As religiões dogmáticas pregam aos seus
profitentes o chamado “pecado original”, o qual é apontado como sendo originado
pelo erro primário de desobediência de um antepassado remoto chamado Adão.
Com todo o respeito e apreço que tenhamos
pelos que acreditam nesse vetusto e ultrapassado preceito, consideramos que não
se pode justificar o porquê espiritual do nascimento de seres monstruosos,
alguns vindo até a lume desprovidos de alguns órgãos, inclusive do cérebro,
caso específico dos anencéfalos, colocando-se a específica culpa ou origem
espiritual em seus respectivos ancestrais.
A Bíblia, ao contrário, ressalta, com muita
propriedade, que a responsabilidade é pessoal, revelando que cada ser passa por
aquilo que é merecedor, não podendo ser acometido de dolorosas mazelas em
decorrência de equívocos cometidos por seus ascendentes, assim como se encontra
no Livro do profeta Ezequiel 18:1- 4): “Os
pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o
Senhor Jeová, que nunca mais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as
almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma
que pecar, essa morrerá”. O mesmo sensitivo do Antigo Testamento, agora no
versículo 20, explica que “... o filho
não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do
justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este”.
Davi, no Salmo 28, corrobora esse ensinamento
bíblico, dizendo: “Paga-lhes segundo as
suas obras, segundo a malícia dos seus atos; dá-lhes conforme a obra de suas
mãos, retribuí-lhes o que merecem”. Finalmente, em “O Novo Testamento”, há
a demonstração desse ensino lógico e racional, por parte do Amado Jesus,
corroborando que cada um será julgado segundo suas obras (Apocalipse 22:12) e
que “se alguém leva para cativeiro, para
cativeiro vai” (Apocalipse 13-10).
A Doutrina Espírita enfatiza que o Espírito é
o artífice, o único responsável por sua caminhada evolutiva, trazendo consigo o
prêmio ou o castigo de seus atos, sabendo-se que o cumprimento da Lei Divina
importa em benefício, a transgressão em pena, sob o juízo exercido por sua
própria consciência. A condenação é transitória, em consonância com o
ensinamento crístico: "Em verdade te
digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último
ceitil" (Mateus 5:25-26).
A prisão, portanto, não é definitiva e,
devido à bendita e excelsa reencarnação, existem meios de serem pagas as
dívidas contraídas, através de novas oportunidades de refazimento, de
reparação, visando a reconciliação necessária. O Cristo pôs por terra mais um conceito
dogmático, o do considerado “sofrimento eterno”, em completa discordância com o
Mestre, ensinando que a misericórdia divina é incomensurável e até mesmo chegou
a nos exortar na prática da indulgência com os nossos semelhantes, solicitando
que perdoássemos “setenta vezes sete”, isto é, infinitamente (Mateus 18:
21-22).
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1- A Promessa e o Cumprimento da Vinda
do Consolador
O excelso Jesus, durante sua gloriosa
passagem na Terra, disse que ainda tinha muitas coisas para dizer, mas a
Humanidade não seria capaz de as suportar, exatamente pelo baixo grau evolutivo
moral e intelectual em que ela se situava (João 16:12). Porém, deixou uma
esperança, dizendo que não a deixaria órfã (João14:18), porquanto “o
Consolador, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará todas as coisas e fará
lembrar tudo o que vos tenho dito” (João14:26).
Em 1857, na França, o Consolador Prometido, a
Doutrina Espírita, surge, sob a direção do próprio Jesus (“Espírito da
Verdade”) que prometeu retornar ao convívio humano e assim o fez, continuando
na instrução da Humanidade, trazendo novas lições, principalmente ampliando o
conhecimento do chamado corpo espiritual, já iniciado na Antiguidade e
referendado por Paulo de Tarso, na Primeira Epístola aos Coríntios (15: 44). A
Doutrina Espírita também o denomina de períspirito, sendo o laço de união entre
o Espírito e o corpo, responsável pela organização da forma física.
