Se há circunstância bastante desafiadora para
o coração de mãe é ter que sepultar o próprio filho. Lorelei Go, mãe de três filhos,
“perdeu” os 3 filhos para o câncer de fígado em um pequeno intervalo de 4 anos.
Rowden, o seu filho mais velho, foi diagnosticado
com câncer de fígado em estágio 4 e desencarnou em 2014. Apenas um ano mais
tarde, Lorelei Go estaria enterrando o seu filho do meio, Hasset que sofria do
mesmo câncer de fígado. O filho mais novo, Hisham também foi diagnosticado com
câncer de fígado e embora tenha se submetido a diversos tratamentos, incluindo
uma criocirurgia experimental na China, pouco mais de dois anos após o
falecimento de Hasset, Lorelei teve que sepultar o seu último filho de apenas
27 anos.
Conquanto Lorelei tenha experimentado um
momento no qual questionou as leis de Deus, porém percebeu que aquele era um
teste de fortalecimento das suas convicções. Como uma pessoa de fé, ela decidiu
pensar em seus filhos em condições mais agradáveis no além tumba, e preserva a
esperança do momento no qual ela poderá se reencontrar com eles. Isso, segundo
ela, é o que a dá forças. Quando falou com o GMA Public affairs, Lorelei disse
que sabe que tudo isso faz parte dos planos de Deus para “testar e fortalecer a
minha fé”, como citado pela goodtimes.my.
Poucos são os que estão preparados para
receber a notícia de que um filho tem um câncer voraz. E muito menos para ver o
filho perder a batalha para a doença. Contudo, urge que pacifiquemos a
consciência em vez de nos infelicitarmos quando for dos desígnios de Deus
retirar do corpo um de nossos filhos deste planeta de prova e expiação.
Segundo interpretações apressadas, concebemos
que muitas situações chamadas de infelicidade, cessam com a vida física e
encontram a sua compensação na vida além-túmulo. Emmanuel, com a nobre
sensibilidade que lhe assinala o modo de ser, considera que “nenhum sofrimento,
na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro
coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio. E
acentua, convincente: “Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um
filhinho transfigurado em anjo da agonia. [1]
Em realidade, ante aqueles que demandam a
Vida na Espiritualidade, o comportamento do espírita é algo diferente, ou pelo
menos deve ser diferente, variando, contudo, de pessoa a pessoa, com
prevalência, evidentemente, de fatores ligados à fé e à emotividade.
Nesses instantes cruciais do sepultamento de
um filhinho o espírita chora discreto, mas se fortalece na oração. Na certeza
da Imortalidade gloriosa, domina o pranto que desliza na fisionomia sofrida e
busca na esperança uma das virtudes evangélicas, o bálsamo para a saudade
justa.
O Espírita consciente nunca se entrega à
desesperação. Não fraqueja ante os convites da rebeldia, porque sabe que
revolta é insubordinação ante a Magna Vontade do Criador, que o espírita
aprende a compreender e acolher, paradoxal e inexplicavelmente jubiloso, por
dentro, vergado conquanto ao peso das mais agudas agonias.
Referências
bibliográficas:
[1] PARALVA, J. Martins. O pensamento de
Emmanuel, RJ: Ed FEB, 1990
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