciais que mergulham nos oceanos imponentes?
Pensar
o Bem é a filigrana. Produzir o Bem é o Manancial. O bem, além da antítese do
mal, é a vibração do pensamento divino, espaço luminoso que fortalece os
conglomerados invisíveis e funciona como poderoso escudo que protege sem ser
visto e devolve flores ao ser atingido pelas pedras da incompreensão.
Acreditemos que os pequenos movimentos se traduzem em grandes passos sob a
orientação de Jesus e permitamos que a sua magistral luminosidade nos estimule
os olhos cegos na percepção de filigranas do seu manancial de Luz.
Com certeza , a grandeza está no gesto, no entendimento de igualdade.
ResponderExcluirComentário espiritual e filosófico que sempre nos leva à reflexão da pequenez do homem diante da dimensão de Deus. Deus é tudo (DEUS OMNIA EST) e o homem é uma partícula minúscula diante do Universo que é Deus.
ResponderExcluirFeliz natal a todos aqueles que fazem, direta ou indiretamente, este espaço de cultura e de fé!
Toni Ferreira,
Belem - PA