Pelo mau proceder em vivências transatas,
desejoso de se libertar do tribunal de sua própria consciência, ansiando se
livrar do desajuste em que se situa, o Espírito sai da prisão, vestindo a roupa
de carne e esquecendo-se transitoriamente do que fez. Contudo, seu corpo
espiritual está vincado, registrando as consequências morais dos desequilíbrios
impetrados pelo mau uso do livre-arbítrio. Então, no momento da formação de sua
indumentária física, estando o molde lesado, a montagem é realizada com
defeito.
Daí a explicação doutrinária para a causa
espiritual das doenças, principalmente as hereditárias, cujo entendimento
transcendental se torna impossível pelas religiões dogmáticas, acreditando
infantilmente que o Espírito é criado junto com o corpo. Em verdade, o Espírito
imortal, vivenciando em diversas experiências os mais variados biótipos
psicológicos, se manifesta na matéria finita e limitada, a qual lhe servirá de
campo obrigatório e indispensável de crescimento e aprendizado, conforme esclarecem
as questões 22-a, 25, 107, 113, 132 e 133, entre outras, da obra magnânima
básica espiritista, “O Livro dos Espíritos”.
É digno de consideração que a proposição da preexistência do Ser
Extrafísico já tinha sido abordada e confirmada, no Antigo Testamento, pelo
profeta Jeremias (1:4-5), afirmando: “Assim veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci”. Se já tinha sido visto ou
encontrado antes da sua gênese física, concluímos que o Espírito estava reencarnando
— “importa-vos nascer de novo” (João 3:7), como ensinou profundamente o Cristo
ao erudito Nicodemos, conceituado fariseu do famoso Sinédrio (Conselho Supremo
dos Judeus).
Igualmente, o fato dos filhos gêmeos de
Rebeca serem inimigos já no ventre materno (Gênesis 25:22) ressalta, utilizando
o critério da razão e da lógica, que os Espíritos não foram criados naquele
momento e muito menos já constituídos adversários no cadinho materno. Assim
acreditando, estão os escravos do dogma duvidando da perfeição divina e
caracterizando o Criador como sádico ou incompetente arquiteto das almas.
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2- O Porquê das Doenças Congênitas
Quando a Genética ensina que as doenças
hereditárias são causadas por um gene distônico ou por cromossomas alterados,
em verdade, sob a ótica da realidade invisível às lentes humanas, está se
referindo a uma consequência, desde que a atração do espermatozoide ou do óvulo
comprometido é realizada pelo Espírito com sua vestimenta astral maculada,
vibrando desarmonicamente.
A própria mutação na sequência de DNA de um
determinado gene ou a ação deletéria sobre o cromossoma, alterando o seu número
ou acarretando erro de sua posição ou de sua localização na célula reprodutora,
pode ser originada pela presença prévia da entidade reencarnante agindo
prejudicialmente sobre a sua futura mãe, atuando no determinado ovócito
A ciência denomina de Doenças Monogênicas ou
Mendelianas, em torno de seis mil, às que têm como causa a alteração gênica,
sendo mais comuns, a Hemofilia, a Anemia Falciforme, a Fibrose Cística e a
Fenilcetonúria, com prevalência de um caso para cerca de 200 nascimentos. As
afecções cromossômicas mais comuns são a Síndrome de Down, Síndrome de Patau e
a Síndrome de Turner.
Pode, também, o Espírito, em vias de
reencarnar-se, agir intensamente no ovo ou zigoto, causando, de acordo com a
densidade das suas lesões perispiríticas, uma organogênese imperfeita, com
defeitos verificáveis em qualquer etapa da morfogênese, gerando malformações.
Essa ação desarmônica explica o grande número de afecções congênitas de causas
físicas complexas e obscuras, apresentando-se na maioria das vezes como casos
isolados, sem a observância das mesmas nos familiares.
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3- Os Gêmeos Comprometidos e sua
Explicação Espiritual
Importante ressaltar a abordagem dos gêmeos
univitelinos ou monozigóticos, os quais resultam da fecundação de somente um
óvulo, contendo a mesma herança. Embora geneticamente iguais, um deles pode
nascer com doença congênita, desde que a origem do fato se dá pela presença de
espíritos distintos, agindo sobre um único óvulo, e um deles refletir a
imperfeição.
