Na confusa noite em que Jesus fora tomado por
prisioneiro, os discípulos estavam dispersos para evitar a abordagem dos
policiais da época. Pedro extremamente agoniado e confuso, incompetente por não
poder ajudar o amigo querido perambulava pelas ruas repletas de pessoas, mal
cabia em si. Abordado por três pessoas diferentes a respeito de sua proximidade
com Jesus, em ambas as ocasiões respondeu defensivamente que jamais tinha
estado com ele, não o conhecia (Lucas – XXII; 56 a 60). Sua amargura ficou
completa quando recordou das palavras do Mestre, então recentemente ditas:
Digo-te Pedro que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me
conheces (Lucas – XXII; 34). Os fatos demonstram que posteriormente Pedro teve
a oportunidade de se refazer perante a própria consciência entregando a sua
vida integralmente pelo amor que jurou ter, e o provou, por Jesus.
Cristãos da atualidade é uma certeza
absoluta que realmente amamos e seguimos a Jesus? As doutrinas que dizemos
seguir suportam os questionamentos das ruas? Acreditamos que a ação cristã é
mera retórica dos templos enquanto na “vida lá fora” a matemática se prova
contrária? Defendemos aonde quer que estejamos as bandeiras desfraldadas por
Jesus? Temos a coragem de enfrentar as adversidades do pensamento em seu nome? É
Nele que refugiamos a nossa dúvida na hora do sim e do não? Mantemos o coração
predisposto ao referendo da paz apesar dos conflitos que nos envolvem?
O
tempo que vivemos é desafiador. O Transcorrer desse milênio trazendo todo o
desconforto das necessárias mudanças torna imperioso que reforcemos as nossas
convicções perante os muitos convites que se expressam pelas posições que
assumimos diante das mudanças impostas à população do planeta. Os conflitos
armados, a segregação racial, o êxodo humano, o imperialismo capitalista, a
guerra comercial entre os poderosos em suas relações geopolíticas, o massacre
dos mais fracos, a fome endêmica no mundo em larga escala, a desigualdade
flagrante e progressiva. Todas essas situações têm a ver com Jesus?
Ao
espírita não resta alternativa, se essa for de verdade a sua disposição, senão
buscar nas lições morais desse Espírito da mais alta categoria hierárquica a
sua ponte para o direcionamento de suas ações. Numa das perguntas mais repetidas
de O Livro dos Espíritos, aquela de número 625, quando Allan Kardec pergunta
quem Deus terá designado como tipo mais perfeito para servir de guia e modelo à
humanidade, a resposta é solene, incisiva e lacônica: “Vede Jesus”.
Jesus
foi sim um líder espiritual, antes de qualquer outra definição, apesar de não
ter sido um chefe religioso. Mostrou-nos que a rua, com todas as suas
influências é o local onde a pessoa se comprova realmente espiritualizada,
perante as grandes demandas do mundo. Sua mensagem é para que não nos
refugiemos no discurso amistosamente compassivo enquanto a prática referende
causas e motivações que ferem os semelhantes. Saber o que temos a ver com Jesus
pode significar uma escolha que compromete as sérias decisões de nossas vidas
após perguntar ao Mestre: Senhor o que me aconselhas, nessas circunstâncias,
fazer?
Sensacional. Que todos que se dizem cristãos possam fazer uma longa reflexão de todo o texto acima e do que conhecem sobre Jesus até hoje.
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