A ciência, ainda míope para a visualização da
paisagem extrafísica, não sabendo da verdadeira razão do processo, impotente,
não sabe explicar devidamente o assunto, considerando apenas o efeito, dizendo
simplesmente que ocorre apenas um defeito no mecanismo da divisão celular de um
dos gêmeos, como se o acaso pudesse ser responsabilizado por algum
acontecimento biológico.
Quando o processo gemelar se apresenta com
deformações de vulto, ostentando os seres acolados, denominados vulgarmente
como xifópagos, a Doutrina Espírita surge, mais uma vez, com explicações
plausíveis para o fenômeno, em detrimento da ciência que se vê confusa, diante
de tantas deformidades.
Há casos em que um dos conceptos não
apresenta formação da cabeça, da cintura escapular e dos membros superiores.
São os chamados gêmeos acárdicos. Alguns nascem com cabeça; contudo, a massa
encefálica está reduzida ou ausente (gêmeos anencéfalos). Outros vêm ao mundo
apenas ostentando seus membros inferiores malformados, o restante do corpo
encontrando-se dentro de outro concepto gemelar. Em outro caso, um gêmeo
natimorto apresentava horrenda malformação, porquanto se encontrava ligado a um
outro ser, sem corpo, contendo apenas mãos em garra devidamente presas em seu
pescoço.
Na literatura médica, são descritos casos
raríssimos de natimortos, contendo, em seus cérebros, massas de aspecto
tumoral, onde são encontrados em torno de 5 a 8 embriões anômalos, todos
incompletos. Interessados no tema, consultamos a Espiritualidade e recebemos a
seguinte explicação:
“O Espírito ao ser conduzido à reencarnação
carreia consigo, imantadas vibratoriamente em seu períspirito, entidades
obsessoras que estão ligadas ao Espírito reencarnante por laços profundos de
ódio. O fato de reencarnarem junto ao possível cérebro é justificado, já que
pelo pensamento estão todos ligados”. Em outra fonte mediúnica, foi confirmada
a interpretação espiritual recebida e, ainda mais, nos foi ministrada a
informação dos fatos envolverem criminosos de guerra e suas indignadas vítimas.
É necessário patentear que Deus é Amor; portanto,
sair do presídio moral ou inferno do remorso, onde se encontra a consciência do
Espírito devedor, relaciona-se a entrar em contato, na matéria, com o
antagonista, inimigo de vivências pretéritas, procurando exaustivamente uma
“reconciliação depressa, enquanto está no caminho com ele” (Mateus 5:25).
Portanto, a gemelaridade imperfeita é consequência de persistente adversidade.
Agora, o resgate apresenta-se drástico, fazendo com que os algozes do passado
nasçam de novo, unificados na matéria (gêmeos acolados), jungidos, amalgamados
por intenso ódio.
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4 - Conhecendo a Verdade que Liberta
Livrar-se das algemas da culpa e do remorso,
através do amor, seria o caminho mais curto e feliz na busca da sua libertação
interior; infelizmente, o homem ainda não aprendeu as lições sábias do Cristo e
permanece criando o mal, nele se alimentando, deixando-o disseminar dentro de
si. Porém, a Misericórdia Divina, alicerçada em Seu Amor Absoluto, permite a
oportunidade da reparação, através da bendita reencarnação, possibilitando
“ceifar a corrupção semeada na carne” (Gálatas 6:8).
Depois de milênios de obscurantismo, vivemos
o grande momento em que o Consolador vem esclarecer as dúvidas e as questões
ainda enigmáticas ligadas à Medicina. Disse Jesus que, conhecendo a verdade,
receberíamos a capacidade de nos libertar (João 8:32). Felizmente, com o advento
da Doutrina Espírita, os mistérios do reino dos céus já nos são dados a
conhecer (Mateus 13:11).
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